quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

o mundo erótico de Miller

"Sentei-me no banco tosco e Mara sentou-se no meu colo.Levava o vestido de algodão suíço, às bolas, de que eu tanto gostava. Por baixo, nem um fio. Levantou-se um momento, ergueu o vestido e escarranchou-se-me nas pernas. Foi uma foda apertadinha maravilhosa. Quando acabou, ficámos um bocado sem nos desengatarmos, a comer silenciosamente os lábios e as orelhas um do outro.
Depois levantámo-nos e lavámo-nos à beira do lago, com os lenços. Estava a enxugar a gaita com a fralda da camisa quando Mara me agarrou, de súbito, no braço, e apontou qualquer coisa que se mexia atrás de um arbusto.
....Quanto mais se fode, mais se quer foder e melhor se fode!
.....Ajoelhou-se, impulsivamente, e meteu-a na boca. Passei-lhe os dedos pelo cabelo, agarrei-lhe nas mamas, demorando-me mais nos bicos, até ficarem erectos. Entretanto, ela abrira a boca e lambia-me a picha como se fosse um chupa-chupa.
Levantei-a, virei-a como a um boneco, coloquei-lhe as mãos na borda da banheira e levantei-lhe o traseiro só um nadinha.
-Vamos fazer assim, para variar-murmurei, sem enfiar imediatamente a gaita, limitando-me a esfregar-lha pela rata acima e abaixo, por trás.
-Não te vens, pois não?-perguntou-me, suplicante, ao mesmo tempo que torcia o pescoço e me lançava um olhar louco e implorativo, através do espelho do lavatório.
-Estou escancarada....
Aquele escancarada despertou toda a minha luxúria. Grande cadela, pensei para comigo, é isso mesmo que eu quero. Vou mijar no teu útero palaciano!
-Mete, mete!-suplicou, a babar-se, esfregando-se toda na minha gaita-oh meu Deus, venho-me...não me posso conter mais...e sacudida por um orgasmo, comprimiu a rata contra mim com tal fúria, tal abandono, que parecia um animal enlouquecido.
Tirei-me dela sem me vir, com o instrumento húmido, reluzente e teso como uma vareta de ferro....."
"sexus"
henry miller

domingo, 24 de fevereiro de 2008

e porque hoje é domingo..

"Foder por prazer é um jogo difícil, perigoso. Especialmente para as mulheres, cujos corpos estão especificamente concebidos para as enredarem em ligações permanentes".

Emily Maguire
"Morde-me"

desabafos de um editor...

Domingo à tarde. Redacção a meio gás. Cá estou eu, mais uma vez com a edição entre mãos. Sem ti. Ontem passaste por cá, tinhas que acrescentar uns números na reportagem que estamos a preparar para as centrais de quarta-feira. Estavas com um ar feliz. Brincaste comigo...querido editor, achas que está bem?...Chamei-te princesa, atirei-te um beijo, desejei-te bom fim de semana...e tentei afastar o pensamento do teu corpo perdido nos braços do rapazolas que tens lá em casa.
Hoje a nostalgia escorre pelas paredes deste jornal. Sinto-me tão solitário aqui sem ti. Foda-se! Achas que esta merda é fácil? Decidir qual história vou meter? Aguentar a pressão da chefia que nunca está contente..os problemas que surgem(tantos, tantos), o stress, as horas que aqui estou enfiado, torturado pelo computador e pelos telefones? A falta que tu me fazes, o sal que tu és para mim, o teu riso, o teu cheiro, o gosto e a tusa de espiar o teu corpo pelo canto do olho?
Tu fazes-me sentir vivo caralho! Ao teu lado respiro em golfadas e parece que não há ar no mundo que chegue para me acalmar, para me manter vivo. Perto de ti sou tarzan, homem aranha..sou napoleão.. capaz de tudo, sem medo a nada.
Quando estou contigo as prestações da vivenda, da carrinha, da moto..as contas do colégio dos miúdos, da mulher-a-dias, da piscina, do ginásio, das aulas de karaté dos garotos, os cartões de crédito, as férias na neve, o portátil para o mais velho, o cão de raça para a família, a forma caústica como a minha mulher me olha quando entro em casa tarde da noite depois de um dia duro de trabalho, o desamor, a indiferença, tudo...mas tudo, deixa de ter importância..
Mas pensas que é assim? Que é só virar as costas a tudo e mais nada?
Não minha querida, não, eu tenho responsabilidades. família, filhos. Ah, não havia nada que me desse mais prazer que viajar contigo de mochila às costas para um lugar bem longe daqui. Dividir o saca-cama contigo, partilhar gelados ao pôr-do-sol, passar noites a explorar o teu corpo, a sentir-te com a língua, com os dedos, com o meu corpo que tanto te deseja!
Entendes que basta seduzir-me com um olhar demorado, com o teu sorriso bonito?
Não imaginas como fiquei quando fomos ao Porto e encontrei no teu saco..a tua tanga!!
Passei uma noite de cão, com um pau tremendo que esgalhei como um louco na casa de banho de um bar qualquer na ribeira enquanto sentia o teu cheiro de fêmea no pedaço de tecido que guardei toda a noite no bolso do casaco..senti-me completamente inebriado, trôpego, embriagado de vinho tinto maduro e de liberdade...e o que aconteceu depois no hotel? O nosso primeiro beijo..e tu..de joelhos..meu Deus foi tão diferente do que eu tinha imaginado de todas as vezes que delirei a pensar em ti, em como estava a comer-te em todas as posições, enquanto a minha mão mexia freneticamente dentro dos meus boxers...a tua boca no meu pau..não, não quero lembrar-me disso.
Mas eu tenho compromissos, entendes? Uma posição a defender, compreendes? Não posso, desculpa mas não posso..
Foda-se um acidente com mortos a esta hora? Pois..temos que mexer no jornal. Ok, altera-se a abertura..
Pronto, não chego a casa antes da meia-noite!
Puta que pariu!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

minha querida..

Querida:
Lembro-me perfeitamente do dia que chegaste à redacção como estagiária. Nervosa, com um ar atrapalhado, tímida.Trazias umas calças de ganga muito justas e uma túnica de um verde psicadélico que te dava um encanto muito especial. Magra. Cabelos acobreados pelos ombros e olhos castanhos muito doces. Senti-me imediatamente atraído por ti.
Recordo-me do teu ar jovem e do teu cheiro tão feminino. Inebriaste-me os sentidos desde o primeiro momento. Mas foi aos poucos, com o convívio, que eu comecei a ficar enredado, fascinado pela tua personalidade. Habituei-me às tuas gargalhadas e ao sorriso fácil."Sorrisinhos" é como te chamamos.
Depois, três meses mais tarde, a tua garra levou-me a dizer à chefia que tu fazias falta ao jornal.
E foi num dia abafado de Agosto que tivemos a certeza que ficavas connosco. Nesse final de tarde combinamos beber uma cerveja para celebrar, juntamente com o resto do pessoal da secção e mais uns quantos que partilhavam da nossa boa disposição.
Como homem nunca esquecerei esse momento. Estavamos em amena cavaqueira entre cervejas e pires de caracóis e, então, fixei em ti o olhar. Tinhas uma mini-saia que te deixava à mostra as pernas bronzeadas e um top preto sem costas, de atar atrás do pescoço. Enquanto apreciava o teu corpo magro, o jeito como falas, como afastas o cabelo da boca, como o prendes atrás da orelha, fui sentido uma tesão que há muito, mas mesmo muito, não sentia. Tinha a palma das mãos a transpirar e não dava mais para esconder a minha excitação. Levantei-me, abandonei o grupo e meti-me na casa de banho.
Encostei a cabeça aos azulejos frios numa tentativa de apaziaguar o meu calor. Fechei os olhos e pensei em ti. Imaginei que estavas ali, de repente, diante de mim, com o teu sorriso. Abri a minha braguilha e comecei a tocar-me febrilmente. Estás aqui. Sinto-te. Aperto-te nos meus braços, as minhas mãos trepam pela tua saia, tiro-a. Agora o top. Fora. O soutien..... Ah, o teu peito..é tal e qual como eu pensava, cabe na minha mão..é tão delicado..a minha língua corre pelos teus mamilos. Ouço-te gemer, aperto-te, beijo-te demoradamente saboreando a tua boca pequena, a tua língua... procuro-te o segredo ....sinto-te tão molhada. Introduzo um dedo..vou tacteando dentro de ti, sentindo a tua maciez...a tua vagina tão apertada. Meto dois dedos, enquanto o polegar brinca com o teu clítoris. Sei que não podes aguentar muito mais. Sinto os teus líquidos a escorrer pelos meus dedos, pelo meu pulso. Não aguento, tenho que conhecer o teu sabor. Ajoelho-me e provo-te. És muito saborosa, mordo-te ligeiramente...e vou subindo pelo tua barriga até ao teu peito. Estás nua, rendida, encostada à parede. Baixo a tampa da sanita e puxo-te para mim. Sento-te encalitada em cima das minhas coxas e entro em ti...sinto-te o cheiro e a excitação. Apertas-me o pescoço e procuras os meu lábios. Chupo-te a boca como se fosses um figo maduro que se come de uma vez só enquanto vamos aumentando o ritmo...
Dirijo o meu dedo para o teu rabo e vou pressionando em círculos, os teus gemidos aumentam e sinto o teu orgasmo forte. Os teus líquidos escorrem para as minhas coxas..observo-te..de cabeça atirada para trás e boca aberta...um fio de saliva escorre-te pelo queixo e eu lambo-o...e venho-me dentro de ti em vagas sucessivas....
Lavo as mãos e saio para a rua. Sinto-me tonto, esgotado de desejo.
Sei que é o início de uma longa jornada que vamos percorrer juntos...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

bairro alto marginal...

Regressamos mudos sem nos olharmos, confusos, incapazes de nos encaramos e conversarmos acerca do que tinha acontecido. A viagem de regresso foi penosa. Os primeiros dias no trabalho foram constrangedores. E então a vida seguiu devagarinho colocando tudo no devido lugar, compondo as coisas a seu tempo. Não falamos, mal nos olhamos, limito-me a receber as tuas ordens, a fazer o meu trabalho...mas sinto-me muito magoada e persegue-me a sensação que pisei o risco, nada voltará a ser igual. Esmoreceu também a minha garra profissional, tão gabada pela chefia, e apagou-se a chama da minha alegria que me valeu a alcunha de "sorrisinhos".
Estou tão farta do jornal, das mesmas caras, dos meus dias sempre iguais!!
O Luís está em Londres, em trabalho, e eu tenho ficado em casa, sozinha, com os meus livros, a minha música e os meus pensamentos. Ando assim, a navegar.
Até que, um destes dias, o Eduardo, editor de Sociedade, chamou-me :
-Miúda, quero apresentar-te um novo colega. O André.
-Olá, estás bom? Pergunto ao homem muito alto e magro que está à minha frente.
-Tudo bem? Responde, com um grande sorriso.
Parece simpático e tem um sorriso bonito. Para além disso, como é do Norte, tem uma pronúncia muito engraçada. Nada daquele sotaque tripeiro que até já estamos habituados. Não, é mais cerrado, diz "bento", "bamos" e outras coisas engraçadas..e asneiras, bem, é uma fartura..
Mas é muito engraçado, brejeiro, conta piadas, anedotas. Pois..dou por mim envolvida pela personalidade dele, cativada. Fala imenso, gesticula. Tem 38 anos, é divorciado e, enfim, é realmente muito interessante. Dou por mim a rir-me, a procurá-lo com o olhar, a desejar que se sente ao pé de mim ao almoço. Gosto de o ouvir, sinto o coração em alvoroço quando ele se aproxima. Rio-me imenso quando ele imita o humor do "Gato Fedorento". Gosto de o apreciar, Tudo nele é grande, pernas, braços, mãos, dedos. Como será o sexo?
É moreno (adoro morenos) tem olhos malandros.. esverdeados.. e é charmoso.
Mas é descarado. Olha directamente para o peito do mulherio, aprecia os rabos descaradamente mas..ninguém lhe leva a mal, nele parece tudo tão natural..enfim..estou rendida..
Mas eu não estava em depressão? Mergulhada em profunda melancolia?
Ora, isso agora..
Sábado à noite há saída para o bairro Alto. Ele vai e, portanto, eu também vou.
Antes de sair falei com o Luís ao telemóvel. Tenho saudades dele, confesso, mas a minha adrenalina sexual está no auge e eu preciso de beijos, de ser abraçada, o meu corpo precisa de outro corpo, de ser tocado, mimado. Preciso de sexo.
Calcorreamos o bairro Alto, na habitual romaria de sábado à noite. Entramos num bar qualquer e fizemos nós a festa. Copos, cigarros. A primeira vez que dancei com o André soube logo que lhe agradava. Tinha posto um vestido preto, justo e curto e que, ainda por cima, tinha um grande decote. Esfreguei-me nele e dei-lhe a entender claramente que se ele quisesse..eu também queria. Foi o que bastou para incendiarmos a pista e atearmos em nós um desejo urgente de entrega . Connosco estava a Tânia, uma morena de cabelo muito ondulado e vestido de "tigresa" com uns lábios muito bem delineados. Estava completamente embriagada e não nos largava. Dançava entre nós os dois e passava as mãos pelas minhas pernas em movimentos muito sensuais. Fomos ficando cada vez mais envolvidos com a nossa dança erótica e a certa altura o André convidou-me, ao ouvido, para sairmos. O convite estendeu-se à Tânia.
Saímos para o ar fresco da noite lisboeta com a Tânia entre nós os dois, devido ao estado de embriaguês em que se encontrava. Era óbvio o que estava para acontecer e eu estava disposta a tudo nessa noite..
Entramos numa pensão daquelas bem rascas utilizadas, sobretudo, para a prática da prostituição, e o ambiente carregado de erotismo mas a roçar a vulgaridade, excitou-nos ainda mais. O cheiro e o fumo a incenso que se espalhava pelas escadas e nos acompanhou ao quarto espicaçava os nossos sentidos.
No quarto beijamo-nos e partilhamos as nossas línguas e as mãos entre os três. Três línguas a beijarem-se é um espanto. O André despe-se e revela um sexo proporcional ao corpo a que pertence. Senta-se na cama com um sorriso malicioso e eu viro-me para a Tânia. Agarro-a pelo cabelo e dou-lhe um beijo feroz. Meto-lhe as mãos por baixo do vestido e dirijo a mão para o seu sexo, húmido. Afasto-lhe a tanga e apalpo-lhe o clítoris devagar, com calma. Ela está muito louca e quer tirar o vestido, mas eu não deixo. Deito-a no chão, deixo-me tombar em cima dela e começo a apalpar-lhe os seios, primeiro um e depois o outro. A minha mão dirige-se para o soutien. Desaperto-o. Deixo-a exposta. A minha língua apodera-se dos seus mamilos. Escuto os seus gemidos e a forma como me abraça e me pede mais deixa-me em brasa. Sempre sem lhe tirar a tanga, os meus dedos procuram-lhe o sexo. Encontram-no em brasa. Vou explorando aquele sexo rapado. Tiro o meu vestido e o meu soutien. Esfrego-me nela. As minhas mamas sobre as mamas dela. Desço. Provo-lhe o sexo. Tem um sabor forte. Sorvo-o. Meto-lhe a língua. Ouço os gemidos dela cada vez mais altos. Coloco-lhe as pernas em redor do meu pescoço e esfrego o meu sexo no dela. Sou um macho. Ela é a minha fêmea. Cavalgo-a. Os nossos clítoris batem um no outro e ela vem-se entre gritos e gemidos. Aperta-me com uma força brutal e os nossos sexos ficam esmagados um contra o outro, de tal forma que sinto-lhe o osso da púbis a magoar-me.
O André desfaz o nosso abraço. Carrega com a nossa amante até à cama coberta com uma colcha vermelha. Afasta-lhe as pernas e penetra-a de uma só vez. Brutalmente. Ela esboça uma tentativa de fuga que ele incapacita com as suas mãos fortes. Aperta-lhe os pulsos acima da cabeça e com as suas coxas fortes mantem-lhe as pernas abertas. Ela sente dor e sente prazer. Eu observo-os, nunca tinha tido esta oportunidade e sinto-me muito excitada. Vejo o sexo monumental do André a entrar e a sair das profundezas da mulher. Aprecio a expressão das suas caras enquanto se comem. A nossa amante começa a rolar a anca cada vez com mais força de encontro ao corpo do André e atinge o nirvana, uma vez mais. O André, excitante mas sádico, estende uma mão para mim. Agarra-me por um pé, puxa-me e os seus dedos entram no meu sexo. Deito-me junto da Tânia e ele penetra-me. Aperto-me contra ele e estou a gozar a potência daquele homem, quando ele sai de mim e entra no sexo dela de novo e começa a alternar. O insólito da situação faz com que atinja um orgasmo monumental. Sinto-me vagabunda e marginal, mas naquela entrega alucinada lavo as mágoas da minha alma.
Foi uma noite rasca para gente "à rasca"..

rumos de prazer

continuação daqui


Ela tenta cobrir-se, com algum pudor de ti, mas é tarde demais. Tu e ele percebem o que se está a passar, já vos tínhamos feito chegar o nosso desejo. Ele olha para a mulher e para mim, eu fico expectante, porque ela já me tinha dito que ele era bastante ciumento, mas antes que pudesse dizer ou fazer alguma coisa, tu riste-te “olha para ti, toda lambuzada de iogurte, anda cá” pegas-me no braço e dás-me um daqueles beijos arrebatadores, com direito a lambidelas de lábios, nariz e arredores. Eu rio-me desmesuradamente para libertar tensão e parece resultar, porque eles também se riem (mais ela que ele). Eu viro-me para ele e “peço desculpa, tens uma mulher irresistível, não me leves a mal”. Vejo-o finalmente rir-se e pisco-lhe o olho, enquanto me abraças. Sabe tão bem o teu abraço, estou em brasa, quero acalmar este fogo que me consome e tu estás tão apetecível, fresquinho, com gotas de água a escorrer pelo corpo! “Apeteces-me!”, sussurro num suspiro. A praia continua deserta, e eu espero poder contagiar os nossos amigos. “Alguma vez nadaram sem roupa?” Eles sorriem. Começo a despir-me. “O último a entrar na água paga o jantar!”, dizes tu. Corremos que nem loucos para dentro de água, com tudo a abanar, e cumprimentamos novamente o mar com quarto belos olás mergulhadores. Todo o corpo, cada centímetro de pele, em contacto com a suavidade líquida da água, a sensação de liberdade total, flutuante é muito boa, dá-me vontade de rir às gargalhadas enquanto salto e rodopio.
Mergulhas e dás-me um beijo no sexo. Tento fazer o mesmo, mas tu sabes que não sou filha de peixe, tens de me ensinar a mergulhar melhor, mas agora não quero.
Agarro-me a ti, prendo-te com as pernas pelas ancas, sinto-te inchar lentamente, e deixo-me levar por ti, a flutuar, apenas agarrada pelas pernas, com o resto do corpo a flutuar ao sabor dos teus movimentos. Procuro encaixar-me em ti, vejo que eles fazem o mesmo. “Esta posição dentro de água é muito mais fácil!”, diz ele. Pois é, bem mais fácil, tem um ritmo próprio, mais liberto da gravidade, flutuante…
Deixamo-nos embalar assim os quatro, aos pares, aos beijos, abraçados, encaixados. Os risos deles misturam-se com os nossos, e os gemidos mútuos intensificam-se, excitam-nos numa espiral crescente. Chegamos assim ao êxtase quase em simultâneo. Embalamo-nos nesse prazer intenso, e deixamos depois os nossos corpos flutuarem em paz.

O sol alaranjado brilha tímido no horizonte, deixando um rasto de luz na água, reflectindo-se também em nós, brilhando-nos a pele. Nos olhos, espelhamos a cumplicidade e satisfação de um banho inesquecível.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Porto sentido...

Chego ao jornal à hora habitual e encontro um ambiente de cortar à faca. Silêncio e um mal-estar generalizado que é palpável. Procuro-te na sala de reuniões e lá estás, entre os outros,a fumar, a gesticular. A Ana faz questão de me explicar que é uma reunião de emergência, convocada pela direcção por causa do resultado das vendas.
Sim, ainda um dia destes comentavas comigo que o resultado das vendas deveria estar a sair. A preocupação constante com as vendas do jornal, com o número de leitores..enfim..dirijo-me para o meu lugar, ligo o fiel e vou dedilhando no meu msn conversas de todos dias com amigos, família e colegas de trabalho..e aproveito também para mandar umas bocas à malta do Desporto que está tão caladinha hoje..
Acabas por aparecer e chamas-nos. Atiras logo de uma vez :
-Pessoal, as vendas caíram, temos que dar a volta a este resultado. Atiras com uma papelada para cima da mesa, enquanto aproveitas para puxar de um cigarro, que encravas entre os dentes e não acendes..porque agora não podemos fumar na redacção.
-E temos que ir ao Porto, para uma reunião na delegação. Tu também vais miúda.
Euuuuuu??? Penso. Contigo? Suo. Tenho as palmas das mãos a transpirar e sinto-me tonta. Arrasto-me até à casa de banho. Olho-me ao espelho. Agora que eu andava tão calminha, que as febres até tinham passado...
A saída está marcada para as nove. "Impreterivelmente".
O Luís está possesso, ciumento. Não percebe nada do que se está a passar..eu tenho mais que fazer, tenho coisas a preparar mas lá o vou sossegando, é só um dia e uma noite, passa rápido, filho, não sejas parvo.
Dormi mal. Mas são nove horas e eu estou na portaria do jornal. Somos dez pessoas e portanto vamos viajar em dois carros. Do jornal, claro. Chegas, com ar desportivo, mas nem por isso bem disposto. Cheiro o teu after-shave. Merda. Isto vai ser uma tortura.
Como já é habitual, lá vamos a todo o gás em direcção ao Porto. Ai, o Porto...
A conversa gira em torno das vendas e da crise que aperta o cerco e da reunião que vamos ter lá na delegação durante toda a santa tarde.
Bom, chegar à Invicta foi uma sensação muito boa, de aconchego, é tudo tão mais pequeninho e o casario, e o Douro, e a Foz..é tudo tão bonito, tão caseiro. Passamos em frente ao "Jornal de Notícias" e as vozes alteram-se...ainda não foi pintado este prédio? Já merecia não?!!
Eu observo em silêncio o prédio do JN que eu conheço bem..vivi ali uma aventura bem engraçada..que contarei um dia destes..
Da reunião não reza a história. Foi difícil aguentar as minhas hormonas, torturadas uma tarde inteira com a tua presença..com o teu cheiro..
Mas o pior meu querido, o pior mesmo, foi saber que ias dormir num quarto ao lado do meu. Quando soube tudo descambou. Fiquei assim tipo um cruzamento de bichana arraçada de pai gato-vadio e mãe de alta nobreza, tipo persa. Ainda por cima durante o jantar fico sentada ao teu lado. Falas e eu bufo. Ris e eu engasgo-me com a saliva. Tocas-me acidentalmente e eu recebo um choque de alta tensão. Tenho a linha sobrecarregada...não posso mais. Bebi três copos de vinho branco de rajada e comecei a rir como uma palhaça. Depois, fui à casa de banho e ao sentir o meu cheiro de fêmea com cio quase trepo pelas paredes, tiro as cuecas e meto-as na mala. Penso entregar-tas mais tarde. Um bocado preocupada com a minha sanidade mental fico a contemplar-me diante do espelho, ajeito o cabelo, passo àgua nos pulsos e vou rezando mentalmente para que a loucura me dê tréguas. Mas estou doida. Tu deixas-me assim..
Como preciso de libertar esta energia, antes de sair, ponho a cabeça de fora da janela e, sem ligar ao pessoal que passa na rua, mio desgraçadamente... e vem-me à memória uma frase batida :"os jornalistas são todos marados"..
O caraças.
Saio e junto-me ao people e quando falas para mim eu olho bem nos teus olhos e digo-te mentalmente: "quero comer-te"..miau..
Bebi como uma louca, fumei. O meu telemóvel toca e eu levanto-me para atender na rua. Ouço-te pedir-me cigarros e grito-te que estão no meu saco........
Reencontrar a Ribeira após tantos anos foi como reaver um amigo perdido..bebemos e divertimo-nos muito...
Tarde da noite, a nossa comitiva bastante embriagada dirigiu-se ao hotel, na Foz. Subimos juntos no elevador e eu fui disfarçando o meu nervosismo.
Cada um tomou a direcção do quarto. Nós seguimos juntos. Paramos à porta para uma conversa circunstancial e, então, perguntas com um ar muito malicioso:
-Não perdeste nada?
Fico parada, sem perceber.
Levas a mão ao bolso e tiras de lá as minhas cuecas. Sinto-me a corar e não sei o que dizer. Ris baixinho e sussurras:
- Estavam no teu saco, encontrei-as quando andava atrás dos cigarros.
-Pois...
-Isto significa que não tens cuecas? Perguntas.
Sinto-me como se tivesse caído ao mar. Respiro a todo o vapor e tenho a cabeça num turbilhão. Não respondo. Aproximas-te. Passas uma mão pelo meu rabo e sentes que estou sem roupa interior. Procuras os meus lábios que eu dou com toda a tesão que sinto. Beijamo-nos e as tuas mãos percorrem o meu corpo. Apertas as minhas mamas e suspiras. Levantas-me o top e puxas-me o soutien e estamos os dois perdidos...naõ resisto a passar a mão pelo teu sexo, estás tão duro..fico doida...quero-te ali mesmo..
Liberto-te das calças, ajoelho-me, baixo-te os boxers com os dentes e saco de lá o teu sexo duro de morrer que aponta para norte..começo a lambê-lo..e só de imaginar que podemos ser apanhados fico com pele de galinha..rolo-o na minha língua, abocanho-te e sinto-me em brasa. Não te controlas e, entre gemidos, vens-te abundantemente na minha boca.
Pedes-me com voz rouca que entre no teu quarto mas..nesse preciso momento, abre-se a porta do elevador e ouvimos a voz de um dos nossos a chamar por ti...
Não sei o que fizeste às calças, eu cá voei literalmente para dentro do meu quarto.
E então fiquei uma eternidade a pensar no que tinha acontecido e no facto desta viagem ao Porto ter mudado para sempre o nosso relacionamento...
Mas estava em brasa e comecei a tocar-me como queria que fizesses...a imaginar que eu estava de gatas e tu a entrar em mim por trás..com investidas fortes e palavrões à mistura, apertando as minhas mamas com força, sentindo as profundezas do meu sexo que te aperta, que te estrangula...libertando-te dessa agonia em que te encontras há já algum tempo, negando uma atracção sexual tão forte, mantendo as aparências do teu papel de respeitável editor, da tua vidinha casa-trabalho-família-trabalho...das reuniões de editores a meio da manhã e a meio da tarde, das quebras das vendas do jornal, dos problemas, do stress...do que gostavas de ter coragem para me dizer mas não dizes...
Masturbo-me a pensar em ti e adormeço.
Hoje acordei com uma valente ressaca que se traduz numa dor de cabeça de chorar e num gosto amargo na boca..a papel e mais qualquer coisa...
Abro a janela e aprecio a cidade..ai o Porto, sempre o Porto..

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Foi nas vindimas...

O que podia fazer, efectivamente, com a realidade? É que acontecia mesmo, acontecia de facto, conseguir dizer a si mesmo, naquele segundo, que aquele segundo, pela felicidade infinita que lhe dava e que ele sentia plenamente, poderia, com muita probabilidade, valer toda uma vida".


"O Idiota" de Dostoiévski.


Outubro. Sábado. O dia fresco começa já a nascer por detrás das montanhas. A luz ainda ténue do amanhecer banha com uma suavidade dourada a pequena aldeia adormecida.
A porta da pequena casa branca range ao abrir e Luz aparece na soleira ainda estremunhada mas já lavada e composta. Em poucos segundos percorre a chinelar os metros que separam a habitação dos estábulos. Lá dentro, por entre a palha descansam uma égua, um macho e uma vaca.
Com o balde já preparado, a mulher puxa mecanicamente pelo banquinho de madeira, senta-se e procura por entre as pernas da mansa “menina” os tetos que encontra retesados de tanto leite. Vai manobrando um a um e o leite esguicha com força espumando no balde.
Enquanto bebe o leite ainda quente da vaca, Luz suspira e deixa o pensamento correr... a imaginação foge ao encontro do marido que anda lá longe a ganhar a vida e a deixou só ali, com uma quinta para governar. Uma mulher na meia-idade, sem filhos, não porque não os desejasse, mas devido a problemas de saúde do homem com quem casara, esse era um desejo sem concretização possível. Agora, também já não importavam os filhos, esse tempo já tinha passado. Era mesmo a falta do homem o que mais a incomodava.
Morena, roliça, com um peito que tirava do sério qualquer homem da aldeia, sem escolher idades, era contudo a sua sensualidade de mulher terrena, do campo, que mais enlouquecia a população masculina da terra, mesmo que estivéssemos só a falar de um par de velhos com mais de 80 anos, dois ou três entre os 60 e os ditos 80. Ela via-os a no lagar, a pisar a uva, sem calças, e soprava o calor que sentia, por entre o cheiro a mosto e as cantorias. Havia o homem da Marcolina que se fez teimoso e não abandonou a terra, nem a casa, nem a mulher. Ah, e havia o Abel do café e…o filho! Rapaz a rondar os 30 anos, acabado de chegar de uma vida desvairada na universidade, andava há que tempos para terminar o curso. Estava de passagem pela terra, com certeza para pedir mais dinheiro ao pai. “Só enquanto procura trabalho, que isto não é lugar para ele, era só o que mais faltava” costumava dizer a mãe dele, com quem Luz se encontrava aos domingos, depois da missa. Ai, o Tomás.. Já o tinha espreitado pelo canto do olho muito disfarçadamente porque se as velhas beatas, sabidas e desconfiadas, a topassem, era um “ai” até cair na boca da aldeia.
Enquanto tratava dos animais, a mulher ia pensando nisto e de forma inconsciente foi passando a mão pelo corpo, os seios fartos, a cintura fina de quem nunca pariu, as ancas bem largas que faziam dançar a saia e as coxas roliças e morenas. O pensamento fugiu de novo para o rapaz, voltou a suspirar e confessou-se: “Ai se eu lhe pudesse deitar a mão, nem que fosse só uma vez! Ao diabo com o homem que está lá longe e quem sabe o que andará a fazer, ora... homens… está bem, está. Ai, que pecado! E as velhas? Ora se tudo fosse bem feito, se nunca desse motivos para desconfianças...” e enquanto assim matutava a mulher foi andando para casa. Era o tempo das vindimas, por todo o lado havia gente a trabalhar, tractores cruzavam os caminhos a caminho da adega, lá na vila. Também ela tinha de começar, não tinha mãos a medir. Logo depois do almoço Luz saiu preparada para as vinhas. Trazia uma saia rodada escura e uma camisa framboesa. Na cabeça, a prender-lhe os cabelos um chapéu de palha. Lá andava ela com a tesoura de podar encavalitada no escadote quando o viu chegar. A mulher parou meio assombrada... mas será que é mesmo ele? Quem mais havia de ser Maria da Luz? Novo, com aquele corpo? Dizia-lhe uma voz escarninha junto ao ouvido. Trémula, viu-o aproximar-se. Boa tarde, vim da parte do meu pai, que me mandou dar-lhe uma mãozinha…a voz do rapaz soava como uma bigorna aos ouvidos de Luz.
Que sim, disse-lhe, que estava agradecida, que fosse tratando das vinhas mais abaixo que ela lá ia tratando destas e tal…
A tremer, com o coração aos pulos, apesar do suor que lhe escorria como um rio colando-lhe a camisa aos seios, a mulher foi espiando o Tomás por entre a folhagem das parreiras, não lhe perdendo os movimentos. Era alto, suspirava, era moreno, arfava, ai, as mãos eram belas, branquinhas, mãos sem calos, de quem nunca trabalhou no duro…e então... ó desgraça, o rapaz despe a camisa e expõe umas costas magníficas... o sol a dourar-lhe a pele, os cabelos curtos encobertos pelo boné…. vou buscar de beber… trago para si também. Que sim, que sede, que está calor..
Se está, murmura a mulher, com um fogo que nunca sentiu antes a devorar-lhe as entranhas. Maldito sejas Abel, que mandaste o diabo para me tentar, a mim pobre mulher que não me passa homem pelas beiças há mais de um ano, que dava tudo... mas tudo para ter aquele homem... mesmo que o amanhã não existisse para mim…
Espera… sente-se agarrada por trás… dois braços jovens, nus, que a fazem estremecer. Julgas que não reparei no teu olhar? Diz que não queres. Oh, Tomás, digo o quê? E a mulher enlouquecida deu por si nos braços daquele homem que tanto desejava. A respirar o mesmo ar, a sentir o sabor salgado do suor dele. Ali, no meio da vinha, protegidos pelas latadas cúmplices.
Atirou-a contra o pilar. Atirou-se a ela. Agarrou-a, beijou-lhe o pescoço, as mãos desceram para o peito, seguraram aqueles seios firmes, as nádegas e as coxas roliças e uivou de prazer. Luz estava num estado comatoso de tanta excitação. Nua, exposta, viu-o baixar as calças e ficar nu diante dela e.. sem pêlos. Ébria de prazer, ajoelhou-se, tomou-lhe o sexo entre as mãos e beijou-o, deliciou-se a percorrê-lo com a língua, meteu-o na boca, chupou-o, uma, duas, três vezes, sabia a homem misturado com o sabor doce e pegajoso das uvas nas suas mãos. Deleitou-se com os gemidos dele… mais não… anda cá… pediu ele. Ergueu-a, ajoelhou-se, e ela sentiu-lhe a língua a abrir caminho dentro de si, a enlouquecê-la. Gemeu, abafou um grito na curva do braço, arqueou as ancas de encontro à boca dele, enquanto o seu corpo se agitava em vagas de prazer demorado, tão desejado. Quando sentiu o suco dela na boca, Tomás não perdeu tempo e entrou nela de uma só vez, por trás, profundamente. Entre sussurros e gemidos cavalgou-a, mostrando-lhe com toda a sua virilidade quem mandava, mas quem mais gozava era ela. Luz gozou uma e outra vez e, mesmo quando, mais tarde, depois do jovem ter juntado ao dela o seu prazer, Luz ficou-se a deslizar pelo pilar, a fitar o céu consolada, incapaz de se mexer, com o fogo apagado e a pensar.. mesmo que tudo se saiba... mesmo que caia em desgraça... valeu a pena… valeu realmente a pena este momento… e não o trocava por nada.

Dias depois quando foi encontrar, no estábulo, o macho a cobrir a égua, parou a observá-los. O animal com os músculos retesados, viril, de grande porte e a fêmea que o recebia, submissa, gozando em ter um macho daqueles só para ela. Luz acercou-se dos animais, afagou a fêmea e sussurrou-lhe: “É bom, não é”? Todos os animais gostam…
muito querida + carpe vitam! + QJ

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

aqui namora-se...

Véspera de S. Valentim. O Luís veio cá dormir. Esfregou-se em mim a noite toda. É tão excitante este homem, moreno, de cabelo muito curto, espetado, peito peludo qb (sem ser homem das cavernas) pele morna, tão quentinha e cheiro bom. É doido pelas minhas mamas e tem um power sexual que me deixa de rastos!!


Pronto, é técnico de informática e passa a vida a reciclar o meu pc. Não percebe nada do que eu lhe digo e eu pouco percebo daquilo que lhe interessa. Mas isso é um pormenor, não?

De manhã ofereceu-me uma linda orquídea lilás. Confesso que por uma questão de frames quase lhe disse um ternurento: amo-te!

Afinal é quase isso que eu sinto por ele..quase..quase...

Disse-me que tinha uma surpresa para mim, para o nosso programinha de logo à noite..hummmm..Saio para a rua e rezo para que este dia seja assim mais "normalzinho", que pelo menos não haja acidentes e mortes que me obriguem a encarar, uma vez mais, as verdadeiras tragédias da vida. Sorrio para as pessoas, sinto o sol na minha cara..tão bom..

Mal abro a porta, o fervilhar da redacção chega até mim. Aparentemente um dia igual aos outros mas sente-se..algo anda no ar..o sorrisinho de gata da Matilde, o telefonema tão demorado do João, em voz sussurrante, um brilho malandro nos olhos do Miguel..pequenos nadas que tornam o dia diferente.

A reunião de editores já começou. Podemos brincar um bocadinho..(patrão fora...)..


-O que te deu o Luís? Pergunta a Rita em pulgas mostrando o relógio, novinho em folha, que o marido lhe ofereceu logo de manhã. A Luísa e a Ana juntam-se à conversa. Vamos cochichando até que o barulho da porta da sala de reuniões nos dá a entender que a reunião terminou.


-Vamos trabalhar? Perguntas.

Pois isso...

A manhã está no fim. Observo-te no teu canto, compenetrado, e vou pensando: será que és um homem romântico, será que beijas a tua mulher antes de sair, será que lhe compraste uma prenda para assinalar este dia? Será?...E , no entanto, vou malucando no porquê desta minha agitação perante a tua pessoa. Se eu tenho em casa um verdadeiro gato, cobiçado pelas minhas amigas.. trintão, bonzão, tesão, que me come como um louco..e as minhas hormonas só pulam diante de ti !!!!

Pronto, tu és interessante, quarentão, charmoso, mas também já dás sinais de cansaço: olheiras, queda de cabelo, uma barriguinha que teima em instalar-se..e quanto ao feitio, então, nem vale a pena estabelecer comparações..mas eu insisto. O Luís é um carneirinho fofinho com uns olhos enormes, meigos, meigos, meigos..e tu...pffff..és um lobo mau, sarcástico, gozão, cabrão qb, arrogante.....................................................................................................................................................................................................................

E, contudo, tu olhas-me e a minha tensão dispara, repreendes-me e o sangue corre mais rápido nas minhas veias, tocas-me acidentalmente e eu desfaleço e tenho que disfarçar o rubor e os tremores!! Razão tem a carpe: "O sexo complica a vida". E de que maneira, digo eu.

Mas o dia vai passando. Silêncio, quietude, paz. A meio da tarde a maioria do pessoal está na rua em reportagem. Eu hoje fiquei (quem diria!). Noto uma certa movimentação ali à minha direita. Olho e apercebo-me de uma tentativa de linguagem gestual entre o Zé e a Fátima. Disfarço mas consigo perceber a palavra "arquivo".

O arquivo fica na cave, ninguém lá vai, a não ser numa situação de emergência. Digo-te que vou à rua e desapareço antes que o Zé e a Fátima arranjem uma desculpa para se ausentarem. Atiro-me pelas escadas abaixo, entro no arquivo que cheira a mofo e aninho-me atrás de uns caixotes. Não tardo a ouvir os risinhos abafados da Fátima e os passos fortes do Zé. Entram, não acendem a luz e atiram-se nos braços um do outro. Mas, então, a cena que se desenrola diante dos meus olhos deixa-me sufocada!

Este não é um encontro de sexo fortuito, desesperado..não..nada disso..isto é amor..estes gajos amam-se!!! Fico ali calada, de boca aberta, sentindo-me envergonhada. As maõs do Zé percorrem o corpo da estagiária com carinho, beija-lhe as pálpebras, chama-lhe amor. Ela deleita-se com as palavras dele, atira a cabeça para trás, oferece-lhe o pescoço que ele beija com infinito prazer. Abraçam-se, os lábios trocam beijos constantes enquanto sussurram palavras tão doces! Então o beijo torna-se mais intenso, as mãos do meu colega tornam-se exigentes. As roupas vão caindo no chão e eles amam-se, diante de mim. Isto é amor, repito mentalmente. Ele entra no corpo da Fátima com infinita ternura, com uma doçura que me faz fechar os olhos para não ver. Sinto que estou a estragar um momento de rara beleza. Ela entrega-se ao abraço dele. Ele possui-a. Com calma, como se não estivessem num arquivo poeirento, mal cheiroso, deitados em cima de uma pilha de jornais ultrapassados. Os lábios não se largam, as ancas dançam com movimentos ritmados, precisos, mas sem atropelos. As maõs entrelaçam-se com a chegada do prazer. Ficam ali, sossegados, apaziguados, a sussurar carinhos..

O olhar de absoluta cumplicidade faz-me entender que as vossas almas conhecem-se, comungam dos mesmos sentimentos, do mesmo querer. E uma melancolia imensa crava fundo no meu peito a certeza que eu nunca amei assim, nunca ninguém me adorou desta forma, nunca a minha alma "chilreou" alegremente com outra alma..assim..
E um frio estonteante que chega a ferir instala-se no meu peito, como se algo estalasse dentro de mim, mostrando dentro da escuridão do meu ser a solidão de muitos anos, a entrega sexual tão solitária dos momentos de prazer..o beco sem saída que é o meu sentir..
Rastejo até à porta. Saio sem fazer barulho. Dou dois passos. Estaco. Aí estás, encostado à parede, à minha espera. Olhas-me e pareces compreender o turbilhão dos meus pensamentos. Nada perguntas.
-Anda menina, temos trabalho de última hora.
Sigo-te. Olhas-me de canto e percebes que algo se passa comigo. Passas um braço por cima do meu ombro e eu não estremeço (extraordinário)...estou demasiado ferida. Subimos devagar em direcção ao nosso canto de todos os dias e fazemos aquilo que sabemos: contribuimos para mais uma edição de um grande jornal nacional.
Estás quase meigo, quase humano, neste final de tarde...
O sentir é muito complicado meu querido editor. Tu sabes! Por isso nunca alimentaste a minha fantasia, nunca apagaste a minha fogueira.... não foi?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

rumos de prazer ..a minha versão..

............As vozes masculinas fazem-me esconder o corpo rapidamente. Eu sei o que aconteceria se eu continuasse assim, exposta, nua. Este é um segredo nosso, um momento que nos pertence e eu quero guardá-lo, não te quero dividir, não quero que me partilhes. Disfarço, apesar de perceber, pelo olhar de cumplicidade, que o que acabou de acontecer não passou despercebido ao teu namorado. E que ele gostou..Durante o jantar não deixei de procurar o teu olhar. Não disfarçavas e sorrias-me constantemente. Sabia que me desejavas e que irias até onde eu deixasse. Sentia-me diferente, profundamente alterada. Como mulher sabias perfeitamente onde me devias tocar, parecia que possuías uma chave mágica que abria portas que eu até então desconhecia. Quando me beijaste na praia foi..muito bom, suave, diferente e..tão excitante! Estava muito inquieta e perdida em mil sensações e , então, ouço os nossos acompanhantes dizer que vão sair, beber um copo, jogar bilhar..ver umas gajas..Que sim, que fossem, que não se preocupassem, ouvi-te dizer. Mal sairam, olhaste-me com malícia, fizeste um sorriso de gata e estendeste-me a mão..em silêncio. Aceitei o teu convite e acompanhei-te até ao quarto. Ao teu. Mal entrámos soube logo que me esperavas há já algum tempo. Na mesa de cabeceira havia uma orquídea lilás (as minhas preferidas) e uma body lotion de coco (o cheiro a que eu cheiro, como costumas dizer). Aceitei o teu abraço, deliciei-me com os beijos que fomos dando.Sabe tão bem a tua língua. É bom roçar uma pele macia, que não arranha! Exploraste o meu corpo devagar, com calma, tocando nos sítios certos. Espalhaste o creme no meu peito e nas minhas mamas, à volta dos meus mamilos. Passas as mãos pelas minhas coxas e vais subindo...baixas-te e sorves o meu clítoris. Estremeço, estendo a mão e toco-te suavemente nos seios, primeiro um e depois o
outro. Sinto o teu gemido que estava preso na garganta. Peço que te deites, é a minha vez, quero experimentar, quero saber como é..Estás deitada, ofegante, de olhos fechados e de braços estendidos para mim. Beijo e lambo os teus mamilos, desço até ao umbigo..arqueias a tua anca..pedes-me com voz rouca ..agora..mas não..ainda não..Desço até aos teus pés, brinco com eles, faço-te cócegas e depois vou subindo devagar, apreciando a suavidade das tuas pernas..sempre pelo interior, até alcançar as tuas coxas..passo a língua devagar, quase sem te tocar.. tens um sabor forte, é bom. Gemes. E então começo a sorver-te, enfio a minha língua dobrada pelo teu sexo, entro e saio de ti..abraço-te pela anca para te puxar mais para mim..para que a minha língua fure mais dentro de ti. Gritas e vais soltando palavras sem nexo ao sabor do prazer que te dou. As tuas pernas estão em volta do meu pescoço, a tua anca levantada e as tuas mãos puxam-me a cabeça cada vez mais para ti. Entro em ti com um dedo. Meto, rodo, tiro. Mais gemidos. Experimento com dois e sinto a tua mão a procurar-me o sexo. Entras em mim com dedos sábios e viras-me. Agora sou eu que estou deitada à mercê do teu desejo. A paixão explode entre nós e as nossas línguas sofregas não se largam. Deitas-te sobre mim, encostas o teu clítoris ao meu e sinto-me a delirar..isto é muito bom..o meu orgasmo é lilás, salpicado de cor de rosa. O teu não sei, mas os teus gritos dizem-me que gostaste. Olhamo-nos durante muito tempo até desfazermos o nosso abraço.Quando os homens chegaram disseram que tinhamos um ar comprometido..Não sei porquê..

rumos de prazer

uma história começa aqui. não sabemos como nem quando terminará. sabemos apenas que existem vários rumos possíveis e que todos serão revelados. a seu tempo.



O sol está a pôr-se mas a água está óptima no final de tarde de primavera. A prainha está deserta, à excepção de nós os quatro, de molho. O mar está completamente flat, nem os surfistas nos fazem companhia. Ao fundo, passa um barquito de pesca.
Já chega, estou a ficar com a pele enregelada. Saio, corro para a toalha. Tu vens comigo, eles continuam a nadar para longe, a ver até onde conseguem ir. Deixa-os ir.
Queres um iogurte? Mexo-o com a colher enquanto olho para ti. Fazes o mesmo, sorrimos enquanto levamos a colher à boca. Sinto-me bem quando estou contigo, fazes-me a alma sorrir. Percebes isso, não percebes? Olha para mim. Tira os óculos, o sol está-se a ir. Posso beijar-te as pálpebras? Apetece-me mimar-te. Posso?
Pouso o iogurte e pego no teu rosto com as mãos. Beijo-te as pálpebras uma e outra vez. A ponta do nariz. Manténs os olhos fechados e eu beijo os cantos dos teus lábios. Passo a língua por eles, e tu deixas-me entrar, dás-me a tua língua a beijar. Boca pequena e doce. Queres mais um pouco de iogurte? Partilhamos o prazer lácteo e frutado de um iogurte de morango. É bom, não é? Fresquinho…
Não resisto ao teu pescoço. Ainda está molhado e salgado da água. Sabe bem recolher as gotas que te escorrem do cabelo até ao ombro. Suspiras. Deixas-me ver o teu peito? É muito bonito. Olho para ti com um sorriso sugestivo e levo a colher ao iogurte. Deita-te. Passo as costas da colher pelo teu peito, a transbordar de iogurte. Entorno-o nos teus mamilos e delicio-me a sorvê-los devagar, lambendo o iogurte. Demoro-me, mesmo depois de já não ver o líquido branco cremoso.
Volto a mergulhar a colher no copo, e desta vez desço com a colher pelo centro do teu torso, deixando uma estrada branca na tua pele dourada. E vou lambendo, até ao teu umbigo. Rodeio-o em círculos e entro lá dentro com a língua. Sinto-te estremecer.

Queres tirar o bikini? Estou louca para te lamber toda, mas não quero parecer ansiosa. Mas tu acedes ao meu pedido e eu pego no copo de iogurte, mexo-o durante um bom bocado com a colher, levanto-a, faço o líquido verter novamente para o copo para comprovar a consistência e esboço aquele sorriso de novo. Passo com a colher por cima da tua púbis, tu abres as pernas e eu páro. Gosto de te deixar expectante.

Mas não resisto, há muito que queria fazer isto. Verto um fio de iogurte devagar, dou de beber ao teu clítoris. Arrepias-te, sabe bem? Parece que sim. Posso provar? Ummm, tão bom! Salgadinha. Doce e salgada. Com grãozinhos de areia à mistura. És muito bonita, sabias? Dou-te um beijo ruidoso nos lábios interiores. Oiço os homens a chegar, consigo antecipar a surpresa de um deles. Ou talvez não...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Querido editor: as palavras que nunca te direi II

A nossa redacção é uma extenção da vida de cada um de nós. Eu divido uma grande mesa com mais três colegas, cada um com a s suas fotos, as suas agendas, os calendários,os seus post-its, as chaves dos carros e muitas folhas, escritas, assim-assim e outras em branco.
A tua mesa de trabalho, central, é uma amálgama de cores..livros, revistas, agendas, muitos cd´s, muitas anotações e uns quantos telemóveis. A um canto, mas a ocupar lugar de destaque, uma moldura em bambu mostra uma mulher morena e dois garotos. A tua mulher e os teus filhos, numas férias passadas na neve. A mulher da foto sorri. E eu gosto dela, gosto de olhar para ela, apreciar-lhe o sorriso e imaginá-la feliz ao teu lado. Há uma outra mais pequena que te retrata equipado para esquiar, com uma paisagem gélida por trás. Gostas da neve. Vais sempre. Eu gosto dos trópicos, gosto das praias, amo o sol e o calor, estender-me sobre a areia só de tanga e mergulhar em águas azul turqueza e quentes. Detesto o frio e a neve deixa-me os dedos dos pés arroxeados e sinto-me como um pato com o fato próprio para o frio, a travar-me os movimentos. A neve contagiou o pessoal do jornal, todos vão para as estâncias de Inverno, para sítios diferentes, em grupo, com namorados, maridos e mulheres, amigos ou família.

Eu fico. Ando ocupada com um novo namorado. Ando a descobri-lo entre jantares bem regados e noites bem passadas. Ando entretida, muito envolvida. Tenho-me esquecido de ti, o meu corpo anda anestesiado de novas sensações. Estou calma, apaziguada.

Até que, uma destas manhãs, chego à redacção a deitar os bofes pela boca, cansada de tanta correria, esbaforida com a agenda de trabalho que tenho entre mãos e..então..estaco, pasmada.

Um mar de gente à tua roda, todos a espreitarem e a apontarem para um mapa, eu vou pra ali, e eu pra acolá..e tu:

-Este ano vou para aqui, olhem, é um sítio pequeninho, muito sossegado.

Todos se debruçaram para fitar o minúsculo ponto no mapa, até a Fátima (o que está ela a fazer ao teu lado, anyway?) e eu senti o chão a fugir-me debaixo dos pés.

Com uma sensação de profundo pesar fui sentar-me diante do meu "fiel amigo" e lancei-me ao trabalho indiferente aos vossos planos, aos vossos projectos, aos vossos anseios.

O Zé estranhando o meu silêncio perguntou-me se eu não ia a lado nenhum. Respondi-lhe que não tinha tempo nem dinheiro, mas com tão maus modos que tu não resististe e perguntaste sarcástico:

-É um mau dia miúda? Estás cá com um azedume!

Olha quem fala, cabrão. Penso. Resmungo entre dentes uma desculpa qualquer e atiro-me ao computador como uma doida alucinada. O rastilho do desejo aceso de novo a abrir crateras dentro de mim. Agora que sei que não vais estar por perto três ou quatro dias.Alteras assim o sentido dos meus dias sempre iguais, a saber do teu poiso, a saber o que fazes, a ter-te à mão, nem que seja só para te ver. E agora? A minha bílis descarrega quantidades industriais de um líquido sulforoso que me envenena as entranhas. Sinto-me doente de tão triste.

E é então que me surge uma ideia fabulosa. Se eu até sei como se chama a terriola para onde vais fugir...porque não arrastar a minha nova aquisição precisamente para o mesmo sítio..a pretexto de um fim de semana na neve? Pois...

São nove da noite. Eu e o Luís estamos às voltas com a tralha, à porta do meu prédio. Calhou muito bem a Opel Astra novinha do Luís. Dá para meter lá tudo. Cobertores e caixas de mercearia. Muita tralha para a neve, cd´s e livros para mim. O portátil, sempre.

A reserva foi assim assim de conseguir e como temos cozinha fica mais barato.

Fazemo-nos à estrada e vamos ganhando o Norte. Ao tempo que eu não via o Porto. Sempre para Norte. Entramos em Espanha e continuamos.

Cá estamos. Chegamos tardíssimo, ainda andamos às voltas até encontrar a casinha, pequeninha, com muita lenha no alpendre. Fizemos a cama e, mais tarde, debaixo dos cobertores e do edredon que trouxemos, ainda deu para trocarmos uns carinhos. Coisa pouca, estávamos cansados.


22H. Estou deitada, acordada,a sondar o insondável que eu sou. O Luís dorme ao meu lado. Comi-o como uma louca, como se não houvesse amanhã. E tudo porque hoje, bem cedo, dei de caras contigo.

Enquanto o Luís se atirava por montes e vales deliciando-se com a neve, eu arrastei-me até à pequena mercearia/tabacaria/papelaria da aldeia para comprar pão..e jornais.

E então lá ao fundo a escolher cigarros..estavas tu. Sozinho. Com um saco de pão e dois jornais.

A tua surpresa...misturada com um sorriso de carinho:

-Tu aqui! Então tu não és toda virada para as praias tropicais?

Pois, coincidências, calhou e tal, vou dizendo. E tu embalado..que estás a adorar, que os garotos andam loucos com a neve, que o hotel é muito bom, que tens de ir andando, e tal.

Eu que aproveitasse para descansar, que não andasse em grandes farras...

Tudo dito com essa voz grave, rouca, marcada pelo tabaco e com malícia.Tu a caminhar para a saída e eu ali, parada, a planar...anestesiada porque te vi longe do jornal, noutro contexto, e gostei ainda mais.

Passei o resto do dia num torpor que não sei explicar, farta de tanta neve, enregelada, com o nariz a pingar e só me senti um bocadinho mais reconfortada quando, à noite, o Luís ateou um grande fogo e cozinhou um excelente jantar. Comemos, bebemos e caímos na cama, abandonando-me nos braços do meu novo namorado, que é uma amante fabuloso. Imaginei mil fantasias, tudo porque te vi de manhã com um saco de pão na mão e dois jornais debaixo do braço!

Com o fogo apagado aqui na cama, fito o tecto e vou delirando nesta febre que me consome as entranhas.

Imaginar...


Nós os dois, o edredon, a manta de pêlo e as almofadas. Em frente à lareira, na sala, no chão. Os copos de vinho tinto delicioso que vamos bebericando, as chamas que tremeluzem na escuridão iluminando os nossos corpos nus. O cigarro que atiras ao lume para receber o meu beijo demorado, lânguido. Os meu braços que te rodeiam, o abraço que nos une e torna tudo tão excitante. O teu corpo que eu percorro com a minha boca, sem esquecer nenhum pedacinho até chegar ao teu sexo e aí demorar-me com a minha língua a descrever círculos, a abocanhar-te e a lambuzar-te. O som da música de fundo e os teus gemidos roucos. A forma como me preparas para te receber. O toque das tuas mãos experientes subindo pelas minhas coxas, abrindo-as, até chegar ao meu sexo que acaricias lentamente, com mestria. Um dedo explorador que me arranca suspiros. Dois dedos dentro de mim abrindo caminho, fazendo-me transbordar, derrubando as minhas defesas, acendendo em mim um desejo que me deixa trémula. Deitas-te, puxas-me para ti. Subo, procuro o teu sexo e dirijo-o para mim. Entras como uma luva e eu encosto as minhas mamas aos teus lábios. Seguras-me pela cintura e conduzes-me, marcas o ritmo. Estou em cima de ti, balanço-me, sinto-te fundo dentro de mim. Ofereço-te os meus mamilos que tu sorves, lambes e saboreias e isso entontece-me.Rouquejamos. Balanço-me mais forte e tudo explode à minha volta. Mil cores na minha cabeça. Tu sentes o meu prazer, viras-me num gesto rápido, abres as minhas pernas mais ainda e começas uma dança de movimentos rápidos e precisos. Eu aperto-te e olho-te enquanto me cavalgas, de olhos fechados, lábios entreabertos soltando gemidos. Cravo-te as unhas nas costas ao sentir-me arder uma vez mais. Arqueio a minha anca contra a tua. Gritas. Aumentas o ritmo e sinto, no fundo de mim, o choque que percorre todo o teu corpo. Libertas o teu prazer enquanto gritas sem pudor,ao meu ouvido, como é bom, como te excito, como gostas do meu corpo.

Mais tarde delicio-me a apreciar o brilho das chamas da lareira a iluminar a nossa cama improvisada e os nossos corpos saciados, o vinho tinto esquecido nos copos...

Se tu conseguisses perceber a loucura da excitação que sinto por ti, querido editor..

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

querido editor: as palavras que nunca te direi

Chegou à redacção uma estagiária nova: a Fátima. Acabadinha de sair da universidade. Verde, no que toca à profissão. Madura de carnes (carne demais na minha opinião) pernas grossas, peitão. Loira. Vi o teu olhar de macho. Alucinei de ciúmes, enganei-me no texto, dei erros (básicos, disseste) fiquei com o estomâgo às voltas e não comi o resto do dia. A Fátima ganhou uma inimiga, vários admiradores (a secção de Desporto em peso, onde se encontra a maioria dos homens deste jornal) e eu ganhei uma úlcera. A bem da verdade, tenho que referir que não lhe deste grande importância, mas o primeiro olhar, esse, eu vi-o.
Mas hoje é outro dia. Vou vestir-me para te chamar a atenção.Vou brincar com os teus sentidos.
Visto o "wonderbran" e coloco um par de almofadas extra. Um top decotado, umas leggins e uma mini-saia de ganga curta. Estou uma mulher fatal, género gazela com mamas emprestadas. Será que exagerei? Ao sair, o olhar esgazeado do porteiro diz-me que sim. Agora é tarde, estou em cima da hora.
Chego ao jornal. Os risinhos da secção de Desporto em peso fazem-me cair na realidade, sou uma tonta. Sento-me no meu lugar, tentando parecer indiferente à chacota geral. Mais tarde, quando entras, arregalas os olhos:
-Miúda, engordaste durante a noite?
Tento enfiar-me debaixo da mesa. Assobio baixinho, mas ainda ouço:
-E isso, é o quê? Um cinto?
As gargalhadas das "hienas" chegam até mim.
Silêncio na redacção. Só o habitual som das teclas, do telefone, fax e impressoras.
Trabalha-se. Estou às voltas com uma entrevista a um artista, por sinal bem interessante (o texto) mas não tenho ânimo. Estou deprimida. E então começo a escrever o que me vai na alma.
"Mais um final de tarde na redacção, já foram todos embora, falta o Zé que está à espera da Fátima (hum). Finalmente saiem.
Aproveito. Levanto-me e deslizo até ti, com um papel na mão onde garatafunhei meia dúzia de ideias (propostas de trabalho). Estás sentado em frente da tua mesa de trabalho, na tua cadeira giratória e eu encosto-me subtilmente a ti. A minha anca contra o teu braço. Concentras-te na leitura e , de repente, atiras a folha pelo ar, levantas o olhar para mim cheio de malícia e a tua mão desliza devagarinho para a minha coxa.
Giras na tua cadeira, ficas bem de frente para mim, as tuas mãos escorregam nas minhas pernas e vão subindo. Suspiro, atiro a cabeça para trás. Essas mãos estão agora debaixo da minha saia, apertas-me o rabo e vais puxando o elástico das leggins para baixo, até aos meus pés. Atiro-as para longe.
Olhamo-nos fundo na alma. Um beijo suave. Outro beijo mais malicioso. Provo a tua língua. É quente, encorpada.Estou de pé e tu sentado. A tua boca percorre o meu ventre. Mordes-me na barriga. Arrepio-me. Tiras-me o top.Começas a desenhar um círculo com a ponta da língua em volta do meu umbigo, enquanto as tuas mãos descansam no meu peito, em breves massagens, suaves.Brincas com os meus mamilos, castanhos, grandes, delicados.
-És tão macia...tão macia..tão delicada, sussurras.
Acendes em mim um desejo que eu julgava já adormecido.Abandono-me nos teus braços. É tão bom sentir-te.... meu querido...muito querido...
Deixas ficar a saia. Levantas-me uma perna. Sobes-me a saia até ao umbigo e entras em mim devagarinho, só com a pontinha da tua língua, a provar-me, como um gato pequenino, tímido.
Sinto os teus dentes a roçar o meu clítoris. Lambes, trincas, sorves-me como se eu fosse um figo maduro.Estou encharcada de tanta excitação. Quero dar-te prazer mas o teu braço forte que me rodeia a cintura mantêm-me dominada. Metes um dedo dentro de mim. Gemo. Rodas, tiras, metes mais um. Rodas. Metes, tiras.
-Quero-te..
-Também eu princesa..também eu..desejo-te..
As tuas palavras são música para os meus sentidos. Bálsamo para a minha alma.
Ajudo-te a tirar a roupa. Levantas-te, empurras-me contra a tua mesa de trabalho. De pé contra mim, sinto o teu sexo magnificamente, exuberantemente excitado a roçar as minhas coxas.
Beijo-te. Abraço-te. Esfrego as minhas mamas contra o teu peito peludo, doente de excitação, trémula de desejo. Ninguém te quer como eu. Tu, homem experiente, sentes o meu cheiro de fêmea, a minha loucura, a minha entrega alucinada. E morres de prazer.
Pedes-me:
-Sabes o que quero..faz-me feliz.
E eu faço!
Ajoelho-me, pego no teu sexo com as duas mãos, esfrego-o no meu pescoço, nas minhas mamas.
Começo a lambê-lo devarinho, só a cabecinha. Com a ponta da língua vou insistindo nas partes mais delicadas, deliciando-me com os teus gemidos de deleite.Sinto o macho que há em ti desperto, o teu instinto mais primitivo a vibrar e não há nada que me dê mais prazer...
Dou por mim deitada sobre a tua mesa. Abro bem as pernas para te receber. Levas-me ao céu quando me penetras. Não podia sentir-me mais preenchida. Sou um rio e, contudo, sinto-me em brasa. O meu corpo banhado em suor pertence-te e tu aproveitas bem cada mílimetro de mim. As minhas pernas apertam-te o pescoço, não podia estar mais aberta, mais disponível. Nos teus braços morro e ressuscito em vagas sucessivas. Até que, sem aguentares mais, juntas o teu leite ao meu chá de camomila. Uivas de prazer".
Amanhã é outro dia. Há outro jornal para escrever. A vida palpita lá fora.Se tu imaginasses querido editor..

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

chocolate e menta..

Sábado. A noite promete. Estou em frente ao espelho. Estou excitada comigo, com o meu corpo. Não sou perfeita, mas sei que transpiro sensualidade. Vesti calças pretas, justas, calço umas botas também pretas, de salto bem alto. Olho-me, ainda em soutien e escolho um top bem justo.
Maquilho-me, sorrio, ajeito o cabelo acobreado, quente, a condizer. Estou pronta, saio.Respiro o ar da noite e sinto-me uma gata. Vou bamboleando as ancas até ao carro enquanto vou cantando um tema de Rita Redshoes. Entro, aumento o volume do rádio e faço-me à estrada.
Chego ao local combinado da grande festa. Muitos amigos, muitos homens. Sinto-me rodeada, alguns tocam-me ocasionalmente mas a mão repousa no meu ombro, na minha cintura ou no meu cabelo, muito mais tempo do que o necessário. Eu olho-os e sorrio.
Aceito uma bebida e começo a vaguear pela sala e então vejo-te. Encostado ao balcão. Cigarro nos lábios, sempre.Cara muito bem barbeada e olhar malandro...e o sangue acelera e aquece nas minhas veias. Conversamos banalidades sem despegar-mos os olhos, os lábios a perguntarem pela vida e os olhos a dizerem "vamos...". Mas ficámos ali, rodeados de amigos, mas isolados do mundo. O relógio a marcar a passagem dos minutos e das horas. Dançamos bem agarrados e eu tenho de morder os dedos para me segurar, para não te pedir mil beijos. O teu sexo duro vai roçando contra mim e tu apertas-me e a noite já vai alta e eu estou a ficar cega de desejo e vou-me esfregando em ti, ao som da música. Vais apalpando-me de forma dissimulada, um dedo que repousa "acidentalmente" sobre o meu peito, uma mão que "resvala" para o meu rabo.
São os teus sinais e o meu corpo conhece-os tão bem!
Começam a sair os primeiros desistentes. É a nossa deixa. Escapulimo-nos.Fugimos no teu carro, só paramos junto ao mar.
Tentas falar e eu calo-te com um beijo de língua, lambo-te demoradamente, mordo-te os lábios, enquanto salto para o teu colo. Tu abres bem as pernas para eu te sentir bem duro, quase a furar as calças. É assim que eu gosto de te sentir e enquanto nos vamos livrando da roupa, o nosso bafo vai embaciando os vidros. Estamos camuflados.
-Passa para o outro banco..e abre o porta-luvas...tenho uma surpresa, arquejas.
Abro o dito cujo e vejo-os logo. Duas embalagens. Preservativos com sabor. Chocolate e menta.
Fico indecisa. Decido-me a favor do chocolate. Para começar.
Mal o colocas, ataco-te. Lambo-te como se fosses um sorvete com sabor a chocolate. E é bom. Gritas. Dás-me uma palmada no rabo. Gosto. Continuo a chupar-te enquanto o teu sexo começa a estremecer. Vens-te abundantemente. Está na hora de tirar isto.
-Agora é a tua vez. Sussurras de forma provocante, na tua fome saciada.
-Mas a mim..tem de ser ao natural. Sorrio-te.
-É como eu gosto, dizes, enquanto desapareces por entre as minhas pernas.
Abro-me bem para ti. A tua língua entra em mim e brinca com o meu clítoris. O meu corpo é percorrido por choques eléctricos. Sinto os líquidos da minha excitação a escorrerem pelas minhas coxas. Empurro a anca na tua direcção cada vez com mais força, puxo-te a cabeça para que entres mais em mim e... descarrego na tua boca o resultado de um prazer que o corpo há muito me exigia. Respiro como se tivesse caído ao mar. Sossegamos por minutos.
E então recomeçamos devagar. Beijos, toques, muita língua. Estás tão excitado!!
Estendo a mão para o preservativo com sabor a menta. Ajudo-te. Passo a língua pelos meus lábios e saboreio as palavras quentes que te atiro:
-Agora apetece-me uma pastilha elástica.....
Ris e estremeces, antevendo o prazer que te vou dar. De novo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

o primeiro do resto das nossas vidas..

Meu querido

disseram-me que teria de ser eu a inaugurar-te, desvirgindar-te, enfim, dar o primeiro passo, e logo eu que sou tão timida! Preciso de horas intermináveis de namoro, palavras doces sussurradas ao ouvido, passeios de mãos dadas ao entardecer, de partilhar um gelado numa esplanada... mas tenho muito prazer em conhecer-te..palavras quentes, é o teu nome?

Gosto, gosto de palavras, doces, picantes, provocantes...e quentes..então...

Vais fazer-me ferver? Levar-me em volúpia numa viagem ao mundo dos sentidos, de segredos jamais revelados?

Fica combinado. Este é o nosso ponto de encontro. O ponto de partida, a porta aberta para o meu interior...feito de palavras quentes, quentes, a escaldar...

Que calor...