sexta-feira, 30 de abril de 2010

nem de propósito...

Nacionalidade de Adão e Eva









Um alemão, um francês, um inglês e um português apreciam o quadro de Adão e Eva no Paraíso.

O alemão comenta:

- Olhem que perfeição de corpos:
Ela, esbelta e espigada;
Ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados.
Devem ser alemães.


Imediatamente, o francês contesta :
- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende das figuras:
Ela, tão feminina,
Ele, tão masculino,
Sabem que em breve chegará a tentação.
Devem ser franceses.


Movendo negativamente a cabeça o inglês comenta :
- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto.
Só podem ser ingleses.

Depois de alguns segundos mais, de contemplação silenciosa,
o português declara
:
- Não concordo. Olhem bem:
não têm roupa,
não têm sapatos,
não têm casa,
tão na merda,
Só têm uma única maçã para comer.
Mas não protestam
,
só pensam em sexo,
e pior,
acreditam que estão no Paraíso
.
Só podem ser portugueses



















Isto não está para brincadeiras..

Decidi hoje, depois de ter dado um "chega para lá" ao meu editor, voltar a postar neste meu espaço. Primeiro, tenho saudades de contar coisas, segundo, quero agradecer a todos os que compraram, divulgaram, leram o meu livro, terceiro, esta minha cabeça precisa urgentemente de se libertar, gritar a revolta contra tudo o que se está a passar. O QUE É ISTO? Que país é este onde metade morreu e a outra está inconsciente? Alerta, alerta: é preciso um novo 25 de Abril, é preciso ir de novo ao terreiro gritar de punho erguido. É só para dizer que eu não morri, estou viva, com os sentimentos em carne viva, a mim ninguém me enterra viva.
Voltarei..

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Lugar encantado

Aqui é o sítio onde percebemos como somos pequenos perante a grandeza da Natureza..

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os anos foram passando e o caranguejo roxo “de fúria” tornou-se um jovem adulto muito charmoso e inteligente. Tinha uma carapaça forte e umas pinças enormes que despertavam a atenção das raparigas-caranguejo.

Num dos habituais bailes de sexta-feira, o nosso amigo conheceu a bela “Lili”, uma caranguejo linda. Convidou-a para dançar uma valsa e rodopiaram pelo salão perante o olhar aprovador dos mais velhos. Quando o baile acabou os nossos amigos já estavam apaixonados.



Alguns meses mais tarde resolveram casar. Para os caranguejos, alegres por natureza, o casamento era motivo para grande festa, à qual ninguém podia faltar.

Assim, no dia marcado, o velho navio português Maria da Glória, naufragado em 1871, encontrava-se muito bem decorado pelos recifes-coral e todo iluminado por peixes-luminosos. Um coro bem afinado de peixes-anjo cantava belas músicas e o velho padre tubarão-martelo esperava pacientemente pelos noivos.

O navio estava lotado de convidados. Todos os habitantes do Planeta da Justiça compareceram. Os homens vestiram os seus melhores fatos e as senhoras colocaram pérolas ao pescoço e usaram lindos chapéus.

Quando a “Lili” apareceu todos se calaram perante a sua beleza. Com um lindo vestido feito de espuma e algas marinhas e usando uma anémona como véu, ela era a noiva mais bonita que alguma vez tinham visto. O caranguejo roxo “de fúria” também estava muito elegante e orgulhoso.



Depois seguiu-se um baile fantástico que durou até de manhã. Todos se divertiram muito e dançaram pela noite adentro!
Passado pouco tempo nasceu o primeiro bebé-caranguejo e depois outro e outro e mais outro.

Quando já tinha 18 filhotes o caranguejo roxo “de fúria” começou a pensar seriamente em abrir um negócio para sustentar uma família tão grande.
Então, numa noite de grande tempestade, na taberna, enquanto ouvia os velhos polvos-do-mar a contar histórias de marinheiros humanos que caminhavam em duas pernas e belas sereias com caudas de escamas, o nosso amigo ouviu por entre aqueles gabarolas, uma voz conhecida.

-Zé Polvo! És tu?

-Roxo “de fúria”? Ouvi dizer que tinhas casado!

Os dois velhos amigos sentaram-se a conversar. O “Zé Polvo” também tinha viajado pelo vasto oceano. Tinha visto coisas fantásticas! Em pouco tempo começaram a conversar sobre o futuro das suas vidas e resolveram ser sócios e abrir um negócio em conjunto.

Decidiram abrir uma marisqueira! Para tal, limparam uma velha concha, costuraram toldos coloridos e deram uma grande festa de inauguração.



No início tudo corria bem. A marisqueira “fresquinha” tinha sempre vieiras (uma espécie de molusco), lapas, mexilhão e ostras deliciosas para oferecer aos seus clientes. Também serviam saladas de frutos do mar, muito apreciadas entre as lulas e os polvos.

Todos os dias de manhã bem cedo, chegavam os peixes-palhaço montados em cavalos-marinhos que transportavam novos carregamentos bem fresquinhos destas delícias.

À noite, os velhos lobos-do-mar, os polvos-piratas, que usavam vendas e fumavam cachimbo, reuniam-se na marisqueira e contavam histórias de náufragos e tesouros escondidos. O “Zé Polvo” tinha uma linda voz e cantava músicas românticas, que faziam as damas suspirar.

Mas um dia, o caranguejo roxo “de fúria” começou a reparar que alguma coisa não batia certo. Parecia que o marisco desaparecia da noite para o dia. Como é que era possível? Havia alguma falha na entrega, tinha de falar com os peixes-palhaço…

Então, depois de conferir que estava tudo em condições com a entrega, o nosso amigo começou a pensar que o desvio das vieiras só podia acontecer durante a noite. Mas como? Será que elas fugiam? Ali no Planeta da Justiça, só o facto de pronunciar a palavra roubo fazia estremecer de terror o mais feroz dos tubarões.

Decidiu esconder-se na zona dos viveiros, que são grandes aquários onde se guardam os peixes e os mariscos. Nesse mesmo dia tinha havido uma grande entrega de vieiras. Portanto, agora era só aguardar.

Escondido por entre as algas o nosso amigo roxo esperou. Nos viveiros, estava tudo muito calmo. De repente, ouviu alguém a aproximar-se. Escondeu-me melhor para não ser visto e não tardou a descobrir o amigo “Zé Polvo” a aproximar-se sorrateiramente dos viveiros.
Esperou, no escuro, sentindo o coração bater descompassado. E então…o que ele mais temia aconteceu!

O “Zé Polvo” dirigiu-se aos aquários e antes que o seu sócio tivesse hipótese de dizer alguma coisa deitou os tentáculos a meia-dúzia de deliciosas vieiras e engoliu-as num instante.

Meio atordoado perante um crime tão bárbaro e sentindo-se atraiçoado pelo seu melhor amigo, o caranguejo roxo “de fúria” saiu da sombra e gritou:

-Ladrão! Não posso acreditar que te vi cometer tal crime!

O nosso amigo estava tão roxo, tão roxo de fúria e raiva que começou a aumentar de tamanho. Muito envergonhado o “Zé Polvo” começou a ficar cor-de-rosa e depois pôs-se muito vermelho e ficou muito pequeno.

Que vergonha!

A notícia espalhou-se rapidamente por todo o Planeta da Justiça.

Nunca ninguém tinha ouvido falar de tal coisa: um roubo!
Nem os mais velhos que já tinham muita idade e já tinham visto muitas coisas se lembravam de um caso destes!

Os tubarões estavam muito preocupados e os polvos, tidos como os animais mais prudentes, estavam furiosos.
Era preciso reunir o Conselho Popular!

Assim, numa tarde muito escura que anunciava uma tempestade tropical, todos os habitantes daquele planeta reuniram-se na praia deserta.

Quem falou em primeiro lugar foi um tubarão-martelo que lembrou que, na sua opinião era preciso perdoar o “Zé Polvo” para tentar restabelecer a paz.

Mas logo se fizeram ouvir muitas reclamações. Uma sardinha pôs-se de pé e gritou:

-Nem pensar! Era só o que faltava, nós nunca tivemos crime e não podemos aceitar uma coisa destas. É um criminoso e tem de ser castigado.

-Calma pessoal. Vamos a votos! - Propôs um dos cavalos-marinhos.

E então a velha barracuda que era árbitro nos jogos de domingo deu início à votação.

-Quem é a favor da expulsão do “Zé Polvo”?

A maioria esmagadora das pinças, barbatanas e tentáculos levantaram-se imediatamente. O destino do desgraçado polvo estava traçado.

O “Zé Polvo” estava muito triste mas, num fio de voz, reconheceu que os amigos tinham razão. Dirigiu-se ao seu sócio caranguejo roxo “de fúria” e pediu perdão pelo seu acto tresloucado:

-Desculpa tudo o que fiz. Sei que errei e agora tenho de ser julgado por isso.

O nosso amigo caranguejo também estava muito triste mas a lei era bastante clara. Roubar é um crime!

-Lamento muito, mas não te esqueças: serei sempre teu amigo.

Então, sob escolta dos tubarões-martelo o “Zé Polvo” foi levado para fora do Planeta da Justiça e conduzido ao lado escuro do oceano, onde existiam tribunais, juízes e advogados.

Diante de um juiz muito velho e com umas barbas brancas grandes, conhecido por “terror do oceano” o infeliz polvo ouviu a decisão final do tribunal:
Limpar com as suas fortes ventosas (ponta dos tentáculos) o fundo do mar e pintar, com a tinta preta que produz no seu corpo, todos os barcos afundados ao longo da costa.


The End

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

-Injusto? Achas que é isso a injustiça? Então, meu amigo, ainda não viste nada…respondeu um peixe-palhaço que estava encostado ao balcão a beber um cocktail de frutos do mar.

Muito intrigado o nosso amigo perguntou se naquele sítio havia injustiças mais graves.

Nova risota geral.

Já sem paciência a empregada jeitosa mas mal-humorada explicou que:

-É claro que há injustiças bem mais graves. Olha, por exemplo, os roubos, todos os dias há assaltos a lojas e às casas das pessoas. Olha, eu já fui roubada em plena luz do dia!

O caranguejo roxo "de fúria" empalideceu ao ouvir aquelas palavras.

-Eu não posso acreditar. Roubos? Mas eu pensei que isso só acontecia no cinema.

-No cinema? - Gritou um tubarão que tinha uma venda preta a tapar-lhe um olho, porque era um tubarão-pirata. -Donde vens tu pobre pequeno? Do Planeta da Justiça?

-Sim. - Disse o nosso amigo esperançado. -Conhecem?

Fez-se um silêncio terrível.

-Tu vens mesmo do Planeta da Justiça? - Perguntaram todos a uma só voz.

-v-v-venho… - Gaguejou o pequeno que estava a ficar com muito medo daquele lugar. - Conhecem? - Repetiu.

-Bom, a minha mãe falou-me desse sítio, chamava-lhe a Terra Prometida. Um lugar onde não existe crime, onde não há injustiça! Um lugar de sonho! - Suspirou um velho polvo do mar.

-Eu também já ouvi falar de um sítio assim, mas pensei que fossem lendas, contadas por velhos marinheiros humanos e sereias. Seres encantados que contam fantasias…pfff! - Resmungou o tubarão da venda, sem conseguir esconder a sua admiração.

-Não, não são lendas. O Planeta da Justiça existe mesmo. E é um lugar maravilhoso. - Disse o caranguejo, já cheio de saudades de casa. E durante muito tempo só se ouviu a sua voz melodiosa a contar como era a vida na sua terra.

À sua volta havia cada vez mais peixes, polvos, cavalos-marinhos, barracudas e tubarões. Todos os animais do lugar estavam atónitos com as histórias que o nosso pequeno amigo contava.



Naquela mesma tarde os novos amigos do caranguejo levaram-no a conhecer o Tribunal e a Prisão.

O pequeno nem queria acreditar no que os seus olhos viam, nem nas palavras que ouvia. Contaram-lhe histórias de grande injustiça e o caranguejo roxo “de fúria” estava muito triste.

-Não quero ficar aqui nem mais um instante. Preciso voltar para a minha terra. Isto é tudo muito injusto!

-Eu se vivesse num lugar como o teu planeta nunca de lá sairia. - Disse um polvo muito irritado.

-Bom, eu só queria conhecer o resto do mundo.

-Pois, agora que já conheces, pequeno, volta para o teu lugar. Não há sítio melhor para se viver. És um sortudo! - Disse um dos tubarões, enquanto lhe passava uma barbatana pela carapaça.

-Sim; acho que é melhor ir embora. A minha mãe já deve estar preocupada.

Nesse instante ouviu-se um barulho terrível e aparecem vários polvos montados em potentes cavalos-marinhos.

-Fujam! São os polvos-ladrões! Vêm ao cheiro da sardinha, outra vez.

E desataram todos a fugir. O pequeno caranguejo roxo ficou muito admirado e cheio de medo. À sua volta havia uma grande confusão, com todos os animais a correr para se esconderem.
As pobres sardinhas saíram a nadar tão rápido que quase pareciam voar.


O caranguejo roxo “de fúria” correu e nadou. Nadou e correu com quantas forças tinha, até chegar à entrada do seu planeta.

- Já de volta amiguinho? - Perguntaram os guardas quando ele apareceu a nadar velozmente.

Ainda ofegante e sem conseguir falar o nosso caranguejo deu um abraço apertado a cada um dos tubarões que, como não estavam nada habituados a manifestações de afecto, coraram até às guelras.

-Estou tão feliz por estar aqui! - Suspirou o nosso amigo e apressou-se a juntar-se à sua família.


Durante semanas não se falou noutra coisa no Planeta da Justiça. O nosso amigo foi considerado um verdadeiro herói. Narrou a sua aventura inúmeras vezes, principalmente em noites de tempestade, quando os seus ouvintes sentiam mais medo. Algumas sardinhas até desmaiaram quando ele contou o ataque dos polvos-ladrões.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mal atravessou a linha divisória da fronteira o nosso herói viu-se rodeado de seres sinistros. Os animais daquele lugar não pareciam satisfeitos com a vida, não mostravam felicidade ou alegria. Olhavam de lado uns para os outros.

"Que sítio tão estranho e assustador" pensava o caranguejo roxo "de fúria".

Então decidiu entrar num café, comer alguma coisa e descansar um bocado.

Ao virar da esquina viu uma padaria que anunciava "pãezinhos quentes a qualquer hora".

Hum! Era mesmo o que lhe apetecia! Entrou, sentou-se e pediu educadamente um pãozinho quente com geleia de algas.

A empregada, uma donzela da espécie cavalo-marinho respondeu de forma rude:

-Já não temos pão quente. Acabou há muito tempo.

Admirado, o nosso amigo apontou para o letreiro da porta:

-Mas ali diz que há pão quente a toda a hora.

-Pois, mas o que diz o letreiro é uma coisa, e a realidade é outra.

-Isso não é justo! - Exclamou admirado o caranguejo.

Então toda a gente na pastelaria começou a rir de um modo trocista.
(...)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um dia uma curiosidade irresistível de conhecer outros pontos do enorme oceano, levou-o a dizer adeus aos seus familiares e amigos. Em vão a sua querida tetravó “fortes-pinças” o tentou fazer desistir da ideia, dizendo-lhe que o mundo do outro lado do oceano não era o lugar ideal para um caranguejo roxo de boas famílias. Mas ele não queria saber de avisos e conselhos. Vestiu o melhor fato, colocou um lindo chapéu de coco e lá partiu em direcção a uma nova aventura.


Atravessou os vastos limites do Planeta da Justiça até chegar aos portões da fronteira.
À sua frente, dois enormes tubarões fizeram sinal de "Stop".
O nosso amigo cumprimentou-os educadamente.

-Onde queres ir amiguinho? - Perguntou um dos enormes guardas.
-Vou à aventura, quero conhecer novos mundos.

-Ah! - Disse um deles, muito admirado. - Mas não sabes que o mundo ali daquele lado é horrível? E perigoso? - Perguntou, pois nunca ninguém voltara do lado negro do oceano.

Destemido, o nosso amigo inchou o peito e respondeu:
-Pois eu não tenho medo. Quero saber o que passa no vasto oceano. Não posso passar o resto dos meus dias aqui fechado.

Apesar de muito tristes porque não o conseguirem convencer a ficar, os guardas deixaram-no passar.

(...)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

início do conto..

O Planeta da Justiça


Era uma vez um reino muito distante, bem no fundo do oceano, chamado O Planeta da Justiça, onde toda a gente vivia em perfeita harmonia: não havia roubos, nem violência, nem qualquer situação de injustiça.

As caranguejolas, os ouriços-do-mar, os polvos, os milhares de peixes coloridos e até os ferozes tubarões conviviam pacificamente num mundo perfeito.

Não existiam fechaduras nem chaves, porque ninguém entrava em casa dos outros sem autorização. O conceito de roubar era desconhecido para habitantes daquele planeta.

Lá, entre muitas outras espécies, viviam os caranguejos roxos. Famosos pela sua bondade e bom carácter, eram muito respeitados entre os outros animais.

Os caranguejos organizavam os bailes que aconteciam todas as sextas-feiras no Planeta da Justiça, desde há muitos séculos. Entre os famosos caranguejos, encontrava-se o nosso amigo caranguejo roxo "de fúria". Era muito temperamental, mas muito justo. Acima de tudo era conhecido pela sua curiosidade e por ser um excelente aluno na Escola de Preparação para Caranguejos Justos. (...)

depois da ausência..

Olá a todos, depois desta ausência quase forçada, voltei.
Quer dizer eu estive sempre por aqui mas..tão ocupada, tão stressada e tão chateada..
Pois é..mas lá regressei..
O Palavras Quentes mantêm o seu rumo mas, vou também explorar outra escrita.. não tão
escaldante, confesso, mas inocente. Vou publicar aqui um pequeno conto infantil que escrevi, espero que gostem..

quinta-feira, 14 de maio de 2009

o relógio

"O relógio é parecido com o homem: quase nunca regula bem.
Entre as doenças hereditárias do relógio, a que mais me dá pena é o facto de
ele ter uma perna mais curta que outra.
Actualmente há relógios automáticos com grande perfeição: adiantam automaticamente,
atrasam automaticamente, param automaticamente e estragam-se automaticamente. Tudo é automático!
A maior mentira que me pregaram foi quando me venderam o último relógio. Disseram-me
que ele andava sozinho, e não andou sequer um metro; que marcava os segundos, mas nem sequer marcou os primeiros, que era de pulso, mas não aguentou sequer um dia de trabalho;
que era à prova de água, e com as primeiras chuvas morreu afogado.
E sabem qual a diferença entre um homem apressado e um relógio parado? O homem apressado marca a hora, mas não tem tempo, o relógio parado tem o tempo mas não marca a hora.
Sabeis aquela do relógio que teve um acidente? Foi assim: Ele morreu na hora h, quando se lhe rompeu a corda e caiu nas pedras de rubi. Veio a falecer poucos segundos depois, sem assistência dos minutos, que não chegaram à hora."
Para terminar, podemos dizer, então, que um relógio..é isso mesmo, um relógio!

Bebe as minhas palavras "querido minhoto"

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

tarde de chuva



-Estou


-Sim?


-Sou eu..


-Então, quando vens?


-Logo..mas queria saber outra coisa..essa cena do despedimento da Controlinveste..há algum problema contigo?


-Não..não te preocupes,depois falamos sobre isso. Estou à tua espera..

Desliguei com o coração mais leve, acabei o trabalho que tinha entre mãos e fiz-me à estrada. Estava um final de tarde muito complicado, com muita chuva e o trânsito, por regra caótico na "tua" cidade, estava absolutamente inacreditável. Lutei um bocado ainda contra o brilho demasiado forte dos faróis dos carros, da chuva e do nevoeiro.

Estacionei no sítio habitual. Bati à porta do jornal deserto e mergulhado na escuridão.

Abres a porta e estendes-me a mão. Apertas-me e mostras-me, por entre beijos as saudades que dizias ter de mim.

-Espera..deixa-me dizer-te umas coisas..
mas os teus dedos já corriam pelo fecho das minhas calças, não tardo a sentir o fresco da noite na pele nua. Enlaço-te e procuro os teus lábios que me provocam cócegas, ternura e tesão e entrego-me nas tuas mãos suaves que eu já conheço tão bem..
Rolamos num abraço de corpos mornos, arfo quando me tocas no interior das coxas, um dedo dentro de mim, dois dedos a abrir os meus lábios. Gemo. Faço-te um sinal "eu por cima", monto-te. Sinto o teu sexo duro a bater bem fundo dentro de mim. Grito e arranho-te no extâse que sinto em todos os meus poros. Transpiro enquanto as tuas mãos seguram nos meus seios, com força, olho-te nos olhos ao sentir o prazer que te devora e apazigua.
Deixo-me cair ao teu lado, lânguida e satisfeita..

Foi tão bom

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

capuchinho vermelho-tás a ver?

CAPUCHINHO VERMELHO - Versão Acordo Ortográfico de 2058

" Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena! A pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver? E então disse-lhe: - Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola! Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, a curtir o som do iPod... É então que, ouve, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita: - Yoh, tá td? Dd tc? - Tásse... do gueto alí! E tu, tásse? - disse a pita - Yah! E atão, q se faz? - Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano! - Marado, marado!... Bute ripar uma até lá? - Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata... - Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada. - Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!! E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver? Manda um toque na porta, a velha 'quem é e o camano' e ele 'ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na...', a velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda... Mas mêmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos... O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo á velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL... o gajo tava bué abichanado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tázaver? A pita chega, e tal, e malha na porta da velha. - Basa aí cá pa dentro! - grita o dog. - Yo, velhita, tásse? - Tásse e tal, cuma moca do camâno... mas na boa... - Toma esta cena, pa mamares-te toda aí... - Bacano, pa ver se trato esta cena. - Pá, mica uma cena: pa ke é esses baita olhos, man? - Pá, pa micar melhor a cena, tásaver? - Yah, yah... E os abanos, bué da bigs, pa ke é? - Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tásaver? - Yah, bacano... e essa cremalheira toda janada e bué big? Pa que é a cena? - É pa chinar esse corpo todo!!! GRRRRRRRR!!!! E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né? Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora! Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando vai pa engolir a gaja aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo alí, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha. Ina man, a malta a gregoriar-se toda!!!

E prontes, é isso. .."

Fixe, não acham, e tudo e tudo?

Pois..

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

palavras no JN

Pois é amigos, o Jn publicou na revista de sábado este pequeno texto sobre o palavras e chamou-lhe ...ficção..vou contar aqui mais uns casos desta chamada..ficção :)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

prenda de natal erótica..hummmm..

Boas! para quem ainda não comprou aquela prendinha especial de fazer crescer água na boca, aqui fica a minha sugestão: porque não oferecer o Sexo Off The Record-Palavras Quentes de uma Jornalista? (olha para a gaja a tentar vender o que é dela..tss..tss)

Locais ond está à venda este magnifício (cof cof, entalei-me) romance biográfico:

http://www.7dias6noites.com/ (venda on line)
Bertrand
Corte Inglês

Não esquecer que deve ser entregue num embrulho muito sugestivo e acompanhado de (tomem nota):

-preservativos de sabores
-lingerie erótica
-"brinquedos"
-Champagne

E pronto, tenho a certeza que a noite de consoada vai ser muuuuiiiitooo animada:)

Beijinhos e Bom Natal

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Palavras nas bancas

Viva. Finalmente o livro "sexo off the record-palavras quentes de uma jornalista" já está nas bancas. Apesar de todas as dificuldades que tiveram que ser ultrapassadas, nomeadamente o facto do conteúdo do livro ter sido considerado "muito liberal" e do visual do mesmo (não tem título na capa) ter também sido criticado..enfim..por fim tudo correu bem. E finalmente este projecto baseado aqui no "palavras" foi avante.
Quero mais uma vez agradecer aos elementos do Provoca-me!, principalmente à carpe e ao QJ por todo o apoio e carinho que sempre me deram ao longo de todo o processo.
da mesma forma e pelos mesmos motivos aqui fica o meu uivar de gratidão ao cão sarnento..
E pronto, estou de volta :)

Visitem a galeria da Sara Sá, a fotógrafa responsável pela foto da capa do "sexo off the record"

http://olhares.aeiou.pt/palavras_quentes/foto2238673.html

Espero que se divirtam a ler as minhas palavras, tanto como eu me diverti a escrevê-las.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

o palavras vai "virar" livro

Amigos:

O "Palavras Quentes" recebeu uma proposta de edição e vai "virar" livro. Urge agora fazer uma pausa e escrever vários textos que estão "na forja" e que irão fazer parte do livro que chegará ao público por altura do Natal.

A todos os leitores do "palavras" o meu muito obrigada pela força e pela amizade. Aos meus companheiros de blog:carpe vitam e qj (este último quase me obrigou a criar o blog) o meu coração inteirinho de bandeja: sempre.
Mas atenção: o "palavras" não acaba, fica apenas em suspenso. E é claro que esta vossa muito querida vai continuar a navegar na blogoesfera, a comentar, a provocar e a incendiar os vossos sentidos...

Sugestões para o título do livro e o que mais entenderem são muito bem acolhidas.

Com muita amizade

vossa muito querida

quarta-feira, 18 de junho de 2008

JN revisitado II

Ouço-te dizer até amanhã a alguém que ainda está na redacção e logo de seguida apareces, puxas-me pelo braço e desaparecemos por entre "shiuss" e sorrisos maliciosos em direcção ao espaço que "tão bem" escolheste para este reencontro.
Perco-me nos teus braços enquanto vamos tirando as roupas ao sabor do desejo que começa a escaldar. Puxo-te para mim e procuro a tua boca. O teu beijo alucina-me, a tua língua dança com a minha e as tuas mãos exigentes que passeiam pelo meu corpo fazem-me recuar dez anos. A minha boca conhece de cor esse corpo...percorre-o até chegar ao teu sexo. Duro. Quente. Palpitante. O cheiro de macho atinge-me como um choque eléctrico que me percorre as entranhas. Este cheiro que eu não sabia que tinha guardado durante todos estes anos. Lambo-te e chupo-te até pedires "mais não, por favor".
De joelhos à minha frente abres o meus lábios com dois dedos e sorves-me como se eu fosse um figo maduro. O meu sexo é uma romã. Carnuda. Polpuda. Inchada de tesão. A escorrer rios de excitação. Trincas o meu clítoris e eu grito de prazer.
Vamos para o chão. Eu ajoelho-me e tu vens por trás e começas a lamber-me. Grito. Tu sabes que isso deixa-me louca. É tão diferente de ser lambida de frente....tão melhor..
Entras em mim e sinto o teu sexo bem duro a bater contra a boca do meu útero em estocadas firmes, ritmadas, que me levam ao orgasmo.Sentes as minhas contracções e pedes-me sexo anal.
Viro-me de frente para ti, coloco as minhas pernas à volta do teu pescoço e o teu sexo desliza para dentro do meu rabo. Balanço a anca contra ti e frente a frente, olhos nos olhos, com as nossas bocas a lambuzarem-se, aprecio o prazer que se desenha no teu rosto, o tesão que chispa nos teus olhos, as saudades que eu tinha de sentir o teu orgasmo...
"É claro que não vais postar nada disto lá no teu blog..."
Claro que não querido..

JN revisitado

Claro que mais cedo ou mais tarde ias acabar por descobrir que sim, sou eu. A muito querida sou eu. Sim, querido. Tenho as mãos a suar e a voz a tremer enquanto falo contigo ao telemóvel. Tantos anos...e a tua voz a provocar o efeito de sempre..para sempre..
Claro que vou ter contigo. Combinámos e faço-me à estrada. Os quilómetros entre Lisboa e o Porto gastam-se rapidamente enquanto o pensamento voa..
Estás igual. Diferente, mais velho (pois) mais seguro, mais calmo, mas igual. Tens o mesmo brilho malandro nos olhos e na pele o mesmo cheiro.
Entrar no jornal contigo tantos anos depois foi arrepiante. O espaço mudou consideravelmente, há mais cubículos, há um cheiro a modernidade e muitas caras novas, para mim, of course. E outras tantas conhecidas. Eles não me reconhecem. Já não tenho piercings nem cabelo cor de laranja. Cumprimos o combinado. Saio. Vou à baixa. Espero-te para jantar. E voltámos ao jornal.
Foi fácil, tão fácil. Passámos na portaria, subo contigo, fico nas casas de banho enquanto vais "controlar" a redacção. Às 23 horas está pouca gente. Enquanto inspiro este ar que já não me "conta" nada reconheço o barulho "mecânico" da iluminação e sinto o mesmo "ar pesado" do ambiente..parece que está sempre para acontecer alguma coisa, ou então, são os meus fantasmas do passado manhosos a assaltarem-me o pensamento..
Sorrio e refugio-me na escuridão. Espero por ti.
"Anda. desejo-te"..

sábado, 14 de junho de 2008

festa dos sentidos

Gosto dos teus olhos. E da forma como olhas para mim. Do teu sorriso e da ternura cor-de-rosa que trazes sempre contigo. E que me ofereces. Sempre. A todo o instante.
Hoje vou entregar-me nas tuas mãos. Podes fazer comigo o que te apetecer. Anda. Prova-me. Deixa-me seduzir-te. Primeiro com um sorriso, um olhar. Depois, com esta paixão vermelha que me aquece o corpo, incendeia a alma e entorpece os sentidos. Anda. Prova-me.

E tu vens. Numa mão o verde da esperança renovada e na outra o cor-de-rosa dos teus bonitos sentimentos. Beijas-me. Sentes-me. Sou suave, não sou? Levemente picante, um bocadinho de nada a saber a anis. Isso. O meu corpo é um batido de coco e a tua boca a percorrê-lo em todos os sentidos desperta em mim o calor de uma tarde de Verão. Azul. Intenso. Cobalto.

Desce. Anda. Prova-me.

E tu vens. A tua língua deixa os meus seios de morango, descem pela minha barriga de batata-doce e entram no meu sexo ameixa. Sorves. Provas-me...

"É bom"..dizes. é muito bom. Digo. E peço-te: anda, faz de mim o teu mundo de aventuras..palmilha-me, explora-me..devora-me..

E tu vens. Com o teu abraço azul-céu. os teus lábios carmesim..os teus olhos acinzentados num mar castanho...e o teu espírito de conquistador...

Devoras cada pedaço de mim, sussurras-me frases loucas de desejo intenso e depois, de mãos dadas, é a minha vez de me perder em ti..

minha querida

quarta-feira, 21 de maio de 2008

covardia

"A maior covardia de um homem

é despertar o amor de uma mulher

sem ter intenção de amá-la".

Bob Marley

quinta-feira, 15 de maio de 2008

a parte difícil...



Fácil. Fácil foi dar o passo decisivo. Foi chegar. Aprender o teu cheiro. Sentir a tua pele. Deslizar no teu corpo. Saborear o teu beijo. Confiar no teu abraço. Entregar-me ao teu desejo. Possuir-te. Ser possuída. Ouvir as tuas palavras quentes no meu ouvido. Soltar as minhas bem junto do teu. Misturar os nossos gemidos de prazer. Fácil...
A parte difícil é deixar-te ir. Esquecer a intensidade do teu abraço, o gosto do teu beijo, o calor do teu desejo. É dizer que não quando quero dizer mil vezes sim..é fechar a porta quando tudo o que mais quero é mantê-la aberta, é dizer-te até nunca mais apesar do meu coração ansiar por um "até já".

É levantar-me e pensar em ti, levar a vida para a frente empurrando porque tu não estás, é ir ver o mar e não dar por ele, é olhar o céu e não descortinar as nuvens, é ter frio e fome e sede e não saber o que fazer com a roupa, a comida e a bebida.

É sentir o peito em chaga aberta e não saber como fechar a ferida antes de me esvair em sangue..é ter numa mão "nada" e na outra coisa nenhuma, é multiplicar por mil a solidão e somar o vazio..

É murmurar liberdade e sentir-me prisioneira deste sentimento que me envenena...

Liberdade! É a parte mais difícil..

terça-feira, 6 de maio de 2008

hey, estamos acorrentados..



As horas foram passando lentamente e eu tinha as mãos suadas e sentia um nervoso miudinho. Afinal ia voltar a estar contigo depois de vários dias sem ti e, a expectativa de te voltar a tocar e beijar deixavam-me de pernas trémulas..

Que disparate. Levantei-me e dirigi-me à casa de banho. Lavo as mãos e a cara e sorrio ao pensar no teu olhar malicioso, que bom que é voltar a ver esse brilho..

Por volta das seis e meia olhas-me e sais da redacção. Recado entendido. Deixo passar um bom bocado, afinal o pessoal não é parvo..e digo ao "velhote" que tenho que sair para aviar uma receita (já usei esta desculpa) e não é que ele me sorriu e piscou o olho?
Por momentos pensei que o homem estava a ter um enfarte mas a expressão de cumplicidade desvaneceu-se logo de seguida para dar lugar à habitual cara de "cão que morde". Esqueci-o portanto e dirijo-me ao gabinete..

Olho em redor e entro rapidamente. E então encostas-me à porta e sinto logo o teu cheiro. Esse cheiro que me mata. E o teu toque. As tuas mãos no meu corpo. Fecho os olhos e entrego-me aos teus carinhos. Submersa em mil sensações onde impera a saudade, deixo que o desejo tome conta de nós. Sinto que me despes a saia, baixas os collants e puxas a minha tanga..sinto a tua boca a subir pelas minhas pernas, mordes-me as coxas e avanças decidido até ao meu sexo. Beijas, lambes e voltas a subir até à minha boca. Tento falar mas a minha língua está "prisioneira" da tua. Trincas-me os lábios..gemo. É bom..doi...

O teu mastro, ainda escondido nas calças de ganga, chega a magoar de tão duro de tesão ... esfrego-me em ti enlouquecida de desejo..o meu sexo palpita e encharca-te os dedos..passo-te a mão no pau, liberto-o e sinto o sangue a correr-me nas veias a mil..escaldante..sei bem o que quero..

Olho-te bem fundo nos olhos...tu percebes o que vou fazer e gemes...baixo-me e, sem desviar os olhos dos teus, abocanho-te..lambo-te..chupo-te, rolo o teu pau na minha boca..e sorvo o teu caldo até à última gota enquanto me chamas puta..

Saímos do pequeno gabinete absolutamente insatisfeitos, inconformados. Descemos. Chegámos à rua e dirigimo-nos de mãos dadas até "aquele sítio", uma pensão um bocado abaixo do jornal..onde damos largas à fantasia... comemo-nos em todas as posições..gritamos todas as palavras de desejo que nos queimavam os lábios enquanto eu delirava em orgasmos lilás e sentia o teu coração a bater descompassado junto do meu...

Nesse final de tarde quando, exaustos abandonávamos esse quarto, olhaste-me e disseste com aquele ar malicioso e pronúncia minhota:

-Hey, estamos acorrentados...

logo, no gabinete de costume?

A noite de sábado no batô não podia ter corrido pior. Sim, eu fui, tu não, tinhas trabalho no domingo. Mas apareceste de surpresa não foi?
Pois..e não gostaste nada de me ver em amena cavaqueira com aquele rapaz que conheci lá. Eu nunca me vou esquecer do teu olhar. Tentei falar contigo. Não resultou.Pedi boleia até à Boavista. Bati à tua porta. Não abriste. Deixaste-me sozinha no meio da rua, às seis da manhã. Fui para casa a pé e só no dia seguinte, ao acordar, percebi a importância que tu tinhas para mim. Afinal, fazia tanta diferença.....
Folgaste segunda e terça e eu passei pela tua casa. Estavas irredutível. Voltaste ao jornal na quarta e eu, entretanto, estava a tentar viver no Porto sem ti, o que não era nada fácil.
Valia-me a paz que sempre senti junto de "mr.white" e daquele fotógrafo de cabelo e barbas brancas compridas. Os teus ciúmes infundados começaram a parecer cada vez mais ridículos e resolvi esquecer-te, até porque a cena estava a dar que falar no jornal, e eu nunca gostei de ser alvo de chacota. Já tinha passado um mau bocado quando aquela doçura de homem (o editor) resoveu gracejar em voz bem alta:
-"Tadinha, deixem a menina que ela agora já não tem quem lhe dê colinho..."
Espumei de raiva e, por isso, concentrei-me no trabalho que tinha entre mãos e mandei o meu coração à fava apesar de não conseguir deixar de olhar para ti que, no teu mutismo, continuavas sempre bem atento à minha pessoa.
Chegou a sexta-feira e, durante um almoço bem animado, consegui descontrair-me e divertir-me, pela primeira vez nessa semana. Só mais tarde, ao procurar um lenço de papel no bolso do casaco, é que encontrei a tua mensagem. Mal toquei no pedaço de papel percebi que era teu.
Com o estômago contraído, li:
"Logo, no gabinete de costume?"
Tinha o coração aos saltos quando procurei os teus olhos, ao fundo da redacção. Olhamo-nos e tu percebeste a minha resposta.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

hoje apetece-me..




Hoje saí para a rua e senti na pele o sol deste dia maravilhoso. Vou a pé para o jornal. Tenho tempo. E a luz única de Lisboa merece toda a minha contemplação.


O telémovel no meu saco desvia-me a atenção.

Olha quem ela é...


Eu:-Então, que tal vai isso amiga?


Ela:-Isso pergunto eu miguita, ontem estiveste ausente, não apareceste no msn..

Eu:-Pois não querida, reportagem...

Ela.-Andei no Palavras, só tu para misturares Sex Pistols com Miguel Torga..

Risos...


Sento-me na pastelaria do costume. Faço o meu pedido. Passo a língua pelos lábios e desabafo:


Eu:-Hoje o que mais me apetecia era um broche..


Ela:-xiiii..não me fales dessas coisas logo de manhã..

Eu: -A sério...apetecia-me encostá-lo à parede...beijá-lo enquanto meto as minhas maõzinhas malandras por baixo da camisola..passar a língua pelo peito dele bem devagar e ir descendo...hummmmmm......
Ela:-Gaja..tu hoje estás doida..mas a quem..ao tal? Xiiiii...


Eu.-Claro...a sério..ir descendo devagar..sempre a olhá-lo bem dentro dos olhos..libertar o animal..

Ela:-Sentir o cheiro de tesão...é o que eu mais gosto..o cheiro deixa-me doida..


Eu:-Isso...e sentir o pau a crescer na mão..adoro, quando a cabecinha espreita...hummmmm..dar-lhe umas lambidelas tipo chupa-chupa....

Ela:-E começar a a abocanhá-lo devagarinho....aiiii..


Eu:-Isso isso..e soprar-lhe..depois enfiar-lhe a língua no buraquinho e abocanhar.. abocanhar..sempre de joelhos..mas sem perder o contacto visual..brincar com as bolinhas....


Ela:-Hummm..sabes que estou a sentir o sabor desse broche?

Eu:-Vê-lo a contorcer-se de prazer e saborear cada gotinha do seu orgasmo, sem desviar os meus olhos dos dele..


Ela:-.......................

Risos...

Pago, saio e, enquanto caminho pelas ruas, recordo-me de uma cena parecida que aconteceu lá no Porto, no JN.

Sei, por isso, que hoje vai ser um bom dia, à semelhança desse dia longínquo e de chuva...tão entesoado...lá na invicta..


quinta-feira, 17 de abril de 2008

my away



"Violenta o silêncio conformado. Cessa com outra luz, a luz do dia.

Desassossega o mundo sossegado. Ensina a cada alma a sua rebeldia!..."

(Miguel Torga)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

para o armário...já!

E pronto, depois de muito pensar resolvi tomar esta atitude. Vou arregaçar as mangas e chamar esse menino que anda por aí à solta e que me tem dado tanto trabalho..
oh pssst, se faz favor, sim, tu, rapaz de olhos verdes e nome composto. Quem julgas que és? Apanhaste uma nesga da porta das memórias aberta e ala morena..e agora andas por aí, rei e senhor da minha imaginação..como se não bastasse tens uns camaradas que me escrevem a deitar lenha para a fogueira: "Não tem olhos verdes, mas sim castanhos, nunca trabalhou na sede mas tão só nas delegações...nananana...blábláblá".
Mas quem manda afinal nas minhas memórias?
Eu. Tem olhos verdes (porque é assim que eu me recordo dele), é alto (ou mingou ?) e tem um belo e estranho nome composto (graças a Deus ainda ninguém o negou) e ponto final.
Mas agora meu querido, está na hora de voltar para o baú das recordações..ala..
O quê?? Não voltas?
Impertinente
Ora lá está o tal mau feitio..o quê? Tem outro nome? Como? Personalidade...?!!
Toma lá que é para não falares com meros fantasmas...como? Diz lá mais alto..
-Faço parte da espuma das ondas da tua vida, sou aquela marca que fica na areia quando a água recua e volta para o mar..
Interessante.........
Enfim, volta para o teu lugar. Sim, para o armário das memórias..anda..já! É escuro? Pois..mas é lá o teu lugar..volta aqui..não fujas..não é por aí..não sejas impertinente, não tens opção..cuidado, essa porta é a do..coração!!!
Só eu é que decido quem entra aí.. fantasma usurpador..o quê? É quentinho, gostas do tic-tac?
Pronto, está bem, deixa-te estar...recordação simpática..mas adormecido..isso..recua lá bem para o fundo..pode ser aí mesmo, nesse cantinho escondido..
Ufa! De vez em quando temos de arrumar as nossas memórias...não é?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"nunca aceites menos.."

Foi a única mulher naquela redacção de quem eu gostei verdadeiramente e de quem poderia ter sido muito amiga, mesmo no mundo real como eu gostava de dizer, ou seja, lá fora, num contexto diferente.
Tinha muitas irmãs e falou-me de cada uma pormenorizadamente. Era uma mulher quarentona, charmosa e com um "jogo de cintura" que impressionava.Rainha absoluta entre homens. Fazia de conta que não entendia algumas bocas mais maliciosas da secção masculina ou alguns "recados" do editor para depois, mais tarde, desabafar comigo "ai ,este homem, que feitio de cão". De dedo em riste, depois de muito apregoar, dizia em modos de conselho: "Enfim, não te esqueças, se conseguires trabalhar com ele, trabalhas com qualquer pessoa". Certíssimo. Ainda hoje me lembro "dele", quando me aparece à frente alguém mais complicado e...quem vier..morre!
Recordo-me dos passos dela quando chegava, a forma como despia o casaco e o colocava nas costas da cadeira, a maneira displicente (mas não vaidosa) como cumprimentava o pessoal e a forma como eles a olhavam. Era óbvio que a presença dela agradava.
Por vezes, em certos finais de tarde, ela "brincava" um bocadinho com o pessoal, ou seja, dava um bocadinho de corda, entrava na conversa, gracejava, criava um bom ambiente e, depois, de forma subtil, com muita classe, informava que estava na hora de ir embora e..eles "morriam" na praia....
Levantava-se, vestia o casaco e piscava-me o olho disfarçadamente.
Eu ficava boquiaberta, olhava para ela como se fosse uma diva (para mim era, sem dúvida)porque a forma como ela transformava aqueles tubarões (os homens mais velhos) em pombinhos ...era uma façanha que escapava ao meu entendimento, na altura..
Foi ela que protagonizou um dos momentos mais marcantes, com uma carga de tal forma erótica que, se não fosse a banalidade do local e das circunstâncias, eu diria que ela era uma femme fatale.
Ela estava a terminar o texto, sentada muito direita, a escrever com os braços muito juntos, sem perder a postura. Nesse final de tarde, vésperas de Natal, eu estava sentada no lugar do rapaz de olhos verdes, que não se encontrava- "ele não vem sempre, pode usar esse lugar quando ele não estiver" -tinham-me dito à chegada.
Procurou-me com o olhar, sorriu-me e perguntou-me o de costume: "Filhota, vais voltar com outra cor no cabelo, não vais?" e depois, em voz alta: "Terminei, vou-me embora. Vou dar-vos um beijinho..."
E pronto, foi aí. Eu sei que foi esse o momento em que algo mudou. Era palpável a transformação. Aqueles homens de língua afiada e resposta mordaz ficaram alterados. Algo parou naquele momento, naquele local. E logo a voz dela a proferir a frase fatal:
-Mas nada de mãozinhas...
E eles de olhos a brilhar, muito quietos, expectantes, lembravam crianças à espera de um doce que só se recebe em ocasiões especiais. Receberam os dois beijos "de bom Natal"que ela lhes depositou na face como se fosse algo "muito especial"...
Ela era especial...
Um dia perguntou-me ao ouvido: "Sabes para que servem os homens?".
-Sexo?!!, perguntei com ar irónico.
Riu-se.
-Isso é muito pouco..os homens servem para nos fazer felizes. Nunca aceites menos do que isso..
Querida "miss rivers":
Eu nunca aceito menos, nunca.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

a promessa..

"Nunca te esquecerei querida".

"Prometes mesmo, para todo
o sempre,

amén?"


"Prometo, mesmo que não cumpra.."

domingo, 6 de abril de 2008

acerca do tal Pulitzer...

Ao contrário do que já foi dito algures entre os comentários, este blog não pretende receber qualquer tipo de prémio e a prova é que o palavras foi premiado por dois amigos bloguistas : Afectado e D.Sebastião. Agradecemos a cortesia mas não publicamos e vocês que nos conhecem sabem bem porquê.

O "Palavras Quentes" é um espaço de partilha de experiências e troca de opiniões. Sem qualquer outra pretensão.

Beijos e bom domingo

Vossa "Muito Querida"

quinta-feira, 3 de abril de 2008

especialidade da casa...nas relações públicas..

Lá nos aguentámos como foi possível até àquela hora da "cigarra" em que já muita gente foi embora mas ainda há gente a trabalhar num compasso de grande concentração. É a nossa hora.
Eu saio primeiro e espero-te perto dos elevadores. Finalmente apareces com o teu olhar brilhante de desejo. Não há nada mais entesador do que estas fodas ao príncipio da noite, dentro deste prédio. Lá nos dirigimos à zona das R.P, deserta, escura...."naaaa...essa parte já são arrumos" dizes."São nada, olha ali o tal cotovelo".
Mal entrámos, encostas-me à parede. Ofereço-te a minha boca e sinto as tuas mãos no meu corpo, devagar. Percorro o teu corpo que conheço tão bem, as minhas mãos escorregam por baixo da tua camisola e ajudo-te a tirá-la. Começo a passar a minha língua pelo teu peito, devagar, gozando com os teus gemidos. Trinco-te um mamilo e desço até ao teu umbigo, rodeio-o e entro lá fazendo pressão. Gemes e a tua mão desaparece por entre as minhas pernas, passas o dedo médio devagarinho pelo meu sexo sumarento e prendes o meu clítoris entre os teus dedos. Estremeço de gozo. Sei o que se segue.
Deitas-me sobre a pequena mesa redonda, a minha saia sobe até ao meu peito e fico assim exposta. O meu cheiro de fêmea deu-te uma tesão que o pau te doeu dentro das calças.

"não sei se me aguento"arfaste


Mordeste-me os joelhos e começaste a subir com a lingua pelas minhas pernas acima. Estavam arrepiadas.


Subiste com a lingua pela parte interior da perna. Quando estavas quase a chegar lá, passaste ao lado e foste passear para a outra. A minha respiração disparou. Sopraste um pouco de ar quente para a minha vulva inchada. Gani. Procurei em redor algo para trincar, encontrei uma régua. Mordi-a.

Passaste a lingua ao longo das virilhas, uma e depois outra. Comecei a arquear a anca contra ti, a implorar-te. E então a tua língua começou a saborear-me, devagarinho. Chegaste ao meu "segredo" e começaste a trabalhá-lo. Comecei a gemer de prazer e apertei-te com força entre as minhas coxas.

Pediste que te libertasse.

-Tenho que o tirar, estou a ferver...

Deixaste cair as calças, baixaste os boxers e o teu sexo saltou, inchado, com veias dilatadas..



Voltaste à carga. Rodeaste-o com a ponta da lingua, começas a fazer cada vez mais pressão...os meus gemidos vão ficando cada vez mais descontrolados....
"anda, não me tortures mais" imploro-te..
Viras-me de barriga sobre a mesa e entras em mim, com tal intensidade que o tampo da pequena mesa, solto, começa a bater ao sabor das tuas investidas.
Vamos para o chão, fico de quatro, apoiada sobre as minhas mãos e joelhos e aguento o teu peso e a tua loucura. Mordes-me com força o ombro, engasgaste, começas a tossir...sinto as contracções que vêm lá bem do fundo quando começas a jorrar dentro de mim...
Empino o rabo e peço "só mais um bocadinho". Tu dás.
No fim, afagaste-me o cabelo e suspiraste:
-Estou esgotado morito...
Lembras-te querido?..Bons tempos, grande tesão..

"especialidade da casa".. a provocação..

A Susana tinha arranjado um quarto no Marquês e estava com pressa de ir embora.


"A gente vê-se por aqui.."..

Mal ela saiu atirei-te a mão à "salada", enfiei-te a língua no ouvido e murmurei..."sabes, a zona das relações públicas é tão calma e o gabinete onde ela está, então, é tão pequeninho e recatado, faz um género de uma curva...". Senti-te logo a perder espaço nas calças. Abraçaste-me, já com tesão no olhar, as tuas mãos no meu rabo.."pois é para lá mesmo que vamos, logo, desde sábado que não te como..ah..princesa..aquela cena de Braga não é para repetir..nada de meter outras gajas ao barulho e...coca, então, nem pensar. Combinado?"

Começámos nos maiores melos e "esfreganço". Meto um dedo por entre os botões das tuas calças e esfrego-te o sexo ligeiramente. Provoco-te: "Parece que queres exclusividade". Provocas-me:"Por acaso, mas agora o que mais quero é dar-te a especialidade da casa". E viras-me as costas, entrando na redacção, sem olhar para trás.

Fiquei ali, absolutamente dorida de tanta desejo, encharcada, com o sexo a latejar. A especialidade da casa, não há nada melhor que isso. Não há nada que tu faças melhor..

Já não consegui estar quieta. Fui ajudar a "miss orange" com a reportagem das lampreias e, então, lembrei-me de mais uma provocação. Fui à casa de banho, tirei a tanga, amassei-a até passar despercebida na minha mão fechada e dirigi-me a desporto. Atirei-a disfarçadamente para o teu colo e disse-te ao ouvido:

-Quando puderes cheira essa cena para veres em que estado eu estou, cão...
Agarraste-me um braço, puxaste-me para ti e sussurraste-me, entre dentes:
-ah, cabra...
Dirigi-me para o meu lugar, devagar, muito direita, com a cara a arder...
tenho que ter cuidado, não tenho tanga e estou de saia...
Sentei-me muito direita e olhei-te disfarçadamente..os teus olhos chispavam de desejo..
coitado de ti, lá te aguentaste como pudeste..
lembras-te querido?
que tesão.....

nas relações públicas...

Regressámos de Braga, ressacados, moídos, mas felizes.


Na segunda-feira, no jornal, estalou um bate-papo desagradadável entre "miss orange" e "miss river". O nosso "velho" teve que mandar dois murros na mesa para acalmar os ânimos. Como o ambiente estava deveras desagradável no grande porto refugiei-me em cultura, que nessa altura estava mesmo ali ao lado, e por lá fiquei em alegre cavaqueira com "mr white"(que saudades) que me deu um trabalho para fazer, uma peça sobre um concerto na "cave das químicas", em Coimbra. Confidenciei com o "rei mago" alguns pormenores sobre o fim-de-semana em Braga e , então, apareceu o nosso "freak",que na altura era colaborador em desporto. " Este sábado no batô há uma noite especial, vocês não querem ir?". Eu disse logo que sim, mas tu ias estar de serviço, tinhas jogo...


À tarde fui com "miss orange" fazer reportagem sobre "a venda das lampreias", peixe da época. Fomos a alguns restaurantes mais conhecidos pela confecção daquele ciclóstomo (nunca tinha visto nada do género). À saída do jornal tropeçámos no tal rapaz alto, de olhos claros. Observei-o com atenção e ela percebeu o meu interesse.


-É qualquer coisa não é?


-Podes crer, é um bom naco, eu já tinha reparado nele. Tem é um nome bué estranho, qualquer coisa do chão...

Ela riu-se. E disse o apelido.

-Ou isso..


-Mas tem mau feitio..

-Ora, dava-se um jeito...

Seguimos embrulhadas em conversa de mulheres. Ela namorava, na altura, com uma rapaz de desporto que passava a vida a reclamar de tudo e andava sempre "ocupado" com o carro novo, a polir e a tratar a carroçaria (um dia encostei-me ao carro e ele logo, aos berros: eh pá cuidado)...

Passámos a tarde fora e ao chegar à redacção ainda fomos desfiar umas contas de Rosário, quando ouço chamar por mim:

-Oh menina, anda aí uma estagiária nova que diz ter estudado consigo. Sabe quem é? Ela veio aqui atrás de si. Está nas Relações Públicas.
Lá fui a correr às Relações Públicas.
-Susana, não acredito.
Era uma colega lá da "Nova". Mostrou-me o gabinete onde ia estagiar, num sítio do jornal que eu ainda não tinha estado e logo "estalou" uma ideia na minha mente perversa.
Fomos lanchar os três e apresentei-te como meu..ah...namorado.


(continua..olálá, se continua...)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

é gozo ou mera brincadeira?

Estou absolutamente pasmada com a admiração provocada pelos textos que falam de sexo no JN. É que não entendo o que faz tanta confusão, até já mereci destaque no BOLA NA ÁREA... o que só tenho que agradecer e, claro que vou lá escrever um comentário quente..
Tenho recebido vários comentários de pessoas que querem que eu diga que é mentira, não posso: é verdade. Até nem entendo qual é o problema dessas pessoas, o meu "lindo minhoto" já lá não está...
Ora vamos lá a ver, o post "algures de joelhos no JN" é absolutamente verdadeiro mas aconteceu quando esta vossa "Muito Querida" tinha 22 anos...ou seja, hoje JAMAIS o faria, naquela altura foi tão natural, apesar da consciência do perigo..
Mas vocês julgam o quê?
Que os administradores, médicos, advogados, professores, jornalistas e afins "desatarracham" o sexo antes de ir para o trabalho, é? Só o pessoal das obras é que tem autorização de "carregar" com ele o dia todo?
Já estou mesmo a ver a cena:
chega a mulher a casa afoita e grita ao marido:
-Querido, viste por aí a minha síndrome pré-menstrual?
-Está na terceira gaveta da cómoda..já agora..não sei onde deixei a pila..ah, estava em cima do armário..junto com as tuas hormonas saltitantes...
ah....já me sinto inteiro outra vez, começo a ver-te com outros olhos..chega-te aqui querida..
Por favor não me lixem, nem se façam de hipócritas, todos nós deitamos o olho ao marido "pão" da amiga, à colega de trabalho "boazuda", sentimos o coração bater mais forte quando aquele amigo "especial" nos sorri, os homens têm erecções várias vezes ao dia, olham para os decotes, mini-saias, rabos, pernas e olhos das mulheres dos amigos, companheiras, amigas, colegas de trabalho e afins...quantas vezes namoriscamos, namoramos, casamos, somos amantes..
..de colegas de trabalho.?..
Agora, como é lógico, nem toda a a gente passa das sensações à prática (também havia de ser giro) mas que há muito boa gente que até gostava..mas não tem coragem....
Pronto, o que eu escrevo é verdade mas tem "fermento", no entanto são experiências inofensivas e positivas e a privacidade das pessoas está protegida e eu só guardo boas recordações daquela empresa.
E eu ainda tenho tanto para contar mas, por este andar, vou pensar duas vezes..

terça-feira, 1 de abril de 2008

braga revisitada..(continuação)




Entrámos e um manfias já bem aviado grita: "Cum caralho..que touura"...

Por entre as brumas do meu cérebro olho-te, tentando entender..

-Chamou-me vaca?

-Não, chamou-te boa..


Descemos umas escadas apertadas e entrámos num salão impregnado de fumo de cigarros e charros. Acendemos logo outro. Começo a curtir e ouço uns miúdos à minha volta:


CCM! CCM!

Olho-te pasmada. Ris-te. "Cona, cu e mamas" explicas.

foda-se..

A música estava do melhor, as bebidas não aqueciam nos copos. Fomos misturando vodka com as nossas salivas, bebendo dos lábios um do outro, provocando-nos mutuamente, antecipando o gozo que sabíamos estava para vir...

Encostada ao balcão estava uma miúda estranha, muito magra, pequena, de olhos quase fechados num risco, cabelos muito escuros pelo ombro, ondulados, e com um ar inconfundivelmente indiano. Estava completamente pedrada...

Meteu-se contigo, disse-te que me queria conhecer. Começámos a falar. A dada altura perguntei-te, ao ouvido, se gostavas dela.

-Parece um porta-chaves mas tu é que sabes..

Olhei-a, gostava dela, era uma menina-mulher, exótica...

Fui conversando com ela, dançámos, bebemos, fumámos, a noite foi-se fechando sobre nós. Valia tudo.
Saímos os três já de dia. Mal entrámos no carro, agarrou-se a mim. Beijou-me e pediu-me com uma voz muito rouca:

-Deixa-me ver as tuas mamas..

oub`lá....

Ficámos numa pensão central, indicada pela nossa amiga, e ouço-te vagamente fazer reserva para duas noites. Subimos aos tropeções.

No quarto a menina-mulher mostrou-nos a fibra dela. Mãos, língua e muita lábia..

Atiraram-se os dois a mim. Devoraram literalmente cada pedacinho do meu corpo. Ela não me larga o peito, lambe-me as mamas e geme baixinho. Tu, percorres as minhas coxas e a tua língua entra e sai de mim dobrada, rítmica..alucinas-me e não me aguento mais, é muito bom... Aproximo-a de mim, beijo-lhe os seios tão miúdos e ouço-a gemer e, então, vira-se para ti. Vejo as tuas mãos entre as pernas dela. Ela atira a cabeça para trás e começa a mexer a anca, com movimentos cada vez mais rápidos. Geme muito alto e ouvimos, vagamente, umas pancadas na parede do quarto ao lado.De seguida damos-te um tratamento de príncipe. As nossas línguas percorreram o teu corpo em direcções opostas, até se encontrarem no teu sexo. Ela, de uma lado. Eu, do outro. Vamos percorrendo o teu pau no mesmo sentido, de maneira que as nossas línguas tocam-se a todo o comprimento e saboreámos um linguado enquanto os teus gemidos enchem o quarto. Não aguentas e explodes nas nossas bocas. Partilhámos entre nós o teu orgasmo.
Deitámo-nos bem juntos. Mais tarde ouço-a vomitar na casa de banho e depois sair.

Abraço-te e deixo-me embalar numa ressaca monumental.

que se foda..

nota:obrigada meu querido "encontrado" de olhos verdes e apelido composto por teres contribuído para o remexer do baú das minhas memórias..as noites de braga são (eram) um must de rock e sexo..

braga revisitada



(Este vídeo que escolhi dos "Mão Morta" faz todo o sentido para este post. Gosto muito da banda e aprecio o Luxúria que conheci em Lisboa, daí ter escolhido este tema. Este texto relata uma aventura verídica, nua, crua e, portanto, se vieste até aqui por engano, se tens uma mente reservada, sexualmente puritana, não leias, vai ler outro blog que fale sobre política ou outra coisa qualquer).


Sexta-feira à noite. Estávamos fartos do ambiente do jornal, de trabalho, de ver as mesmas caras, ainda por cima tinha sido uma semana de seca, nem sequer tinhamos conseguido mandar um daqueles nossos esfreganços lá no jornal. Péssima semana. Jántamos no sítio do costume, entornámos umas cervejas até ficarmos assim-assim. E então..."bora até Braga..é fixe.." dizes.


"Bora".


Passámos lá na tua casa, arranjámos um saco com roupas e butes..


No teu carro, escolhemos " Mão Morta". Apropriado. À medida que enfrentamos o trânsito, saco da"pedra" e começo a queimar e a enrolar. De maneira que quando chegamos à cidade dos três P`s (Padres, Putas e Paneleiros) já estávamos completamente cacetados e só já queríamos: coca para o nariz, charro aqui e charro ali, vodka p´ra atestar e uma nina para brincar connosco.


Entrámos no "bar da associação", enfiámos uns canecos e saímos para tratar do nariz. No teu carro "snifámos" o que trouxemos do Porto. Um clarão explodiu no meu cérebro e com os sentidos em alerta e as sensações à flor da pele, embriagados de liberdade e libertinagem chegámos ao insólito. A noite começou aí verdadeiramente. Atestámos vodka atrás de vodka, fizemos amizades e naufragámos numa cena chamada club 84 ou 85...

(continua..)

segunda-feira, 31 de março de 2008

depois do natal..(continuação)

Fomos. Quando lá chegamos, dirigiste-te ao carro que tinhas usado durante o dia, apalpaste debaixo dos bancos e sacaste de lá um embrulho.

-Sex shop?Mas...que...

-Então, querias que eu levasse isto para o jornal?


-Mas o que é? Mostra...lubrificante...


-Hum hum, não há melhor lubrificante que a saliva, mas como tu és uma amadora...

Corei.

Lá fomos, com o meu saco às costas. Jantamos perto da rotunda da Boavista e fomos para tua casa. Entrámos na banheira e começámos a ensaboar-nos. Enquanto percorremos o corpo um do outro vamos misturando bocas e línguas Trocamos toques e dentadas e preparas a gillette para retocarmos a depilação dos nossos sexos. Gostamos de estar muito lisinhos...

Saímos embrulhados num único toalhão, indiferentes aos teus colegas de casa. Contigo, era assim, natural. Se, por acaso, alguém aparecesse diziamos "olá, boa nooiite" em uníssono, com um grande sorriso e lá íamos....
Fomos. Entrámos no teu quarto, deixámos cair o toalhão e recolho-me nos teus braços. Gosto da tua estatura mediana que encaixa bem com a minha e gosto de sentir as tuas mãos, tão suaves, que percorrem o meu corpo de forma atrevida. O teu sexo espreita, retesado de excitação e eu não resisto, não posso observar tamanha excitação sem provar. Sou tão gulosa..
Nun segundo estou de joelhos, com uma mão seguro o teu pau pela base, com a outra apalpo-te o rabo. Começo a lamber pela base sem o deixar entrar na minha boca, fujo dele, até começares a ter "choques eléctricos", então abocanho-te, rolo-o na minha língua, enfio-a pelo buraquinho e vou pressionando, abocanho-te de novo, engulo-o até te sentir no fundo da minha garganta e peço-te que me dês tudo o que tens..e tu dás, entre gemidos e asneiras..
Levanto-me e estendo-te os lábios para partilhar contigo o teu orgasmo. Aceitas. Sabes que tens que aceitar, neste campo sou eu quem imponho regras...senão.."acabam-se as chupadelas, não há mais.."
Num instante estou em cima da tua cama, de quatro. Vens por trás e começas a lamber-me as costas até chegares ao meu rabo. Dás-lhe umas trincas e começas a brincar com o meu clítoris, até sentires que estou encharcada. Sinto a tua língua a aproximar-se da minha vulva, a prová-la, mordes-me com cuidado e começas a lamber-me o rabo, devagarinho, estimulando-o com a ponta da tua língua até me sentires pronta. Vais buscar o lubrificante e começas a besuntar-me...hum..é fresquinho..sabe bem..
Estou muito excitada. Sinto a tua cabecinha encostar-se ao meu rabo, de uma forma firme mas não fazes qualquer movimento.
-Vou deixá-lo estar aqui até que te sintas confortável, nessa altura fazes força e vais ver que não custa...
-Oh, vai doer..
-Não vai. Confia.
Faço como dizes. Deixamo-nos ficar sem movimentos, apenas a tua mão brinca com o meu "botão", até deixar de sentir desconforto. Empino o rabo contra ti e sinto a tua cabecinha a deslizar dentro de mim.
Fecho os olhos e começo a gemer.
O resto entra naturalmente e começas um vai-vém louco...
-Isto é bom..
Sinto os teus gemidos à medida que os nossos movimentos aumentam..
-Que tesão do caralho...
Mordo a almofada, enquanto me agarras pela anca e gritas o meu nome repetidamente..
Vivo mil sensações diferentes de tudo o que alguma vez senti e ficamos estendidos, a arfar, até que ouço a tua voz de gozo:
-Sabes onde quero fazer isto para a próxima?
-No jornal?!
risos

em busca dos olhos verdes e nome composto...

Eu não tive culpa. Os senhores anónimos são os responsáveis por esta ideia. Estava eu embalada na minha prosa (romanesca) a contar os meus mais intimos segredos, quando "alguém" foi ao armário e tirou de lá o rapaz de olhos esverdeados e nome composto. E tanto insistiram nesse assunto que a vossa Muito Querida não descansou e vaí de ler a ficha técnica do JN, disponível na net, à procura de nomes compostos, até ficar míope.

Lá descobri um senhor com apelido composto (um único) e em Braga. Ah, Braga, a cidade mais puta deste país...o que eu tenho a contar sobre Braga, nem de propósito.

Mas será este senhor o tal rapaz de olhos esverdeados que em 1995 chamou a minha atenção na redacção da sede do JN?

Vá lá, ajudem-me...se for o mesmo e continuar tão interessante..pode ser que eu ainda lá vá..dançar o vira...


(suspiro)

Braga por um canudo..o que eu tenho a escrever sobre a "Amsterdão portuguesa"....

sábado, 29 de março de 2008

depois do natal..

Regressei ao porto no dia 27 de Dezembro. Acabadinha de chegar à estação de S. Bento num dos primeiros comboios da manhã vi-te de pé, à minha espera.

Desci e dirigi-me para ti. Abraçaste-me com força e escondeste a cara nos meus cabelos, enquanto as tuas mãos desciam para o meu rabo.

-Tive saudades tuas gaja...

-Também eu...

Ofereci-te os meus lábios e aceitei a tua língua.. e fomos atingidos por aquele tesão tipo choque eléctrico. As nossas mãos correram o corpo do outro..

-Foda-se, que vontade tenho de te comer..vamos praí para qualquer sítio..

-Começas? Esperamos mais um bocadinho..

-Deves ser doida.....

Agarras-me pela mão e levas-me até às casas de banho da estação, deprimentes, sujas, acanhadas..

Encostas-me aos azulejos frios, baixamos as calças, arredamos a roupa para o lado e entras em mim, com urgência..fodemos contra a parede, uma foda rápida, apertadinha, enquanto me mordes a orelha e me dizes aquelas palavras tão tuas......"ai morito, és uma foda tão boa"..

Começamos a ganir embalados pelo nosso prazer e, então, começas a pressionar o meu rabo e murmuras.."é isto que eu quero para a próxima..dás?"..

Excitada, digo que sim e sinto-te explodir num orgasmo de muita saudade. Como bom conhecedor do meu corpo, sabes o que é preciso para me fazer feliz. Levantas-me uma perna, aumentas o ritmo e aguentas-te o suficiente para me fazeres vir. Mordo-te o ombro, enquanto tudo à minha volta fica lilás..

Descansamos um bocado encostados à porta e então olhas-me, alucinado, com um brilho diferente no olhar, expectante...

-Prometeste, vais cumprir?

Digo que sim, que está bem, que depois se vê..mas sinto a tua excitação...

Passamos pela Batalha, para eu comprar brincos e depois seguimos para o jornal.

Subimos até à redacção e dirijo-me ao meu local de estágio. Cumprimento o pessoal, deixo que me beijem, que me gabem a cor mais modesta de cabelo (castanho) e ouço o editor:

-O pai natal trouxe-lhe o jogo de panelas menina?

Ocupo o meu lugar e "cai-me" trabalho nas mãos..

-A menina e o J.P (outro estagiário) vão com o--------ao Tribunal de------acompanhar o julgamento de tráfico de droga do Bairro do Cerco..

Fomos os três mais o motorista num carro do jornal, não identificado.

Ambiente desgraçado, insultos, miséria.

Gramamos o resto da manhã, almoçamos num sítio por ali perto e voltamos ao início da tarde.

Uma tarde inteira de apontamentos. Eles saíram da sala várias vezes para fumar. Eu, como não fumadora, gramei do príncipio ao fim. Resultado: às 21h30 ainda estavamos no jornal a comparar notas, numa redacção praticamente deserta, à excepção dos editores.

Tu estavas, à minha espera. Livrei-me do trabalho e fui ter contigo.

Estavas com um pau descomunal, eu, era mais fome. De comida, mesmo.

-Comes em casa morito, agora vamos passar nos carros que eu deixei uma pasta lá e faz-me falta..

-Nos carros, não inventes..que carros..tenho fome, porra.

-Também eu. O sítio onde guardam os carros da empresa, nunca foste?
(continua)

sexta-feira, 28 de março de 2008

ah cão...

Uma bela manhã o chefe mandou-me ir contigo à esquadra da PSP (ao comando) para me inteirar dos assuntos de Polícia. "Lá são recebidos pelo relações Públicas da PSP que vos informa do que aconteceu durante a noite, observe, para compreender o que nos interessa reter. Certo?"



Certíssimo. Desço contigo. Tens um carro antigo, não faço ideia qual a marca ou modelo. És sempre tu quem faz este serviço. A conversa entre nós é banal, corriqueira... "Estás a gostar de cá estar?"; "Estou"; "Sentes saudades de Lisboa?", "Sinto".



Até que, com um olhar malicioso dizes:



-Estou para te perguntar há que tempos...



-Hum?....



-Adoro esse teu cheiro...esse perfume.....qual é?



-Ah, "amarige"...



-Vou comprar para oferecer à minha mulher....adoro..

-Isso, ela vai gostar...

E então..com um ar de sacana:

-Assim, posso fazer umas brincadeiras mais safaditas e pensar em ti...

ah cão........

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Era uma antiguidade naquela casa, mas tinha um sentido de humor fabuloso. Brejeiro. Asneiras, uiii...
Um dia descobri que o ecran do computador dele, em descanso, dizia:

"toca-me..toca-me.......ui, ui.."

Achei piada e comentei com ele.

Resposta pronta e sorriso trocista:

"Então menina, até os bichinhos gostam, não me diga que a menina não tem quem lhe dê uns afagos, uns apertões, uns carinhos..oh menina, se não tem agora quando é que vai ter?"

Sentindo-me picada, respondo:

-"Pois fique a saber que isso é coisa que não me falta"

E logo ele, depois de uma troca de olhos com os restantes senhores presentes:

-Eu sei disso menina, eu sei disso..e olhe até lhe digo mais, se ainda aceita candidatos...eu ponho-me na fila....

ah cão.........

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Usava um daqueles bigodes farfalhudos que tapam o lábio superior. Piscava-me o olho e perguntava:

-Vai ao lanchinho menina?

Eu disfarçava, dizendo que costumava lanchar todos os dias e tal..

Um dia a conversa descambou para homens com e sem bigode.

Eu disse logo que não apreciava esse "apetrecho"...

O senhor em causa arregalou os olhos e atirou logo:

-Porquê menina?..olhe que isso é porque nunca experimentou, isto até tem a sua piada...

E eu , sem perceber o andamento...

-Terá, eu é que não vejo qual...

-Não está a ver?

-.........

E com uns olhinhos malandros:

-Serve para fazer cócegas, entre as pernas, às meninas...devia experimentar..

ah cão

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Era mesmo muito alto e tinha um vozeirão. Assustava-me um bocadinho.
Um dia apanhei-o no elevador. Descemos juntos. Já me tinha atirado umas bocas maliciosas, sem grandes ondas.
Nesse dia disse-me claramente: "provocas-me, sabias?". Disfarcei.

A sua estatura e os olhos penetrantes fizeram-me corar.

Sorriu:

-Há alguma coisa que não gostes em mim?

Arrisquei.

-Por acaso até há. Para começar, essa aliança que usa, ofusca-me...

-Isto querida?

Rodou o anel e tirou-o.

-Está resolvido? Já te agrado mais?

E com um olhar muito malandro, aproximou-se de mim, curvou-se e sussurrou-me ao ouvido:

-É que tu estás a ficar cada vez mais apetitosa......

ah, grande cão..