quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
o mundo erótico de Miller
domingo, 24 de fevereiro de 2008
e porque hoje é domingo..
"Foder por prazer é um jogo difícil, perigoso. Especialmente para as mulheres, cujos corpos estão especificamente concebidos para as enredarem em ligações permanentes".
Emily Maguire
"Morde-me"
desabafos de um editor...
sábado, 23 de fevereiro de 2008
minha querida..
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
bairro alto marginal...
rumos de prazer
Ela tenta cobrir-se, com algum pudor de ti, mas é tarde demais. Tu e ele percebem o que se está a passar, já vos tínhamos feito chegar o nosso desejo. Ele olha para a mulher e para mim, eu fico expectante, porque ela já me tinha dito que ele era bastante ciumento, mas antes que pudesse dizer ou fazer alguma coisa, tu riste-te “olha para ti, toda lambuzada de iogurte, anda cá” pegas-me no braço e dás-me um daqueles beijos arrebatadores, com direito a lambidelas de lábios, nariz e arredores. Eu rio-me desmesuradamente para libertar tensão e parece resultar, porque eles também se riem (mais ela que ele). Eu viro-me para ele e “peço desculpa, tens uma mulher irresistível, não me leves a mal”. Vejo-o finalmente rir-se e pisco-lhe o olho, enquanto me abraças. Sabe tão bem o teu abraço, estou em brasa, quero acalmar este fogo que me consome e tu estás tão apetecível, fresquinho, com gotas de água a escorrer pelo corpo! “Apeteces-me!”, sussurro num suspiro. A praia continua deserta, e eu espero poder contagiar os nossos amigos. “Alguma vez nadaram sem roupa?” Eles sorriem. Começo a despir-me. “O último a entrar na água paga o jantar!”, dizes tu. Corremos que nem loucos para dentro de água, com tudo a abanar, e cumprimentamos novamente o mar com quarto belos olás mergulhadores. Todo o corpo, cada centímetro de pele, em contacto com a suavidade líquida da água, a sensação de liberdade total, flutuante é muito boa, dá-me vontade de rir às gargalhadas enquanto salto e rodopio.
Mergulhas e dás-me um beijo no sexo. Tento fazer o mesmo, mas tu sabes que não sou filha de peixe, tens de me ensinar a mergulhar melhor, mas agora não quero.
Agarro-me a ti, prendo-te com as pernas pelas ancas, sinto-te inchar lentamente, e deixo-me levar por ti, a flutuar, apenas agarrada pelas pernas, com o resto do corpo a flutuar ao sabor dos teus movimentos. Procuro encaixar-me em ti, vejo que eles fazem o mesmo. “Esta posição dentro de água é muito mais fácil!”, diz ele. Pois é, bem mais fácil, tem um ritmo próprio, mais liberto da gravidade, flutuante…
Deixamo-nos embalar assim os quatro, aos pares, aos beijos, abraçados, encaixados. Os risos deles misturam-se com os nossos, e os gemidos mútuos intensificam-se, excitam-nos numa espiral crescente. Chegamos assim ao êxtase quase em simultâneo. Embalamo-nos nesse prazer intenso, e deixamos depois os nossos corpos flutuarem em paz.
O sol alaranjado brilha tímido no horizonte, deixando um rasto de luz na água, reflectindo-se também em nós, brilhando-nos a pele. Nos olhos, espelhamos a cumplicidade e satisfação de um banho inesquecível.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Porto sentido...
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Foi nas vindimas...
O que podia fazer, efectivamente, com a realidade? É que acontecia mesmo, acontecia de facto, conseguir dizer a si mesmo, naquele segundo, que aquele segundo, pela felicidade infinita que lhe dava e que ele sentia plenamente, poderia, com muita probabilidade, valer toda uma vida".
"O Idiota" de Dostoiévski.
Outubro. Sábado. O dia fresco começa já a nascer por detrás das montanhas. A luz ainda ténue do amanhecer banha com uma suavidade dourada a pequena aldeia adormecida.
A porta da pequena casa branca range ao abrir e Luz aparece na soleira ainda estremunhada mas já lavada e composta. Em poucos segundos percorre a chinelar os metros que separam a habitação dos estábulos. Lá dentro, por entre a palha descansam uma égua, um macho e uma vaca.
Com o balde já preparado, a mulher puxa mecanicamente pelo banquinho de madeira, senta-se e procura por entre as pernas da mansa “menina” os tetos que encontra retesados de tanto leite. Vai manobrando um a um e o leite esguicha com força espumando no balde.
Enquanto bebe o leite ainda quente da vaca, Luz suspira e deixa o pensamento correr... a imaginação foge ao encontro do marido que anda lá longe a ganhar a vida e a deixou só ali, com uma quinta para governar. Uma mulher na meia-idade, sem filhos, não porque não os desejasse, mas devido a problemas de saúde do homem com quem casara, esse era um desejo sem concretização possível. Agora, também já não importavam os filhos, esse tempo já tinha passado. Era mesmo a falta do homem o que mais a incomodava.
Morena, roliça, com um peito que tirava do sério qualquer homem da aldeia, sem escolher idades, era contudo a sua sensualidade de mulher terrena, do campo, que mais enlouquecia a população masculina da terra, mesmo que estivéssemos só a falar de um par de velhos com mais de 80 anos, dois ou três entre os 60 e os ditos 80. Ela via-os a no lagar, a pisar a uva, sem calças, e soprava o calor que sentia, por entre o cheiro a mosto e as cantorias. Havia o homem da Marcolina que se fez teimoso e não abandonou a terra, nem a casa, nem a mulher. Ah, e havia o Abel do café e…o filho! Rapaz a rondar os 30 anos, acabado de chegar de uma vida desvairada na universidade, andava há que tempos para terminar o curso. Estava de passagem pela terra, com certeza para pedir mais dinheiro ao pai. “Só enquanto procura trabalho, que isto não é lugar para ele, era só o que mais faltava” costumava dizer a mãe dele, com quem Luz se encontrava aos domingos, depois da missa. Ai, o Tomás.. Já o tinha espreitado pelo canto do olho muito disfarçadamente porque se as velhas beatas, sabidas e desconfiadas, a topassem, era um “ai” até cair na boca da aldeia.
Enquanto tratava dos animais, a mulher ia pensando nisto e de forma inconsciente foi passando a mão pelo corpo, os seios fartos, a cintura fina de quem nunca pariu, as ancas bem largas que faziam dançar a saia e as coxas roliças e morenas. O pensamento fugiu de novo para o rapaz, voltou a suspirar e confessou-se: “Ai se eu lhe pudesse deitar a mão, nem que fosse só uma vez! Ao diabo com o homem que está lá longe e quem sabe o que andará a fazer, ora... homens… está bem, está. Ai, que pecado! E as velhas? Ora se tudo fosse bem feito, se nunca desse motivos para desconfianças...” e enquanto assim matutava a mulher foi andando para casa. Era o tempo das vindimas, por todo o lado havia gente a trabalhar, tractores cruzavam os caminhos a caminho da adega, lá na vila. Também ela tinha de começar, não tinha mãos a medir. Logo depois do almoço Luz saiu preparada para as vinhas. Trazia uma saia rodada escura e uma camisa framboesa. Na cabeça, a prender-lhe os cabelos um chapéu de palha. Lá andava ela com a tesoura de podar encavalitada no escadote quando o viu chegar. A mulher parou meio assombrada... mas será que é mesmo ele? Quem mais havia de ser Maria da Luz? Novo, com aquele corpo? Dizia-lhe uma voz escarninha junto ao ouvido. Trémula, viu-o aproximar-se. Boa tarde, vim da parte do meu pai, que me mandou dar-lhe uma mãozinha…a voz do rapaz soava como uma bigorna aos ouvidos de Luz.
Que sim, disse-lhe, que estava agradecida, que fosse tratando das vinhas mais abaixo que ela lá ia tratando destas e tal…
A tremer, com o coração aos pulos, apesar do suor que lhe escorria como um rio colando-lhe a camisa aos seios, a mulher foi espiando o Tomás por entre a folhagem das parreiras, não lhe perdendo os movimentos. Era alto, suspirava, era moreno, arfava, ai, as mãos eram belas, branquinhas, mãos sem calos, de quem nunca trabalhou no duro…e então... ó desgraça, o rapaz despe a camisa e expõe umas costas magníficas... o sol a dourar-lhe a pele, os cabelos curtos encobertos pelo boné…. vou buscar de beber… trago para si também. Que sim, que sede, que está calor..
Se está, murmura a mulher, com um fogo que nunca sentiu antes a devorar-lhe as entranhas. Maldito sejas Abel, que mandaste o diabo para me tentar, a mim pobre mulher que não me passa homem pelas beiças há mais de um ano, que dava tudo... mas tudo para ter aquele homem... mesmo que o amanhã não existisse para mim…
Espera… sente-se agarrada por trás… dois braços jovens, nus, que a fazem estremecer. Julgas que não reparei no teu olhar? Diz que não queres. Oh, Tomás, digo o quê? E a mulher enlouquecida deu por si nos braços daquele homem que tanto desejava. A respirar o mesmo ar, a sentir o sabor salgado do suor dele. Ali, no meio da vinha, protegidos pelas latadas cúmplices.
Atirou-a contra o pilar. Atirou-se a ela. Agarrou-a, beijou-lhe o pescoço, as mãos desceram para o peito, seguraram aqueles seios firmes, as nádegas e as coxas roliças e uivou de prazer. Luz estava num estado comatoso de tanta excitação. Nua, exposta, viu-o baixar as calças e ficar nu diante dela e.. sem pêlos. Ébria de prazer, ajoelhou-se, tomou-lhe o sexo entre as mãos e beijou-o, deliciou-se a percorrê-lo com a língua, meteu-o na boca, chupou-o, uma, duas, três vezes, sabia a homem misturado com o sabor doce e pegajoso das uvas nas suas mãos. Deleitou-se com os gemidos dele… mais não… anda cá… pediu ele. Ergueu-a, ajoelhou-se, e ela sentiu-lhe a língua a abrir caminho dentro de si, a enlouquecê-la. Gemeu, abafou um grito na curva do braço, arqueou as ancas de encontro à boca dele, enquanto o seu corpo se agitava em vagas de prazer demorado, tão desejado. Quando sentiu o suco dela na boca, Tomás não perdeu tempo e entrou nela de uma só vez, por trás, profundamente. Entre sussurros e gemidos cavalgou-a, mostrando-lhe com toda a sua virilidade quem mandava, mas quem mais gozava era ela. Luz gozou uma e outra vez e, mesmo quando, mais tarde, depois do jovem ter juntado ao dela o seu prazer, Luz ficou-se a deslizar pelo pilar, a fitar o céu consolada, incapaz de se mexer, com o fogo apagado e a pensar.. mesmo que tudo se saiba... mesmo que caia em desgraça... valeu a pena… valeu realmente a pena este momento… e não o trocava por nada.
Dias depois quando foi encontrar, no estábulo, o macho a cobrir a égua, parou a observá-los. O animal com os músculos retesados, viril, de grande porte e a fêmea que o recebia, submissa, gozando em ter um macho daqueles só para ela. Luz acercou-se dos animais, afagou a fêmea e sussurrou-lhe: “É bom, não é”? Todos os animais gostam…
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
aqui namora-se...
Pronto, é técnico de informática e passa a vida a reciclar o meu pc. Não percebe nada do que eu lhe digo e eu pouco percebo daquilo que lhe interessa. Mas isso é um pormenor, não?
De manhã ofereceu-me uma linda orquídea lilás. Confesso que por uma questão de frames quase lhe disse um ternurento: amo-te!
Afinal é quase isso que eu sinto por ele..quase..quase...
Disse-me que tinha uma surpresa para mim, para o nosso programinha de logo à noite..hummmm..Saio para a rua e rezo para que este dia seja assim mais "normalzinho", que pelo menos não haja acidentes e mortes que me obriguem a encarar, uma vez mais, as verdadeiras tragédias da vida. Sorrio para as pessoas, sinto o sol na minha cara..tão bom..
Mal abro a porta, o fervilhar da redacção chega até mim. Aparentemente um dia igual aos outros mas sente-se..algo anda no ar..o sorrisinho de gata da Matilde, o telefonema tão demorado do João, em voz sussurrante, um brilho malandro nos olhos do Miguel..pequenos nadas que tornam o dia diferente.
A reunião de editores já começou. Podemos brincar um bocadinho..(patrão fora...)..
-O que te deu o Luís? Pergunta a Rita em pulgas mostrando o relógio, novinho em folha, que o marido lhe ofereceu logo de manhã. A Luísa e a Ana juntam-se à conversa. Vamos cochichando até que o barulho da porta da sala de reuniões nos dá a entender que a reunião terminou.
-Vamos trabalhar? Perguntas.
Pois isso...
A manhã está no fim. Observo-te no teu canto, compenetrado, e vou pensando: será que és um homem romântico, será que beijas a tua mulher antes de sair, será que lhe compraste uma prenda para assinalar este dia? Será?...E , no entanto, vou malucando no porquê desta minha agitação perante a tua pessoa. Se eu tenho em casa um verdadeiro gato, cobiçado pelas minhas amigas.. trintão, bonzão, tesão, que me come como um louco..e as minhas hormonas só pulam diante de ti !!!!
Pronto, tu és interessante, quarentão, charmoso, mas também já dás sinais de cansaço: olheiras, queda de cabelo, uma barriguinha que teima em instalar-se..e quanto ao feitio, então, nem vale a pena estabelecer comparações..mas eu insisto. O Luís é um carneirinho fofinho com uns olhos enormes, meigos, meigos, meigos..e tu...pffff..és um lobo mau, sarcástico, gozão, cabrão qb, arrogante.....................................................................................................................................................................................................................
E, contudo, tu olhas-me e a minha tensão dispara, repreendes-me e o sangue corre mais rápido nas minhas veias, tocas-me acidentalmente e eu desfaleço e tenho que disfarçar o rubor e os tremores!! Razão tem a carpe: "O sexo complica a vida". E de que maneira, digo eu.
Mas o dia vai passando. Silêncio, quietude, paz. A meio da tarde a maioria do pessoal está na rua em reportagem. Eu hoje fiquei (quem diria!). Noto uma certa movimentação ali à minha direita. Olho e apercebo-me de uma tentativa de linguagem gestual entre o Zé e a Fátima. Disfarço mas consigo perceber a palavra "arquivo".
O arquivo fica na cave, ninguém lá vai, a não ser numa situação de emergência. Digo-te que vou à rua e desapareço antes que o Zé e a Fátima arranjem uma desculpa para se ausentarem. Atiro-me pelas escadas abaixo, entro no arquivo que cheira a mofo e aninho-me atrás de uns caixotes. Não tardo a ouvir os risinhos abafados da Fátima e os passos fortes do Zé. Entram, não acendem a luz e atiram-se nos braços um do outro. Mas, então, a cena que se desenrola diante dos meus olhos deixa-me sufocada!
Este não é um encontro de sexo fortuito, desesperado..não..nada disso..isto é amor..estes gajos amam-se!!! Fico ali calada, de boca aberta, sentindo-me envergonhada. As maõs do Zé percorrem o corpo da estagiária com carinho, beija-lhe as pálpebras, chama-lhe amor. Ela deleita-se com as palavras dele, atira a cabeça para trás, oferece-lhe o pescoço que ele beija com infinito prazer. Abraçam-se, os lábios trocam beijos constantes enquanto sussurram palavras tão doces! Então o beijo torna-se mais intenso, as mãos do meu colega tornam-se exigentes. As roupas vão caindo no chão e eles amam-se, diante de mim. Isto é amor, repito mentalmente. Ele entra no corpo da Fátima com infinita ternura, com uma doçura que me faz fechar os olhos para não ver. Sinto que estou a estragar um momento de rara beleza. Ela entrega-se ao abraço dele. Ele possui-a. Com calma, como se não estivessem num arquivo poeirento, mal cheiroso, deitados em cima de uma pilha de jornais ultrapassados. Os lábios não se largam, as ancas dançam com movimentos ritmados, precisos, mas sem atropelos. As maõs entrelaçam-se com a chegada do prazer. Ficam ali, sossegados, apaziguados, a sussurar carinhos..
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
rumos de prazer ..a minha versão..
outro. Sinto o teu gemido que estava preso na garganta. Peço que te deites, é a minha vez, quero experimentar, quero saber como é..Estás deitada, ofegante, de olhos fechados e de braços estendidos para mim. Beijo e lambo os teus mamilos, desço até ao umbigo..arqueias a tua anca..pedes-me com voz rouca ..agora..mas não..ainda não..Desço até aos teus pés, brinco com eles, faço-te cócegas e depois vou subindo devagar, apreciando a suavidade das tuas pernas..sempre pelo interior, até alcançar as tuas coxas..passo a língua devagar, quase sem te tocar.. tens um sabor forte, é bom. Gemes. E então começo a sorver-te, enfio a minha língua dobrada pelo teu sexo, entro e saio de ti..abraço-te pela anca para te puxar mais para mim..para que a minha língua fure mais dentro de ti. Gritas e vais soltando palavras sem nexo ao sabor do prazer que te dou. As tuas pernas estão em volta do meu pescoço, a tua anca levantada e as tuas mãos puxam-me a cabeça cada vez mais para ti. Entro em ti com um dedo. Meto, rodo, tiro. Mais gemidos. Experimento com dois e sinto a tua mão a procurar-me o sexo. Entras em mim com dedos sábios e viras-me. Agora sou eu que estou deitada à mercê do teu desejo. A paixão explode entre nós e as nossas línguas sofregas não se largam. Deitas-te sobre mim, encostas o teu clítoris ao meu e sinto-me a delirar..isto é muito bom..o meu orgasmo é lilás, salpicado de cor de rosa. O teu não sei, mas os teus gritos dizem-me que gostaste. Olhamo-nos durante muito tempo até desfazermos o nosso abraço.Quando os homens chegaram disseram que tinhamos um ar comprometido..Não sei porquê..
rumos de prazer
uma história começa aqui. não sabemos como nem quando terminará. sabemos apenas que existem vários rumos possíveis e que todos serão revelados. a seu tempo.
O sol está a pôr-se mas a água está óptima no final de tarde de primavera. A prainha está deserta, à excepção de nós os quatro, de molho. O mar está completamente flat, nem os surfistas nos fazem companhia. Ao fundo, passa um barquito de pesca.
Já chega, estou a ficar com a pele enregelada. Saio, corro para a toalha. Tu vens comigo, eles continuam a nadar para longe, a ver até onde conseguem ir. Deixa-os ir.
Queres um iogurte? Mexo-o com a colher enquanto olho para ti. Fazes o mesmo, sorrimos enquanto levamos a colher à boca. Sinto-me bem quando estou contigo, fazes-me a alma sorrir. Percebes isso, não percebes? Olha para mim. Tira os óculos, o sol está-se a ir. Posso beijar-te as pálpebras? Apetece-me mimar-te. Posso?
Pouso o iogurte e pego no teu rosto com as mãos. Beijo-te as pálpebras uma e outra vez. A ponta do nariz. Manténs os olhos fechados e eu beijo os cantos dos teus lábios. Passo a língua por eles, e tu deixas-me entrar, dás-me a tua língua a beijar. Boca pequena e doce. Queres mais um pouco de iogurte? Partilhamos o prazer lácteo e frutado de um iogurte de morango. É bom, não é? Fresquinho…
Não resisto ao teu pescoço. Ainda está molhado e salgado da água. Sabe bem recolher as gotas que te escorrem do cabelo até ao ombro. Suspiras. Deixas-me ver o teu peito? É muito bonito. Olho para ti com um sorriso sugestivo e levo a colher ao iogurte. Deita-te. Passo as costas da colher pelo teu peito, a transbordar de iogurte. Entorno-o nos teus mamilos e delicio-me a sorvê-los devagar, lambendo o iogurte. Demoro-me, mesmo depois de já não ver o líquido branco cremoso.
Volto a mergulhar a colher no copo, e desta vez desço com a colher pelo centro do teu torso, deixando uma estrada branca na tua pele dourada. E vou lambendo, até ao teu umbigo. Rodeio-o em círculos e entro lá dentro com a língua. Sinto-te estremecer.
Queres tirar o bikini? Estou louca para te lamber toda, mas não quero parecer ansiosa. Mas tu acedes ao meu pedido e eu pego no copo de iogurte, mexo-o durante um bom bocado com a colher, levanto-a, faço o líquido verter novamente para o copo para comprovar a consistência e esboço aquele sorriso de novo. Passo com a colher por cima da tua púbis, tu abres as pernas e eu páro. Gosto de te deixar expectante.
Mas não resisto, há muito que queria fazer isto. Verto um fio de iogurte devagar, dou de beber ao teu clítoris. Arrepias-te, sabe bem? Parece que sim. Posso provar? Ummm, tão bom! Salgadinha. Doce e salgada. Com grãozinhos de areia à mistura. És muito bonita, sabias? Dou-te um beijo ruidoso nos lábios interiores. Oiço os homens a chegar, consigo antecipar a surpresa de um deles. Ou talvez não...
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Querido editor: as palavras que nunca te direi II
Eu fico. Ando ocupada com um novo namorado. Ando a descobri-lo entre jantares bem regados e noites bem passadas. Ando entretida, muito envolvida. Tenho-me esquecido de ti, o meu corpo anda anestesiado de novas sensações. Estou calma, apaziguada.
Até que, uma destas manhãs, chego à redacção a deitar os bofes pela boca, cansada de tanta correria, esbaforida com a agenda de trabalho que tenho entre mãos e..então..estaco, pasmada.
Um mar de gente à tua roda, todos a espreitarem e a apontarem para um mapa, eu vou pra ali, e eu pra acolá..e tu:
-Este ano vou para aqui, olhem, é um sítio pequeninho, muito sossegado.
Todos se debruçaram para fitar o minúsculo ponto no mapa, até a Fátima (o que está ela a fazer ao teu lado, anyway?) e eu senti o chão a fugir-me debaixo dos pés.
Com uma sensação de profundo pesar fui sentar-me diante do meu "fiel amigo" e lancei-me ao trabalho indiferente aos vossos planos, aos vossos projectos, aos vossos anseios.
O Zé estranhando o meu silêncio perguntou-me se eu não ia a lado nenhum. Respondi-lhe que não tinha tempo nem dinheiro, mas com tão maus modos que tu não resististe e perguntaste sarcástico:
-É um mau dia miúda? Estás cá com um azedume!
Olha quem fala, cabrão. Penso. Resmungo entre dentes uma desculpa qualquer e atiro-me ao computador como uma doida alucinada. O rastilho do desejo aceso de novo a abrir crateras dentro de mim. Agora que sei que não vais estar por perto três ou quatro dias.Alteras assim o sentido dos meus dias sempre iguais, a saber do teu poiso, a saber o que fazes, a ter-te à mão, nem que seja só para te ver. E agora? A minha bílis descarrega quantidades industriais de um líquido sulforoso que me envenena as entranhas. Sinto-me doente de tão triste.
E é então que me surge uma ideia fabulosa. Se eu até sei como se chama a terriola para onde vais fugir...porque não arrastar a minha nova aquisição precisamente para o mesmo sítio..a pretexto de um fim de semana na neve? Pois...
São nove da noite. Eu e o Luís estamos às voltas com a tralha, à porta do meu prédio. Calhou muito bem a Opel Astra novinha do Luís. Dá para meter lá tudo. Cobertores e caixas de mercearia. Muita tralha para a neve, cd´s e livros para mim. O portátil, sempre.
A reserva foi assim assim de conseguir e como temos cozinha fica mais barato.
Fazemo-nos à estrada e vamos ganhando o Norte. Ao tempo que eu não via o Porto. Sempre para Norte. Entramos em Espanha e continuamos.
Cá estamos. Chegamos tardíssimo, ainda andamos às voltas até encontrar a casinha, pequeninha, com muita lenha no alpendre. Fizemos a cama e, mais tarde, debaixo dos cobertores e do edredon que trouxemos, ainda deu para trocarmos uns carinhos. Coisa pouca, estávamos cansados.
22H. Estou deitada, acordada,a sondar o insondável que eu sou. O Luís dorme ao meu lado. Comi-o como uma louca, como se não houvesse amanhã. E tudo porque hoje, bem cedo, dei de caras contigo.
Enquanto o Luís se atirava por montes e vales deliciando-se com a neve, eu arrastei-me até à pequena mercearia/tabacaria/papelaria da aldeia para comprar pão..e jornais.
E então lá ao fundo a escolher cigarros..estavas tu. Sozinho. Com um saco de pão e dois jornais.
A tua surpresa...misturada com um sorriso de carinho:
-Tu aqui! Então tu não és toda virada para as praias tropicais?
Pois, coincidências, calhou e tal, vou dizendo. E tu embalado..que estás a adorar, que os garotos andam loucos com a neve, que o hotel é muito bom, que tens de ir andando, e tal.
Eu que aproveitasse para descansar, que não andasse em grandes farras...
Tudo dito com essa voz grave, rouca, marcada pelo tabaco e com malícia.Tu a caminhar para a saída e eu ali, parada, a planar...anestesiada porque te vi longe do jornal, noutro contexto, e gostei ainda mais.
Passei o resto do dia num torpor que não sei explicar, farta de tanta neve, enregelada, com o nariz a pingar e só me senti um bocadinho mais reconfortada quando, à noite, o Luís ateou um grande fogo e cozinhou um excelente jantar. Comemos, bebemos e caímos na cama, abandonando-me nos braços do meu novo namorado, que é uma amante fabuloso. Imaginei mil fantasias, tudo porque te vi de manhã com um saco de pão na mão e dois jornais debaixo do braço!
Com o fogo apagado aqui na cama, fito o tecto e vou delirando nesta febre que me consome as entranhas.
Imaginar...
Nós os dois, o edredon, a manta de pêlo e as almofadas. Em frente à lareira, na sala, no chão. Os copos de vinho tinto delicioso que vamos bebericando, as chamas que tremeluzem na escuridão iluminando os nossos corpos nus. O cigarro que atiras ao lume para receber o meu beijo demorado, lânguido. Os meu braços que te rodeiam, o abraço que nos une e torna tudo tão excitante. O teu corpo que eu percorro com a minha boca, sem esquecer nenhum pedacinho até chegar ao teu sexo e aí demorar-me com a minha língua a descrever círculos, a abocanhar-te e a lambuzar-te. O som da música de fundo e os teus gemidos roucos. A forma como me preparas para te receber. O toque das tuas mãos experientes subindo pelas minhas coxas, abrindo-as, até chegar ao meu sexo que acaricias lentamente, com mestria. Um dedo explorador que me arranca suspiros. Dois dedos dentro de mim abrindo caminho, fazendo-me transbordar, derrubando as minhas defesas, acendendo em mim um desejo que me deixa trémula. Deitas-te, puxas-me para ti. Subo, procuro o teu sexo e dirijo-o para mim. Entras como uma luva e eu encosto as minhas mamas aos teus lábios. Seguras-me pela cintura e conduzes-me, marcas o ritmo. Estou em cima de ti, balanço-me, sinto-te fundo dentro de mim. Ofereço-te os meus mamilos que tu sorves, lambes e saboreias e isso entontece-me.Rouquejamos. Balanço-me mais forte e tudo explode à minha volta. Mil cores na minha cabeça. Tu sentes o meu prazer, viras-me num gesto rápido, abres as minhas pernas mais ainda e começas uma dança de movimentos rápidos e precisos. Eu aperto-te e olho-te enquanto me cavalgas, de olhos fechados, lábios entreabertos soltando gemidos. Cravo-te as unhas nas costas ao sentir-me arder uma vez mais. Arqueio a minha anca contra a tua. Gritas. Aumentas o ritmo e sinto, no fundo de mim, o choque que percorre todo o teu corpo. Libertas o teu prazer enquanto gritas sem pudor,ao meu ouvido, como é bom, como te excito, como gostas do meu corpo.
Se tu conseguisses perceber a loucura da excitação que sinto por ti, querido editor..
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
querido editor: as palavras que nunca te direi
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
chocolate e menta..
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
o primeiro do resto das nossas vidas..
Meu querido