segunda-feira, 31 de março de 2008

depois do natal..(continuação)

Fomos. Quando lá chegamos, dirigiste-te ao carro que tinhas usado durante o dia, apalpaste debaixo dos bancos e sacaste de lá um embrulho.

-Sex shop?Mas...que...

-Então, querias que eu levasse isto para o jornal?


-Mas o que é? Mostra...lubrificante...


-Hum hum, não há melhor lubrificante que a saliva, mas como tu és uma amadora...

Corei.

Lá fomos, com o meu saco às costas. Jantamos perto da rotunda da Boavista e fomos para tua casa. Entrámos na banheira e começámos a ensaboar-nos. Enquanto percorremos o corpo um do outro vamos misturando bocas e línguas Trocamos toques e dentadas e preparas a gillette para retocarmos a depilação dos nossos sexos. Gostamos de estar muito lisinhos...

Saímos embrulhados num único toalhão, indiferentes aos teus colegas de casa. Contigo, era assim, natural. Se, por acaso, alguém aparecesse diziamos "olá, boa nooiite" em uníssono, com um grande sorriso e lá íamos....
Fomos. Entrámos no teu quarto, deixámos cair o toalhão e recolho-me nos teus braços. Gosto da tua estatura mediana que encaixa bem com a minha e gosto de sentir as tuas mãos, tão suaves, que percorrem o meu corpo de forma atrevida. O teu sexo espreita, retesado de excitação e eu não resisto, não posso observar tamanha excitação sem provar. Sou tão gulosa..
Nun segundo estou de joelhos, com uma mão seguro o teu pau pela base, com a outra apalpo-te o rabo. Começo a lamber pela base sem o deixar entrar na minha boca, fujo dele, até começares a ter "choques eléctricos", então abocanho-te, rolo-o na minha língua, enfio-a pelo buraquinho e vou pressionando, abocanho-te de novo, engulo-o até te sentir no fundo da minha garganta e peço-te que me dês tudo o que tens..e tu dás, entre gemidos e asneiras..
Levanto-me e estendo-te os lábios para partilhar contigo o teu orgasmo. Aceitas. Sabes que tens que aceitar, neste campo sou eu quem imponho regras...senão.."acabam-se as chupadelas, não há mais.."
Num instante estou em cima da tua cama, de quatro. Vens por trás e começas a lamber-me as costas até chegares ao meu rabo. Dás-lhe umas trincas e começas a brincar com o meu clítoris, até sentires que estou encharcada. Sinto a tua língua a aproximar-se da minha vulva, a prová-la, mordes-me com cuidado e começas a lamber-me o rabo, devagarinho, estimulando-o com a ponta da tua língua até me sentires pronta. Vais buscar o lubrificante e começas a besuntar-me...hum..é fresquinho..sabe bem..
Estou muito excitada. Sinto a tua cabecinha encostar-se ao meu rabo, de uma forma firme mas não fazes qualquer movimento.
-Vou deixá-lo estar aqui até que te sintas confortável, nessa altura fazes força e vais ver que não custa...
-Oh, vai doer..
-Não vai. Confia.
Faço como dizes. Deixamo-nos ficar sem movimentos, apenas a tua mão brinca com o meu "botão", até deixar de sentir desconforto. Empino o rabo contra ti e sinto a tua cabecinha a deslizar dentro de mim.
Fecho os olhos e começo a gemer.
O resto entra naturalmente e começas um vai-vém louco...
-Isto é bom..
Sinto os teus gemidos à medida que os nossos movimentos aumentam..
-Que tesão do caralho...
Mordo a almofada, enquanto me agarras pela anca e gritas o meu nome repetidamente..
Vivo mil sensações diferentes de tudo o que alguma vez senti e ficamos estendidos, a arfar, até que ouço a tua voz de gozo:
-Sabes onde quero fazer isto para a próxima?
-No jornal?!
risos

em busca dos olhos verdes e nome composto...

Eu não tive culpa. Os senhores anónimos são os responsáveis por esta ideia. Estava eu embalada na minha prosa (romanesca) a contar os meus mais intimos segredos, quando "alguém" foi ao armário e tirou de lá o rapaz de olhos esverdeados e nome composto. E tanto insistiram nesse assunto que a vossa Muito Querida não descansou e vaí de ler a ficha técnica do JN, disponível na net, à procura de nomes compostos, até ficar míope.

Lá descobri um senhor com apelido composto (um único) e em Braga. Ah, Braga, a cidade mais puta deste país...o que eu tenho a contar sobre Braga, nem de propósito.

Mas será este senhor o tal rapaz de olhos esverdeados que em 1995 chamou a minha atenção na redacção da sede do JN?

Vá lá, ajudem-me...se for o mesmo e continuar tão interessante..pode ser que eu ainda lá vá..dançar o vira...


(suspiro)

Braga por um canudo..o que eu tenho a escrever sobre a "Amsterdão portuguesa"....

sábado, 29 de março de 2008

depois do natal..

Regressei ao porto no dia 27 de Dezembro. Acabadinha de chegar à estação de S. Bento num dos primeiros comboios da manhã vi-te de pé, à minha espera.

Desci e dirigi-me para ti. Abraçaste-me com força e escondeste a cara nos meus cabelos, enquanto as tuas mãos desciam para o meu rabo.

-Tive saudades tuas gaja...

-Também eu...

Ofereci-te os meus lábios e aceitei a tua língua.. e fomos atingidos por aquele tesão tipo choque eléctrico. As nossas mãos correram o corpo do outro..

-Foda-se, que vontade tenho de te comer..vamos praí para qualquer sítio..

-Começas? Esperamos mais um bocadinho..

-Deves ser doida.....

Agarras-me pela mão e levas-me até às casas de banho da estação, deprimentes, sujas, acanhadas..

Encostas-me aos azulejos frios, baixamos as calças, arredamos a roupa para o lado e entras em mim, com urgência..fodemos contra a parede, uma foda rápida, apertadinha, enquanto me mordes a orelha e me dizes aquelas palavras tão tuas......"ai morito, és uma foda tão boa"..

Começamos a ganir embalados pelo nosso prazer e, então, começas a pressionar o meu rabo e murmuras.."é isto que eu quero para a próxima..dás?"..

Excitada, digo que sim e sinto-te explodir num orgasmo de muita saudade. Como bom conhecedor do meu corpo, sabes o que é preciso para me fazer feliz. Levantas-me uma perna, aumentas o ritmo e aguentas-te o suficiente para me fazeres vir. Mordo-te o ombro, enquanto tudo à minha volta fica lilás..

Descansamos um bocado encostados à porta e então olhas-me, alucinado, com um brilho diferente no olhar, expectante...

-Prometeste, vais cumprir?

Digo que sim, que está bem, que depois se vê..mas sinto a tua excitação...

Passamos pela Batalha, para eu comprar brincos e depois seguimos para o jornal.

Subimos até à redacção e dirijo-me ao meu local de estágio. Cumprimento o pessoal, deixo que me beijem, que me gabem a cor mais modesta de cabelo (castanho) e ouço o editor:

-O pai natal trouxe-lhe o jogo de panelas menina?

Ocupo o meu lugar e "cai-me" trabalho nas mãos..

-A menina e o J.P (outro estagiário) vão com o--------ao Tribunal de------acompanhar o julgamento de tráfico de droga do Bairro do Cerco..

Fomos os três mais o motorista num carro do jornal, não identificado.

Ambiente desgraçado, insultos, miséria.

Gramamos o resto da manhã, almoçamos num sítio por ali perto e voltamos ao início da tarde.

Uma tarde inteira de apontamentos. Eles saíram da sala várias vezes para fumar. Eu, como não fumadora, gramei do príncipio ao fim. Resultado: às 21h30 ainda estavamos no jornal a comparar notas, numa redacção praticamente deserta, à excepção dos editores.

Tu estavas, à minha espera. Livrei-me do trabalho e fui ter contigo.

Estavas com um pau descomunal, eu, era mais fome. De comida, mesmo.

-Comes em casa morito, agora vamos passar nos carros que eu deixei uma pasta lá e faz-me falta..

-Nos carros, não inventes..que carros..tenho fome, porra.

-Também eu. O sítio onde guardam os carros da empresa, nunca foste?
(continua)

sexta-feira, 28 de março de 2008

ah cão...

Uma bela manhã o chefe mandou-me ir contigo à esquadra da PSP (ao comando) para me inteirar dos assuntos de Polícia. "Lá são recebidos pelo relações Públicas da PSP que vos informa do que aconteceu durante a noite, observe, para compreender o que nos interessa reter. Certo?"



Certíssimo. Desço contigo. Tens um carro antigo, não faço ideia qual a marca ou modelo. És sempre tu quem faz este serviço. A conversa entre nós é banal, corriqueira... "Estás a gostar de cá estar?"; "Estou"; "Sentes saudades de Lisboa?", "Sinto".



Até que, com um olhar malicioso dizes:



-Estou para te perguntar há que tempos...



-Hum?....



-Adoro esse teu cheiro...esse perfume.....qual é?



-Ah, "amarige"...



-Vou comprar para oferecer à minha mulher....adoro..

-Isso, ela vai gostar...

E então..com um ar de sacana:

-Assim, posso fazer umas brincadeiras mais safaditas e pensar em ti...

ah cão........

.........................................................................................................................................................................

Era uma antiguidade naquela casa, mas tinha um sentido de humor fabuloso. Brejeiro. Asneiras, uiii...
Um dia descobri que o ecran do computador dele, em descanso, dizia:

"toca-me..toca-me.......ui, ui.."

Achei piada e comentei com ele.

Resposta pronta e sorriso trocista:

"Então menina, até os bichinhos gostam, não me diga que a menina não tem quem lhe dê uns afagos, uns apertões, uns carinhos..oh menina, se não tem agora quando é que vai ter?"

Sentindo-me picada, respondo:

-"Pois fique a saber que isso é coisa que não me falta"

E logo ele, depois de uma troca de olhos com os restantes senhores presentes:

-Eu sei disso menina, eu sei disso..e olhe até lhe digo mais, se ainda aceita candidatos...eu ponho-me na fila....

ah cão.........

...........................................................................................................................................................................

Usava um daqueles bigodes farfalhudos que tapam o lábio superior. Piscava-me o olho e perguntava:

-Vai ao lanchinho menina?

Eu disfarçava, dizendo que costumava lanchar todos os dias e tal..

Um dia a conversa descambou para homens com e sem bigode.

Eu disse logo que não apreciava esse "apetrecho"...

O senhor em causa arregalou os olhos e atirou logo:

-Porquê menina?..olhe que isso é porque nunca experimentou, isto até tem a sua piada...

E eu , sem perceber o andamento...

-Terá, eu é que não vejo qual...

-Não está a ver?

-.........

E com uns olhinhos malandros:

-Serve para fazer cócegas, entre as pernas, às meninas...devia experimentar..

ah cão

.........................................................................................................................................................................

Era mesmo muito alto e tinha um vozeirão. Assustava-me um bocadinho.
Um dia apanhei-o no elevador. Descemos juntos. Já me tinha atirado umas bocas maliciosas, sem grandes ondas.
Nesse dia disse-me claramente: "provocas-me, sabias?". Disfarcei.

A sua estatura e os olhos penetrantes fizeram-me corar.

Sorriu:

-Há alguma coisa que não gostes em mim?

Arrisquei.

-Por acaso até há. Para começar, essa aliança que usa, ofusca-me...

-Isto querida?

Rodou o anel e tirou-o.

-Está resolvido? Já te agrado mais?

E com um olhar muito malandro, aproximou-se de mim, curvou-se e sussurrou-me ao ouvido:

-É que tu estás a ficar cada vez mais apetitosa......

ah, grande cão..

terça-feira, 25 de março de 2008

algures de joelhos, no JN...

Vésperas de Natal. Perto das seis da tarde. Pouca gente na redacção. Estou a trabalhar e vou olhando, controlando os teus movimentos, à espera de um sinal teu, até que finalmente viras-te na cadeira, olhas-me. É a minha deixa:
-oh----, vou lanchar, tá bem? Já volto...
-Está bem menina, mas não se atrase que temos trabalho...esses lanches....
Subimos os degraus da escadaria até ao bar, sempre a correr..o tempo estava a contar..sentamo-nos à mesa do costume..encostas o teu joelho ao meu e, enquanto comemos, a tua mão vai subindo pela minha perna até chegar ao fecho das minhas calças, que abres, sem pudor, como já é hábito, enquanto me olhas bem dentro dos olhos e sussurras.."ontem foi tão bom, não foi?"...
Estremeço. Ontem, no meu quarto, foi mesmo muito bom, penso, enquanto os teus dedos entram nas minhas calças, afastam a tanga e começam a dança que me deixa louca...
-Aqui não..vamos ser apanhados. Sou sempre eu a alertar para o perigo, eu, que nada tenho a perder, que daqui a dois meses vou embora. Tu devias ter cuidado, não achas? Tens bem mais a perder...
-Cala-te princesa...bora mandar uma praí numa sala qualquer?Anda lá..estou a arder, ninguém dá por nada...está pouca gente no jornal.. vive a vida morito (nunca mais ninguém me chamou morito)..
Estava toda molhada...nunca mais me esquecerei da tua loucura, irresponsabilidade, do viver o momento..
Saímos do bar e dirigimo-nos à administração. O gabinete da funcionária que tinha tirado cópias do meu B.I e contribuinte quando eu cheguei ao jornal, estava vazio e às escuras...mas era envidraçado...
-Que importa..anda, para aqui, para o chão...
Fiz o que disseste. De joelhos atrás daquela secretária enrolamo-nos em beijos e apalpões..levantaste a minha camisola e o soutien, baixaste as tuas calças e pediste-me:
-Chupa-me, anda lá...
Abocanhei-te, primeiro a cabecinha..passei a língua pela pele tão rosa, fiz pressão no buraquinho.. e depois engoli-te todo...arfaste de prazer..apertaste-me, rolaste a anca contra mim e pediste-me:
-Quero vir-me na tua boca, deixas? Anda lá..deixa, eu depois como-te à canzana, como tu gostas..
Acedi. Não podia dizer que não a uma bela canzana, ainda por cima naquele local, onde alguém podia entrar a qualquer momento.
Engoli o teu orgasmo, gozando com os teus gemidos que tentavas abafar, em vão, mordendo a manga da tua camisola.
E cumpriste a promessa. Inclinaste-me sobre a cadeira de rodas e começaste a lamber-me por trás, de joelhos, eu comecei a morder o braço da cadeira para não fazer barulho e então entraste em mim e deste-me a melhor canzana da minha vida. Enquanto me penetravas apertavas as minhas mamas com uma mão e com a outra brincavas com o meu clítoris...estava encharcada. No auge da excitação, inclinaste-te sobre mim e mordeste-me no cachaço...tão bom sentir os teus dentes e o teu sopro na minha nuca. Empinei o rabo contra ti e tive um orgasmo brutal que me obrigou a morder o apoio da cadeira, até rasgar o tecido..e então lembrei-te:
-Não podes fazer dentro..estou naqueles dias perigosos..
-Foda-se..então..para onde mando isto? Arfaste.
Levantei a cabeça e vi um grande e pesado cinzeiro de vidro. Agarrei-o.
Pegaste nele, brincaste mais um bocado e não tardaste a sair de mim rapidamente. Regaste o cinzeiro enquanto nos ríamos do estado em que ficou o apoio da cadeira. Vestimo-nos, sempre de joelhos, com risinhos abafados, e saíste à minha frente.
Uns minutos depois sentava-me no meu lugar para retomar o trabalho e ouvia o editor com um risinho sarcástico:
-O seu estágio é outro menina....
Ops...
Daí a pouco vieste dizer-me ao ouvido com o teu sotaque tão minhoto:
-Cum caralho! Esqueci-me do cinzeiro....
ops...

terça-feira, 18 de março de 2008

nos bastidores do JN

....e conhecia muitas bandas de música, partilhando até do meu gosto musical. Era um "bom papo", um "open mind" e o único editor que sempre me tratou por tu e me chamou pelo nome (em vez de menina). Também gostei muito de conhecer um certo rei mago, simpático, charmoso e "boa onda". E por ali circulei, conversei e observei os bastidores daquela redacção entre as nove da manhã, hora a que habitualmente fazia a "volta" até às oito da noite, altura em que já não aguentava mais e "fugia" ...

Andávamos a namoriscar há já algum tempo, eu passava a vida a meter o nariz em desporto para coscuvilhar contigo e havia até quem mandasse umas boquitas brejeiras, estilo "isso ainda vai dar em esfrega de quatro joelhos..". Expressão engraçada que passei a usar..

Uma manhã, andava eu a saltitar pela redacção quando me chamaram para entrevistar uns senhores de uma associação cultural qualquer do concelho. Fui esperá-los ao elevador e conduzi-os a uns gabinetes que existiam na altura, do lado direito.
Estava eu de caneta e bloco em punho a conversar com os dois homens quando bateram à porta e..ali estavas tu. Piscaste-me o olho, estendeste a mão aos senhores e ocupaste rapidamente o lugar ao meu lado. Olhei-te aturdida com a tua lata. Fomos conversando e, no final, mal eles saíram-"muito obrigado e adeus"- fechaste a porta do gabinete à chave e olhaste para mim com um olhar de sacana que nunca me vou esquecer.
Começaste a beijar-me e, à medida que os teu lábios passavam da minha boca para o meu pescoço, as tuas mãos começaram a meter-se por baixo da minha roupa..
-Pera...
-O que foi? Não queres?..Vá lá..não és virgem nenhuma..e sabes muito bem como me deixas..
-Mas aqui?
-É um lugar tão bom como outro qualquer..
Em pouco tempo estavamos enrolados nos bancos com as nossas roupas a voar por todo o lado....
-E se alguém bate à porta?
-Não abrimos....
risos
A excitação de estarmos num sítio proibido, de podermos ser apanhados a qualquer momento, tornou aquele momento numa aventura tórrida. Perdi-me nos teus braços enquanto sentia a tua tesão, arranhei-te as costas, mordi-te enquanto me comias primeiro nos bancos, eu sentada na ponta de um banco e tu de joelhos no chão. Depois, em cima da mesa, tu deitado e eu por cima,a montar-te cheia de desejo, com o corpo a escorrer suor. Comecei a gemer alto e tu tapaste-me a boca com a tua mão, que eu mordi de raiva e prazer quando me senti a arder. Mordeste-me um bico da mama até ficar vermelho e balbuciaste palavras bem nortenhas (que é escusado escrever) perdido no teu orgasmo.....
Vestimo-nos a correr, com a roupa a escorregar no corpo suado e saímos do pequeno gabinete com o ar mais natural do mundo..
Na redacção, o editor de "Grande Porto" no seu ar naturalmente dócil pediu-me a entrevista...
-Ops...

segunda-feira, 17 de março de 2008

uma aventura no jornal de notícias

Estágio final de licenciatura. Jornal de Notícias, Porto.Cheguei à cidade nos príncipios do Inverno de 1995. Fiquei instalada num quarto, na rua Alexandre Herculano. Dali ao JN, passando pela Praça da República, era um instantinho. Tinha três meses à minha frente, de trabalho e de animação.
No primeiro dia de estágio cheguei ao jornal e fui conduzida à extinta secção do "Grande Porto".
O editor, entradote, cabelos brancos, cara fechada, poucos sorrisos e menos falas, levou-me a dar uma volta pela redacção. Muita gente de meia-idade, alguma malta nova, alguns recém-chegados ao jornal. E logo o teu olhar a chispar para mim..no meio da "palpitante" secção de "Desporto".
Nunca mais me largaste. Mostraste-me o prédio. Fomos lá acima ao bar, tomamos café, conversamos e tudo começou ali. Eras minhoto, tinhas uma fala engraçada. Almoçamos e lanchamos juntos nesse dia e no outro e no outro e fomos criando raízes.
O ambiente dentro da sede do JN dava provavelmente para escrever um livro e adaptar para cinema, numa longa longa metragem..adiante. Gostei, é muito vintage. Respira-se um orgulho nortenho, tradicionalista. Pouco habituados a piercings e cabelos de cores berrantes , na altura, arregalaram os olhos quando olharam para mim à primeira e perguntaram coisas espirituosas como "morreu-lhe o gato menina?" ou "caiu-lhe uma lata de tinta na cabeça, foi?". Dias depois já brincavam comigo e, confesso, era gente muito interessante apesar da mentalidade um bocadinho...."fato e gravata", se me entendem. Os homens bem mais simpáticos que as senhoras,a bem da verdade..agora provavelmente a redacção estará renovada, na altura era tal e qual. Quando o ambiente ficava "carregado" refugiava-me em cultura ..o sr "White" era (é?) uma delícia e um cavalheiro... (continua)

quinta-feira, 13 de março de 2008

uma noite no coliseu do Porto




1994. Nick Cave tinha concertos agendados nos coliseus. Por causa dos exames falhei o concerto de Lisboa. Segui para o Porto. Coração apertado pela emoção. Roupa preta, sempre. Botas dr martens.Cabelo tingido de cor-de-laranja. Viajava sozinha, calada, ao som do último trabalho de Cave. Nunca o "Do You Love Me?" fez tanto sentido como naquela altura.

Com o fim de uma relação de longa duração havia um vazio que insistia em instalar-se. Ainda por cima ele ia lá estar, no grupo de amigos com quem eu ia assistir ao concerto nessa noite. Ah, e a namorada também..

Submersa no meu mundo alternativo, sem olhar à esquerda nem à direita, indiferente ao que se passava à minha volta, alheia a tudo e a todos..foi assim que cheguei ao Porto.

Quando nos encontramos os nossos olhos cruzaram-se e ficou tudo dito, a fogueira da nossa paixão não estava extinta..ainda resistiam brasas suficientes para atear o maior dos fogos ....

Nessa noite mergulhei nas profundezas de mim mesma conduzida pela voz do intérprete/compositor que me alucina desde a adolescência. E então fomo-nos aproximando na escuridão do Coliseu, a minha sala de espectáculos preferida.

Devagar, tocaste-me na mão, lembras-te? Acendeste em mim um rastilho de desejo perigoso, naquele ambiente carregado de erotismo os nossos corpos foram-se tocando suavemente. ..os teus lábios roçaram o meu cabelo,a minha nuca..e a tua voz soou rouca ao meu ouvido..

"vamos ao bar.."

Fomos. Mal abandonamos a sala a tua mão agarrou a minha. Conduziste-me determinado à casa de banho masculina. Entramos, indiferentes aos olhares confusos e maliciosos dos vários homens que estavam nos mictórios. Uma única casa de banho fechada. Degradada. Encostas-me à parede e as nossas mãos ganham vida própria. As nossas bocas sôfregas abrem-se para deixar entrar duas línguas que se conhecem bem. Desaperto-te as calças que caiem aos teus pés e os teu sexo salta de lá. A minha mão aperta-o e baixo-me para sentir o cheiro..este cheiro que tens quando estás excitado..sentes? Lambo-te a cabecinha, mais para te cheirar do que para te dar prazer.

Tenho o soutien no pescoço, as calças ao fundo das pernas e as tuas mãos exploram o meu sexo húmido. Coloco uma perna em cima da tampa da sanita para que me possas penetrar. Ajudo-te. Entras em mim com fúria, com tesão, com paixão. Colamos as nossas bocas e os olhos não se largam enquanto as ancas dançam, em movimentos já decorados, tão nossos. Não falamos. Gememos palavras desconexas, nuas, cruas..

Rouquejas "saudade", sussurro "paixão"..e o prazer chega..engolimos a saliva um do outro, engasgamo-nos..trincamos os lábios..

Saímos no mesmo mutismo. Sem olhar para o lado, indiferentes e dirigimo-nos ao bar..

Lembras-te?

terça-feira, 11 de março de 2008

a caminho do alentejo..

Que confusão do caralho... Tinha que fazer merda e, ainda por cima, no Jornal. Dassssse...
A verdade é que já não conseguia resistir. Era agora ou nunca mais e acho que não me perdoaria se isso acontecesse. O estranho é que sinto que algo mudou. Não sei o quê mas sinto. Tenho que pôr isto em pratos limpos...
-Sim?
-Podes chegar aqui, por favor?
-Por favor?
-Anda cá. Quero falar contigo.
-Estou a caminho.
Parecia estranha...
O que é que este quer agora? Já não basta a confusão que tenho na cabeça. Sei lá eu o que ando a fazer…este gajo é casado, pai de filhos, é meu superior…foda-se..tinha que me meter com um editor..são pouco cabrões são...vou ficar com uma fama..ainda por cima não durmo nada de noite, sempre a pensar naquela cena no monta-cargas..ai..porra, aquilo foi..eu nem sei..só de pensar dá-me logo vontade de apertar as coxas…já estou a latejar. Oh pá este gajo provoca-me reacções..eu sei lá..eu pareço uma cadela com o cio…ainda se eu pudesse mudar de editor..olha com o "velhadas" é que eu estava bem..agora ali sempre com este tipo..oh pá..eu sinceramente..não sei..eu masturbo-me ao chegar ao jornal, a meio da manhã, no intervalo de almoço..e por aí fora..isto assim não dá…tenho que ir ao médico. Noutro dia olhou-me nos olhos e chamou-me princesa e eu..parecia uma parva ali especada sem dizer nada e ele à espera..ele logo de manhã a mandar-me fazer a "volta" e eu a pensar na volta que lhe dava ao que ele tem dentro das calças..de maneira que..nem sei a quantas ando..acho que vou meter baixa por uns dias..enfim..o que será agora?

-Diz....
-Entra e fecha a porta
-...
-Estás bem?
-Porque é que não havia de estar?
-Não pareces...queria falar sobre o que se anda a passar.
-Não é a melhor altura. Se já não precisas de mim, vou-me embora.
-Falamos depois?
-Depois...
Estava estranha. Não consegui perceber como. Se calhar levei isto longe demais. Entusiasmei-me demasiado. Disse alguma coisa que não devia? Estava com uma tesão... Devem ter saído uma ou duas, mas ela também não é nenhuma criança.
No dia seguinte, foi preciso chamá-la para conversar por causa de outro assunto. Tinha outra cara mas o ambiente entre os dois continuava pesado. Depois da conversa sobre mais um artigo, um silêncio constrangedor que ele decidiu romper.
-Porque é que ontem foste embora assim?
Ela fez um compasso de espera e pôs o ar mais sacaninha possível
-Ainda tinha o lenço de papel dentro das cuecas, fui-me lavar.
-Não te ponhas com merdas. Ontem saíste daqui lixada. Queres falar do assunto?
-Tu é que querias falar de alguma coisa...
-Pois queria. Mas aqui não é o melhor sítio. Estive a pensar; Temos uma reportagem para fazer amanhã no "Convento do Espinheiro". Podias vir comigo e falávamos pelo caminho.
-O que é isso?
-Vê na net. O site é este: http://www.conventodoespinheiro.com/
Olha agora é que sim, eu a querer afastar-me e este gajo a tentar-me, a provocar-me…. são ou não são todos iguais estes homens? Vou com ele ao Alentejo..está bonito. Bem, já que é para a desgraça vou vestir a minha lingerie mais sexy..o body preto..depois do que aconteceu entre nós, eu não acredito que ele não vá tentar coisa alguma..nem que seja só uns beijos..hummm…e se eu gosto dos beijos dele..estou a ficar louca com isto..
Saíram da redacção ao final da tarde com uns apontamentos bastante precisos sobre o que o jornal pretendia para uma iniciativa nova, tipo "vá para fora cá dentro"... (Continua)

terça-feira, 4 de março de 2008

agora falo eu (continuação..)


-Então miuda? Estava a ver que nunca mais... Tens tudo pronto?
-Tenho pois. Já está a andar. Não precisas de agradecer de uma forma tão efusiva.
-Esta hoje está inspirada... anda daí. Vamos jantar com o Eduardinho que ele hoje ainda tem que ir para casa, coitadinho.
Sentaram-se para jantar no restaurante de todos os dias, hoje um pouco mais vazio por ser domingo. Ficaram frente a frente. Eduardo ficou ao lado dela. O ambiente, aparentemente descontraido enganava-o.
- Já viste? Este se hoje fosse quinta-feira já estava a perguntar onde é que iamos beber um copo. Como é domingo e tudo fechado está com o fogo no cú para se ir embora.
-Vai-te foder. Se ainda tivesses que fazer trezentos quilómetros não dizias isso.
-Pois. Gostas pouco de ficar cá, gostas...
-Eu gosto, mas não há nada como o Porto...
-Gaba-te cesto...
Ela seguia a conversa olhando para os dois, com um sorriso nos lábios.
-Vais-me dizer que não foi giro da última vez...
-Eduardo, a última noite foi das melhores que já passei no Porto!
A frase, dita com ar grave e com um sorriso sacana fê-la sentir a cara a aquecer.
-E tu, não gostaste? Tás para aí tão caladinha...
Não se diz isto a quem tem um copo de vinho na boca. O engasganço projectou-lhe vinho em cima.
-Dassse! então pá? Engasgáste-te? Tás a ver Eduardo? Pões-te para aí a dizer essas coisas... a miuda até se engasgou.
-Não me digas que já não gostas da noite do Porto... Tás a ficar mal habituada.
Completamente corada pela conversa, por tê-lo sujado todo, pela indecisão sobre ajudá-lo a limpar o vinho ou não, mas principalmente pelo olhar sacana dele à espera da resposta dela, só conseguiu fingir que se tinha apenas engasgado com o vinho. O compasso de espera serviu para responder com a calma que conseguiu reunir, juntando-lhe um olhar tão sacana quanto possível:
-Nada disso Eduardo. Eu adoro a Ribeira. Desta vez foi especial.
-Então?
-Já não ia lá há imenso tempo, tinha saudades de tudo...
Enquanto a conversa entre os dois ia correndo, os pensamentos na minha cabeça corriam soltos.
Puta da miuda, está a provocar-me de uma maneira... Será que foi de propósito? Isto ainda vai dar merda. Que se foda. Já agora sempre quero ver onde isto vai parar. Se é para estoirar mais cedo ou mais tarde,que seja mais cedo.
Eduardo acabou o café e despediu-se. Eles ainda ficaram mais um pouco.O ambiente adensou-se mal ele saiu.
-Agora quero ver o que me vão dizer em casa. Tenho a camisa toda cagada.
-Deixa lá ver isso.
Pediu um pano ao empregado, sentou-se ao lado dele e começou a limpá-lo com um sorrisinho de cabra nos lábios, devagar, só desviando o olhar na sua direcção quando não havia mais nada a fazer.
-Pronto, já está. Agora é só deixares secar.
-Não me chegaste a dizer o que achaste da noite no Porto...
-Não foi má. Um bocadinho solitária mas eu cá me arranjei.
-A minha também.
-Porquê? Perdeste-te?
-Não me piques miuda. Não era suposto aquela cena ter acontecido.
-Tu é que me provocaste ao sacares as cuecas da mala!
-Costumas fazer aquilo a todos os que te aparecem com as tuas cuecas na mão?
-Não sejas ordinário. Pelos vistos fiz mal...
-Fizeste que foi uma maravilha. Foi pena ter sabido a pouco.
-Não ouvi ninguém bater à porta!
-Se calhar não estavas com atenção...
- ...
-Estou a brincar pá, calma. A verdade é que tive medo que desse bandeira.
-Tens que arranjar um cãozinho...
-Vamos pedir a conta?
-Trata disso enquanto vou à casa de banho.
- Não acredito nesta merda. Só a puta da conversa já me deu tesão. Vou mas é pedir ...
-Como é? Vamos?
-Bebes mais qualquer coisa ou tens o querido à espera?
-Pode ser. Ele não foge...
- Tou fodido...
-Uma coisa; Por acaso não tens nada meu...
-O quê?...
-Não te faças de parvo. Não te fica bem.
-Pensava que as podia guardar, embora já tenham perdido o aroma...
-Tens aí contigo?
-Tenho, porquê?
-Dá-mas por debaixo da mesa...
-Já me tinhas dito...
-Parvo...
Acabaste? Vamos embora.
Olhá-la a dirigir-se para a porta, reparar no rabinho redondo e empinado, pensar no que tinha perdido naquela noite, provocou-me nova erecção. Ela sabia o efeito que me provocava e gozava comigo. O curto trajecto para o Jornal foi feito em Silêncio. A tensão entre nós aumentava. O elevador que nunca mais vinha...
-É melhor irmos a pé.
-Julgas que eu tenho a tua idade ou o quê? Mal por mal, vamos no monta-cargas.
A meio do percurso, ela pressionou o botão de paragem e perante o meu olhar de expectativa...
-Tens a certeza que não mas queres dar?
-Foda-se! Pensei que era desta.
-Dá-mas cá!
-Tás com alguma fisgada. De repente deu-te para aí, desde o restaurante. Que se lixe, também isto ainda dá merda.
Tirei do bolso as cuecas que tinha "namorado" ns últimos dias e com ar solene, entreguei-lhas.
-Toma lá
Metendo-as na mala, tirou de lá outras e estendeu-mas.
-Eh lá! Por esta é que eu não esperava! Então foi isso que foste fazer à casa de banho... Grande cabra!

-Assim ficas actualizado.
O olhar e a atitude dela deixaram-me desarmado por instantes. Ela olhava-me nos olhos, segurando a tanguinha minuscula entre dois dedos trémulos. Nervosamente largou-as antes do tempo e elas cairam ao chão. Baixei-me para as apanhar. Quase demos uma cabeçada. Ela levantou-se rapidamente.
-Tás a brincar comigo, agora vou eu brincar. Só espero que não apareça ninguém, dassse!
De cócoras, agarrei-as e levei-as à cara. Absorvi o aroma libertado pelo tecido. Ela estava com tesão quando as tirou. A humidade e o cheiro a fêmea deixaram-me com o pau completamente teso. Agarrei-lhe as pernas à altura dos joelhos. Perante a surpresa dela disse-lhe:
-Vamos ver se são mesmo tuas... Vai um portinho?
Foi a vez dela perder o sorriso quando comecei a beijar-lhe as pernas enquanto as minhas mãos subiam pela saia acima.
-Tá quieta!
As minhas mãos agarraram-lhe nas nádegas, levantando a saia. À frente dos meus olhos, um pequeno triângulo aparadinho chamava por mim. Beijei-o, cada vez com mais intensidade. Ela começou a tentar mexer-se, o que me fez cravar-lhe os dedos nas nádegas e pressioná-la contra a minha cara, enquanto enfiava a lingua pelo meio das pernas fechadas, que ela tentava abrir. O aroma a tesão era o mesmo, o sabor punha-me maluco. Só me apetecia enfiar a lingua naquela cona e mamá-la toda. Ia só fazê-la sofrer mais um pouco. Também já não aguentava mais. Queria-a escancarada à minha frente.
-Hoje quem te mama sou eu! Vais-te vir que nem uma puta aqui no monta-cargas que é para não me dares baile.
-Menos conversa e mais acção...
Olha que puta que esta gaja me saiu...
-Eu já te dou a acção...
Ainda de joelhos puxei-lhe uma perna para cima do meu ombro ficando imediatamente com aquela coninha maravilhosa escancarada mesmo à minha frente, com o grelo completamente de fora, rosadinho, húmido, a chamar por mim. Chupei-o, dei-lhe um tratamento de lingua como se o mundo fosse acabar daí a pouco. Ela sentia cada vez mais a minha lingua a pegar fogo a todo o seu corpo. Os espasmos sucediam-se.
A sensação de estar no monta-cargas do jornal com o chefe, literalmente, a comer-lhe a cona estava a pô-la louca.
Ele levantou-se sem lhe largar a perna, desapertou as calças e penetrou-a de uma estocada ao mesmo tempo que a olhava nos olhos com ar de sacana.
-Era isto que tu querias miuda? Gostas de o ter todo entalado?
Que espectáculo!! Esta gaja é uma loucura. Estou-me quase a vir...
De novo sentiu aquela dorzinha boa, fininha, e veio-se que nem um louco ao mesmo tempo que ela que já não aguentava mais aquele caralho a subir por si acima.
Ficaram um bocado encostados à parede do monta-cargas, a arfar. Ela tirou as cuecas que ele lhe tinha dado e vestiu-as, pondo lá dentro um lenço de papel.
Puseram o monta-cargas a andar novamente e dirigiram-se para a redacção em silêncio
.
nota: tal como no primeito texto "agora falo eu" a acção, o cenário, a linguagem e o texto são da autoria de um amigo que interpretou o meu "querido editor".

domingo, 2 de março de 2008

agora falo eu..

nota: para quem já não se lembra ou acabou de chegar é conveniente ler os textos " porto sentido" e "desabafos de um editor"..

Preciso de um cigarro... Ando a passar-me com esta merda de não se poder fumar na redacção. Exactamente quando e onde faz falta. Puta que pariu o gajo que se lembrou de fazer esta merda desta lei! Se aqui toda a gente fuma, qual é o problema?! Dasssse...Ainda por cima, vem agora esta merda lixar-me o resto do dia. Para ajudar, tenho isto ás moscas...

Mete a mão na gaveta da secretária e retira de lá um maço vazio que atira para o caixote do lixo. Enfia a mão até ao fundo da gaveta à procura de um último cigarro perdido, e de repente, algo na sua expressão muda enquanto olha à volta, observando a azáfama que o rodeia. Os poucos "entalados" neste domingo andavam numa fona.

Cada vez estou pior. Como é que ainda não me livrei desta merda? E se fosse alguém que cá viesse e ficasse com umas cuecas na mão? A verdade é que não consigo. De cada vez que me lembro de o fazer não tenho coragem. Ando a ficar passado com isto. De cada vez que penso nela, só me lembro da cena no corredor do hotel. Olho para aquela boquinha e só penso naquela mamada maravilhosa. Foda-se, nunca me tinha vindo tão depressa... O que é que me deu nos cornos para depois não ir ter com ela? Tenho que ir buscar tabaco... foda-se.

À medida que ia abrindo o maço amadurecia a ideia. Sentia falta dela e esta reportagem era uma razão tão boa como outra qualquer para reclamar a sua presença. A redacção sem ela já não era a mesma coisa. Já que hoje era até ás tantas...pegou no telefone.

-Tou? Olá miuda. Tás ocupada?
...
Eu sei que é domingo, é o teu dia de descanso, mas houve uma merda grave e eu preciso de ti lá.
...
-Veste qualquer coisa porra! Não vais para nenhuma festa...
...
-Vá despacha-te que já te digo mais qualquer coisa... Não. Vais lá direitinha e depois passas por cá. Mas rápido se fazes favor.
...
-Já te ligam a dar o resto. Despacha-te... Obrigado. Não te demores.

Dirigiu-se para a varanda para finalmente fumar o tal do cigarro. Depois de verificar que ninguém o estava a ver, tirou o pequenissimo pedaço de tecido preto, rendado e mais uma vez, num ritual que se estava a tornar hábito nos últimos dias, levou-o à cara. O odor que o impregnara e que o drogava esbatera-se quase na totalidade, à medida que ia sendo substituido pelo das suas mãos. No entanto a sua posse trazia-lhe de uma forma recorrente a recordação da noite no Porto. Para ele era como se ela as tivesse acabado de tirar. Recordava com se tinha vindo como um louco na casa de banho do bar, recordava o olhar de putinha quando lhas mostrara, a tesão que lhe transmitira, o belissimo par de mamas que ostentava, exactamente do tamanho da sua mão, os mamilos tesos. Na realidade, tudo o que se passara naquela noite fazia-o sentir-se vivo como já quase não se lembrava.
Não conseguia tirar da cabeça a atitude irreverente dela. Se calhar foi isso que o pôs doido e o fez vir daquela maneira. O olhar de sacana que ela lhe fez enquanto o engolia, fazendo rodar a lingua à volta da cabeça, pondo-o fora de sí até que se viera de uma maneira como já não se lembrava de o fazer. Recordava os espasmos na base da coluna, o leite a subir pelo caralho e a derramar-se completamente na boca dela. Nunca na vida iria esquecer esse momento. O resto... a forma como se recriminava por não ter ido ter com ela ao quarto, o medo do que esta situação poderia significar na sua vida, parecia-lhe agora uma pobre desculpa para, uma vez mais, fugir da vida que tendia a afastá-lo irremediavelmente do rumo que tinha traçado para sí. Não gostava da sensação de impotência que isso lhe provocava. Também não gostava da maneira como se enganava a si próprio, tentando convencer-se que vivia com a mulher da sua vida, quando para ele, ela era neste momento a mãe dos seus filhos, a sua colega de quarto. Tudo isto girava à volta da sua cabeça quando ouviu uma voz conhecida.


-Olha quem ele é! Pensei que andasses a passear as criancinhas!

-Vai pó caralho! Este é dos que acham que só no Porto é que se trabalha... fizeste boa viagem?

- Passei mesmo a tempo. Parece que houve uma palhaça do caralho já aqui perto de Lisboa. Vamos mas é despachar que eu quero pôr-me nas putas que ainda tenho que ir para cima.

O resto de tarde passou-se rapidamente. A reunião com o colega do Porto foi curta mas proveitosa. Tudo o que, graças ao acidente, tinha tido que ser alterado estava em preparação, esperando apenas o material que ela iria trazer. Aproveitaram para ir jantar rapidamente.

-Querem lá ver que pelo menos não dá direito a um jantarinho?
A voz dela atrás de sí provocou-lhe um arrepio na nuca....(continua..)



nota: atendendo a várias reclamações decidimos dividir o texto em dois para tornar a leitura mais fácil.Toda a cena foi imaginada e escrita por um amigo que interpretou o meu "querido editor"..