quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

bairro alto marginal...

Regressamos mudos sem nos olharmos, confusos, incapazes de nos encaramos e conversarmos acerca do que tinha acontecido. A viagem de regresso foi penosa. Os primeiros dias no trabalho foram constrangedores. E então a vida seguiu devagarinho colocando tudo no devido lugar, compondo as coisas a seu tempo. Não falamos, mal nos olhamos, limito-me a receber as tuas ordens, a fazer o meu trabalho...mas sinto-me muito magoada e persegue-me a sensação que pisei o risco, nada voltará a ser igual. Esmoreceu também a minha garra profissional, tão gabada pela chefia, e apagou-se a chama da minha alegria que me valeu a alcunha de "sorrisinhos".
Estou tão farta do jornal, das mesmas caras, dos meus dias sempre iguais!!
O Luís está em Londres, em trabalho, e eu tenho ficado em casa, sozinha, com os meus livros, a minha música e os meus pensamentos. Ando assim, a navegar.
Até que, um destes dias, o Eduardo, editor de Sociedade, chamou-me :
-Miúda, quero apresentar-te um novo colega. O André.
-Olá, estás bom? Pergunto ao homem muito alto e magro que está à minha frente.
-Tudo bem? Responde, com um grande sorriso.
Parece simpático e tem um sorriso bonito. Para além disso, como é do Norte, tem uma pronúncia muito engraçada. Nada daquele sotaque tripeiro que até já estamos habituados. Não, é mais cerrado, diz "bento", "bamos" e outras coisas engraçadas..e asneiras, bem, é uma fartura..
Mas é muito engraçado, brejeiro, conta piadas, anedotas. Pois..dou por mim envolvida pela personalidade dele, cativada. Fala imenso, gesticula. Tem 38 anos, é divorciado e, enfim, é realmente muito interessante. Dou por mim a rir-me, a procurá-lo com o olhar, a desejar que se sente ao pé de mim ao almoço. Gosto de o ouvir, sinto o coração em alvoroço quando ele se aproxima. Rio-me imenso quando ele imita o humor do "Gato Fedorento". Gosto de o apreciar, Tudo nele é grande, pernas, braços, mãos, dedos. Como será o sexo?
É moreno (adoro morenos) tem olhos malandros.. esverdeados.. e é charmoso.
Mas é descarado. Olha directamente para o peito do mulherio, aprecia os rabos descaradamente mas..ninguém lhe leva a mal, nele parece tudo tão natural..enfim..estou rendida..
Mas eu não estava em depressão? Mergulhada em profunda melancolia?
Ora, isso agora..
Sábado à noite há saída para o bairro Alto. Ele vai e, portanto, eu também vou.
Antes de sair falei com o Luís ao telemóvel. Tenho saudades dele, confesso, mas a minha adrenalina sexual está no auge e eu preciso de beijos, de ser abraçada, o meu corpo precisa de outro corpo, de ser tocado, mimado. Preciso de sexo.
Calcorreamos o bairro Alto, na habitual romaria de sábado à noite. Entramos num bar qualquer e fizemos nós a festa. Copos, cigarros. A primeira vez que dancei com o André soube logo que lhe agradava. Tinha posto um vestido preto, justo e curto e que, ainda por cima, tinha um grande decote. Esfreguei-me nele e dei-lhe a entender claramente que se ele quisesse..eu também queria. Foi o que bastou para incendiarmos a pista e atearmos em nós um desejo urgente de entrega . Connosco estava a Tânia, uma morena de cabelo muito ondulado e vestido de "tigresa" com uns lábios muito bem delineados. Estava completamente embriagada e não nos largava. Dançava entre nós os dois e passava as mãos pelas minhas pernas em movimentos muito sensuais. Fomos ficando cada vez mais envolvidos com a nossa dança erótica e a certa altura o André convidou-me, ao ouvido, para sairmos. O convite estendeu-se à Tânia.
Saímos para o ar fresco da noite lisboeta com a Tânia entre nós os dois, devido ao estado de embriaguês em que se encontrava. Era óbvio o que estava para acontecer e eu estava disposta a tudo nessa noite..
Entramos numa pensão daquelas bem rascas utilizadas, sobretudo, para a prática da prostituição, e o ambiente carregado de erotismo mas a roçar a vulgaridade, excitou-nos ainda mais. O cheiro e o fumo a incenso que se espalhava pelas escadas e nos acompanhou ao quarto espicaçava os nossos sentidos.
No quarto beijamo-nos e partilhamos as nossas línguas e as mãos entre os três. Três línguas a beijarem-se é um espanto. O André despe-se e revela um sexo proporcional ao corpo a que pertence. Senta-se na cama com um sorriso malicioso e eu viro-me para a Tânia. Agarro-a pelo cabelo e dou-lhe um beijo feroz. Meto-lhe as mãos por baixo do vestido e dirijo a mão para o seu sexo, húmido. Afasto-lhe a tanga e apalpo-lhe o clítoris devagar, com calma. Ela está muito louca e quer tirar o vestido, mas eu não deixo. Deito-a no chão, deixo-me tombar em cima dela e começo a apalpar-lhe os seios, primeiro um e depois o outro. A minha mão dirige-se para o soutien. Desaperto-o. Deixo-a exposta. A minha língua apodera-se dos seus mamilos. Escuto os seus gemidos e a forma como me abraça e me pede mais deixa-me em brasa. Sempre sem lhe tirar a tanga, os meus dedos procuram-lhe o sexo. Encontram-no em brasa. Vou explorando aquele sexo rapado. Tiro o meu vestido e o meu soutien. Esfrego-me nela. As minhas mamas sobre as mamas dela. Desço. Provo-lhe o sexo. Tem um sabor forte. Sorvo-o. Meto-lhe a língua. Ouço os gemidos dela cada vez mais altos. Coloco-lhe as pernas em redor do meu pescoço e esfrego o meu sexo no dela. Sou um macho. Ela é a minha fêmea. Cavalgo-a. Os nossos clítoris batem um no outro e ela vem-se entre gritos e gemidos. Aperta-me com uma força brutal e os nossos sexos ficam esmagados um contra o outro, de tal forma que sinto-lhe o osso da púbis a magoar-me.
O André desfaz o nosso abraço. Carrega com a nossa amante até à cama coberta com uma colcha vermelha. Afasta-lhe as pernas e penetra-a de uma só vez. Brutalmente. Ela esboça uma tentativa de fuga que ele incapacita com as suas mãos fortes. Aperta-lhe os pulsos acima da cabeça e com as suas coxas fortes mantem-lhe as pernas abertas. Ela sente dor e sente prazer. Eu observo-os, nunca tinha tido esta oportunidade e sinto-me muito excitada. Vejo o sexo monumental do André a entrar e a sair das profundezas da mulher. Aprecio a expressão das suas caras enquanto se comem. A nossa amante começa a rolar a anca cada vez com mais força de encontro ao corpo do André e atinge o nirvana, uma vez mais. O André, excitante mas sádico, estende uma mão para mim. Agarra-me por um pé, puxa-me e os seus dedos entram no meu sexo. Deito-me junto da Tânia e ele penetra-me. Aperto-me contra ele e estou a gozar a potência daquele homem, quando ele sai de mim e entra no sexo dela de novo e começa a alternar. O insólito da situação faz com que atinja um orgasmo monumental. Sinto-me vagabunda e marginal, mas naquela entrega alucinada lavo as mágoas da minha alma.
Foi uma noite rasca para gente "à rasca"..

8 comentários:

JCA disse...

de marginal nada tem

de quente... ui... isto anda a ferver :-)

beijos provocantes

Marinheiro Solitário disse...

Isto cada vez tá mais interessante!!

Anónimo disse...

se isso é ser rasca, eu gosto de ser rasca! Ahhh e já agora, acho que ainda pertenço à famosa geração rasca logo....está indicado pra mim:)

muito querida disse...

meu querido noivo, eu não sei se pertenço à denominada geração rasca, mas que me enquandro naquela que anda "à rasca"...
lá isso..

afectado disse...

Foi um bom desenrasque :)

Alguém Comum disse...

No Bairro Alto tudo pode acontecer...

Desde o antigo pontapé na chiribicha até umas "pestanas longas e pontiagudas"...

Bairro Alto, terra de todos e de ninguém...

Amante da Vida disse...

Muito interessante ... também vais no bom caminho. Quase me queimei ... eheheh. obrigado por vistares o meu canto. Também voltarei mais vezes

Beijos escaldantes

GataHari disse...

Bem, depois de ler isto, tenho de ir ali atacar o Gato....Com licença.... ;)