domingo, 24 de fevereiro de 2008

desabafos de um editor...

Domingo à tarde. Redacção a meio gás. Cá estou eu, mais uma vez com a edição entre mãos. Sem ti. Ontem passaste por cá, tinhas que acrescentar uns números na reportagem que estamos a preparar para as centrais de quarta-feira. Estavas com um ar feliz. Brincaste comigo...querido editor, achas que está bem?...Chamei-te princesa, atirei-te um beijo, desejei-te bom fim de semana...e tentei afastar o pensamento do teu corpo perdido nos braços do rapazolas que tens lá em casa.
Hoje a nostalgia escorre pelas paredes deste jornal. Sinto-me tão solitário aqui sem ti. Foda-se! Achas que esta merda é fácil? Decidir qual história vou meter? Aguentar a pressão da chefia que nunca está contente..os problemas que surgem(tantos, tantos), o stress, as horas que aqui estou enfiado, torturado pelo computador e pelos telefones? A falta que tu me fazes, o sal que tu és para mim, o teu riso, o teu cheiro, o gosto e a tusa de espiar o teu corpo pelo canto do olho?
Tu fazes-me sentir vivo caralho! Ao teu lado respiro em golfadas e parece que não há ar no mundo que chegue para me acalmar, para me manter vivo. Perto de ti sou tarzan, homem aranha..sou napoleão.. capaz de tudo, sem medo a nada.
Quando estou contigo as prestações da vivenda, da carrinha, da moto..as contas do colégio dos miúdos, da mulher-a-dias, da piscina, do ginásio, das aulas de karaté dos garotos, os cartões de crédito, as férias na neve, o portátil para o mais velho, o cão de raça para a família, a forma caústica como a minha mulher me olha quando entro em casa tarde da noite depois de um dia duro de trabalho, o desamor, a indiferença, tudo...mas tudo, deixa de ter importância..
Mas pensas que é assim? Que é só virar as costas a tudo e mais nada?
Não minha querida, não, eu tenho responsabilidades. família, filhos. Ah, não havia nada que me desse mais prazer que viajar contigo de mochila às costas para um lugar bem longe daqui. Dividir o saca-cama contigo, partilhar gelados ao pôr-do-sol, passar noites a explorar o teu corpo, a sentir-te com a língua, com os dedos, com o meu corpo que tanto te deseja!
Entendes que basta seduzir-me com um olhar demorado, com o teu sorriso bonito?
Não imaginas como fiquei quando fomos ao Porto e encontrei no teu saco..a tua tanga!!
Passei uma noite de cão, com um pau tremendo que esgalhei como um louco na casa de banho de um bar qualquer na ribeira enquanto sentia o teu cheiro de fêmea no pedaço de tecido que guardei toda a noite no bolso do casaco..senti-me completamente inebriado, trôpego, embriagado de vinho tinto maduro e de liberdade...e o que aconteceu depois no hotel? O nosso primeiro beijo..e tu..de joelhos..meu Deus foi tão diferente do que eu tinha imaginado de todas as vezes que delirei a pensar em ti, em como estava a comer-te em todas as posições, enquanto a minha mão mexia freneticamente dentro dos meus boxers...a tua boca no meu pau..não, não quero lembrar-me disso.
Mas eu tenho compromissos, entendes? Uma posição a defender, compreendes? Não posso, desculpa mas não posso..
Foda-se um acidente com mortos a esta hora? Pois..temos que mexer no jornal. Ok, altera-se a abertura..
Pronto, não chego a casa antes da meia-noite!
Puta que pariu!

5 comentários:

luafeiticeira disse...

Isso está mau, está. Olha, só te posso ajudar numa coisa, a escolher o texto, está lá no meu blog :-)
Beijos de Mme Agecanonix

carpe vitam! disse...

tu fazes a festa, deitas os foguetes e apanhas as canas. trabalho completo :-)

Marinheiro Solitário disse...

Até eu fiquei com vontade de... estou indeciso entre o corredor do hotal ou a casa-de-banho do bar... Ajudas-me?

muito querida disse...

claro que sim..marinheiro...podem ser as duas?....

para não haver escolhas..

bjs quentes

JCA disse...

coitadito do editor, é só trabalho... é só stress...