sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

querido editor: as palavras que nunca te direi

Chegou à redacção uma estagiária nova: a Fátima. Acabadinha de sair da universidade. Verde, no que toca à profissão. Madura de carnes (carne demais na minha opinião) pernas grossas, peitão. Loira. Vi o teu olhar de macho. Alucinei de ciúmes, enganei-me no texto, dei erros (básicos, disseste) fiquei com o estomâgo às voltas e não comi o resto do dia. A Fátima ganhou uma inimiga, vários admiradores (a secção de Desporto em peso, onde se encontra a maioria dos homens deste jornal) e eu ganhei uma úlcera. A bem da verdade, tenho que referir que não lhe deste grande importância, mas o primeiro olhar, esse, eu vi-o.
Mas hoje é outro dia. Vou vestir-me para te chamar a atenção.Vou brincar com os teus sentidos.
Visto o "wonderbran" e coloco um par de almofadas extra. Um top decotado, umas leggins e uma mini-saia de ganga curta. Estou uma mulher fatal, género gazela com mamas emprestadas. Será que exagerei? Ao sair, o olhar esgazeado do porteiro diz-me que sim. Agora é tarde, estou em cima da hora.
Chego ao jornal. Os risinhos da secção de Desporto em peso fazem-me cair na realidade, sou uma tonta. Sento-me no meu lugar, tentando parecer indiferente à chacota geral. Mais tarde, quando entras, arregalas os olhos:
-Miúda, engordaste durante a noite?
Tento enfiar-me debaixo da mesa. Assobio baixinho, mas ainda ouço:
-E isso, é o quê? Um cinto?
As gargalhadas das "hienas" chegam até mim.
Silêncio na redacção. Só o habitual som das teclas, do telefone, fax e impressoras.
Trabalha-se. Estou às voltas com uma entrevista a um artista, por sinal bem interessante (o texto) mas não tenho ânimo. Estou deprimida. E então começo a escrever o que me vai na alma.
"Mais um final de tarde na redacção, já foram todos embora, falta o Zé que está à espera da Fátima (hum). Finalmente saiem.
Aproveito. Levanto-me e deslizo até ti, com um papel na mão onde garatafunhei meia dúzia de ideias (propostas de trabalho). Estás sentado em frente da tua mesa de trabalho, na tua cadeira giratória e eu encosto-me subtilmente a ti. A minha anca contra o teu braço. Concentras-te na leitura e , de repente, atiras a folha pelo ar, levantas o olhar para mim cheio de malícia e a tua mão desliza devagarinho para a minha coxa.
Giras na tua cadeira, ficas bem de frente para mim, as tuas mãos escorregam nas minhas pernas e vão subindo. Suspiro, atiro a cabeça para trás. Essas mãos estão agora debaixo da minha saia, apertas-me o rabo e vais puxando o elástico das leggins para baixo, até aos meus pés. Atiro-as para longe.
Olhamo-nos fundo na alma. Um beijo suave. Outro beijo mais malicioso. Provo a tua língua. É quente, encorpada.Estou de pé e tu sentado. A tua boca percorre o meu ventre. Mordes-me na barriga. Arrepio-me. Tiras-me o top.Começas a desenhar um círculo com a ponta da língua em volta do meu umbigo, enquanto as tuas mãos descansam no meu peito, em breves massagens, suaves.Brincas com os meus mamilos, castanhos, grandes, delicados.
-És tão macia...tão macia..tão delicada, sussurras.
Acendes em mim um desejo que eu julgava já adormecido.Abandono-me nos teus braços. É tão bom sentir-te.... meu querido...muito querido...
Deixas ficar a saia. Levantas-me uma perna. Sobes-me a saia até ao umbigo e entras em mim devagarinho, só com a pontinha da tua língua, a provar-me, como um gato pequenino, tímido.
Sinto os teus dentes a roçar o meu clítoris. Lambes, trincas, sorves-me como se eu fosse um figo maduro.Estou encharcada de tanta excitação. Quero dar-te prazer mas o teu braço forte que me rodeia a cintura mantêm-me dominada. Metes um dedo dentro de mim. Gemo. Rodas, tiras, metes mais um. Rodas. Metes, tiras.
-Quero-te..
-Também eu princesa..também eu..desejo-te..
As tuas palavras são música para os meus sentidos. Bálsamo para a minha alma.
Ajudo-te a tirar a roupa. Levantas-te, empurras-me contra a tua mesa de trabalho. De pé contra mim, sinto o teu sexo magnificamente, exuberantemente excitado a roçar as minhas coxas.
Beijo-te. Abraço-te. Esfrego as minhas mamas contra o teu peito peludo, doente de excitação, trémula de desejo. Ninguém te quer como eu. Tu, homem experiente, sentes o meu cheiro de fêmea, a minha loucura, a minha entrega alucinada. E morres de prazer.
Pedes-me:
-Sabes o que quero..faz-me feliz.
E eu faço!
Ajoelho-me, pego no teu sexo com as duas mãos, esfrego-o no meu pescoço, nas minhas mamas.
Começo a lambê-lo devarinho, só a cabecinha. Com a ponta da língua vou insistindo nas partes mais delicadas, deliciando-me com os teus gemidos de deleite.Sinto o macho que há em ti desperto, o teu instinto mais primitivo a vibrar e não há nada que me dê mais prazer...
Dou por mim deitada sobre a tua mesa. Abro bem as pernas para te receber. Levas-me ao céu quando me penetras. Não podia sentir-me mais preenchida. Sou um rio e, contudo, sinto-me em brasa. O meu corpo banhado em suor pertence-te e tu aproveitas bem cada mílimetro de mim. As minhas pernas apertam-te o pescoço, não podia estar mais aberta, mais disponível. Nos teus braços morro e ressuscito em vagas sucessivas. Até que, sem aguentares mais, juntas o teu leite ao meu chá de camomila. Uivas de prazer".
Amanhã é outro dia. Há outro jornal para escrever. A vida palpita lá fora.Se tu imaginasses querido editor..

8 comentários:

D. Sebastião disse...

Estava a ver que não ias publicar esse texto aqui...

Ainda bem que o fizeste...

carpe vitam! disse...

o título é familiar mas o texto é outro. e com uma pujança... não te reprimas, põe tudo cá para fora! Força!

D. Sebastião disse...

De facto tinha confundido este texto com outro que li noutro lado.

Ainda bem que vim ler com mais atenção.

Este é melhor. Bem melhor.

aqui-há-gato disse...

Onde já vi isto:))?
Hum pormenores interessantes...
Gosto das pernas bem abertas:) E do rio que és...


O Gato

Bruno Fehr disse...

Então isso quer dizer que o editor não edita nas horas extra que faz :)

afectado disse...

Ainda dizem que os jornalistas só nos dão coisas más... ;)

JCA disse...

e assim, trabalha-se num jornal....

assim vale a pena ser editor ;-)

muito querida disse...

pois qj, nessa perspectiva tb vale a pena ser jornalista :)